domingo, 22 de fevereiro de 2009

O HOMEM SEM SELEÇÃO

A sábia Natureza estabeleceu no hábitat planetário um mecanismo de desenvolvimento e adaptação favorável à vida biológica extremamente inteligente, lógica e eficiente. Dessa forma, à medida que as condições ambientais se alteram, automaticamente a elas se ajustam a morfose, fisiologia e forma societária dos seres viventes. Tem ela ainda a virtude de, como conseqüência das alterações precedentes, moldar, ajustar e selecionar o caráter da espécie, seguindo os mesmos princípios. Para a Natureza, o objeto de seus cuidados não é o individuo em si, mas a espécie a que ele representa. Essa seletividade, estabelecida como resposta às alterações dos meios essenciais de vida, é um recurso natural para que seja preservada a vida na Terra. Tudo é feito pela alta sensibilidade da grande molécula mestra, responsável por guardar e gerenciar a energia vital, o cromossomo. Pelo seu grande poder de captar as alterações ambientais e fazer os ajustes conseqüentes, pelo processo da seletividade, teve a capacidade de transformar um simples verme marítimo em um humano terrestre, capaz de ler e compreender este artigo. Fazemos realce neste momento de que a seleção é um processo demorado, doloroso, triste, politicamente incorreto e injusto numa avaliação cultural humana, mas – frisamos – absolutamente necessária. Necessária para o fim colimado: preservação da vida sadia.
Na observação da flora e fauna naturais, sempre o conjunto social da espécie se constitui de indivíduos sadios, íntegros e com uniformidade biológica característica. Não se pense que nasçam com tal perfeição. Muitos são gerados, como jogo da evolução, com anomalias funcionais que impedem o normal ato de viver da espécie. Outros se acidentam e perdem a autonomia. Nesses casos, são simplesmente deixados a perecer porque incapazes de sobreviver com seus próprios recursos. É a seleção agindo.
Após a invasão e apossamento do Brasil pelos Portugueses, em 1500, nossos indígenas se apresentavam todos sadios. As crianças desses povos que nasciam com alguma deficiência eram jogadas no rio por suas mães, obedientes aos resquícios instintivos de seleção, posteriormente eliminados pelas culturas racionais dos brancos invasores. Conta-nos a História que, até recentemente, em muitos povos não havia piedade para com os maus, segundo seus próprios julgamentos.
Com a rebeldia dos primeiros hominídeos pensantes às determinações do instinto, sobrepujando-o com o poder do intelecto, os humanos começaram a perverter as normas naturais de seleção, com reflexos maléficos na composição da sociedade humana moderna.
Hoje, as conseqüências para a humanidade da abolição desse sábio mecanismo gerou situações anômalas e contraproducentes. Diariamente, vê-se situações concretas de a sociedade gastar enormes recursos médicos para salvar a vida de um malfeitor acidentado. Mantêm-se, sob custos elevados, uma estrutura carcerária para hospedar indivíduos anti-sociais, criminosos, pervertidos, verdadeira escória genética. E ainda se lhes dá o direito de se reproduzirem. E são esses os que mais proliferam. Os homens decentes, corretos, sociais, geralmente restringem suas proles a poucos filhos. O percentual dos maus de todas as espécies, presos ou soltos, está crescendo em comparação com os bons. Dessa forma, a nossa atual sociedade não tem um caráter uniforme, onde não há condições de imperar a honestidade, a verdade, a honradez, a justiça e a segurança mínima.
A atual sociedade mundial é uma mistura tão heterogênea que os vícios desagregativos vão contaminando os de bom caráter pelo contágio de vivência e cultura de ganância, tornando a sociedade humana um caldo anti-ético, anti-seletivo, sem qualificação definida e tolhida em sua própria autodefesa.
O pior é que a nossa sociedade cresceu um absurdo em termos numéricos, representando a fatia dos anti-sociais um fator decisivo na espoliação e degradação do meio ambiente. Isso impede também que os esforços dos ambientalistas em esclarecer e conscientizar a humanidade sejam inócuos pela não capilaridade desse insensível conjunto.
As considerações deste artigo poderiam prosseguir, apresentando as deduções lógicas. Mas encontraríamos adversa resistência por parte de alguns leitores – sem sequer merecer uma análise filosófica – proveniente do remanescente instinto de preservação da espécie. No entanto, para um leitor atento e com capacidade dedutiva, ele próprio terá condições de completar, mentalmente, a parte final deste artigo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Traidores da Pátria... Quem São, Como Agem, Onde se Escondem?

(Republicação do artigo de mesmo nome e autor, publicado originalmente em "Debata, Desvende e Divulgue!")


Sim, eles existem, sempre existiram e vão continuar a existir. Estiveram e estão espalhados por todos os países do mundo. O grande problema é identificá-los, saber como e em que circunstâncias agem e quando voltarão a agir. Aí, assola-nos a primeira pergunta: "E no Brasil? Quem são eles e onde estão?" O leitor mais apressado diria: "Ora, em conjunto ou sem a participação do Presidência da República, são os políticos e estão no Congresso Nacional." Meia verdade, porque ali, está apenas "a maioria deles".
Os traidores são muitos, usam disfarces, estão infiltrados em várias esferas do poder e em outras nem tão diretamente ligadas a ele. Além da Política, (em nível federal, estadual e municipal), podemos encontrá-los nas ONGs de natureza religiosa, econômica, assistencialista ou ambientalista, nos bancos mundiais, nos tribunais de justiça, nos ministérios, na diplomacia, nos serviços de espionagem e inteligência, na mídia falada, escrita e televisiva e até (pasmem!) nas igrejas e universidades. Assustaram-se? É para assustar mesmo, pois é a mais pura verdade.

A pulverização e infiltração dos traidores em locais estratégicos variados é para confundir e evitar a sua identificação. Mas o que parece uma dispersão e atuação de grupos isolados é, na realidade, um conjunto de ações bem coordenadas e habilmente comandadas pelos detentores do poder em nível mundial.

Quem financia os traidores e como eles são arregimentados?

A motivação dos traidores é a mesma de sempre: o dinheiro, o "reconhecimento", o enriquecimento ilícito, rápido e fácil. Os patrocinadores, as grandes potências estrangeiras, interessadas nas ampliações de seus domínios e nas riquezas dos países emergentes, como o Brasil. Entre os financiadores, poderão estar organismos não políticos (conglomerados econômicos) ou políticos, com objetivos imperialistas ou de natureza puramente econômica. Nesse sentido, o Brasil é um alvo prioritário: um país militarmente fraco, de extensas áreas de baixíssima densidade demográfica, possuidor da maior reserva mundial de água doce, de energia abundante, matérias primas minerais de alto valor econômico e estratégico, petróleo, ouro, grande biodiversidade, grandes rebanhos de animais e fartura de alimentos. Não, o que este país possui (não na visão dos brasileiros patriotas), tem que ser divido ou repassado para as grandes nações, que já sentem a falta de vários desses bens.

O melhor é que para tomar isso do Brasil, um país pacífico por natureza e com uma população socialmente alienada, nem é preciso a guerra. Nenhum disparo precisa ser dado. Basta usar bem os "traidores da pátria", as pressões econômicas, a opinião pública convenientemente iludida pela propaganda governamental e pela mídia comprometida, a estratégia política e a diplomacia. E é o que está sendo feito. Nossas forças armadas, embora conscientes do perigo, chegando mesmo a fazer alguns alertas pontuais, estão engessadas, desequipadas e amordaçadas e, assim, nem oferecerão resistência, porque sequer haverá conflito bélico.

O STF decidirá, no primeiro trimestre deste ano de 2009, sobre a legalidade da demarcação contínua da TI Raposa Serra do Sol. Se confirmar a demarcação contínua, como parece que irá confirmar, teremos aí configurada mais uma traição à pátria, pela sucumbência do nosso venerável órgão máximo de justiça, às pressões internacionais das grandes potências mundiais, os maiores interessados, e a submissão do país a problemas de soberania e segurança nacional.

Na tentativa de "destrinchar" o assunto, - não isoladamente o da demarcação da TI Raposa Serra do Sol - , mas o da sua correlação com tantos outros em que estão envolvidos os "traidores da pátria", fizemos mais do que simplesmente pesquisar: trocamos emails com várias personalidades capazes de explicá-lo, dentre as quais, destacamos o Professor Marcos Coimbra, Conselheiro da Escola Superior de Guerra, que nos autorizou a publicar o esclarecedor artigo abaixo, de sua autoria. A excelência da matéria dispensa maiores explicações e comentários. Leiam e concluam:
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HERÓIS E TRAIDORES DA PÁTRIA
Prof. Marcos Coimbra
Membro efetivo do Conselho Diretor do CEBRES, Professor aposentado de Economia na UERJ e Conselheiro da ESG.
Artigo publicado em 01/09/2008 no Vila em Foco

Em recente reunião, debatendo sobre a grave questão da demarcação de áreas indígenas, em especial sobre a denominada região Raposa/Serra do Sol, e seus desdobramentos sobre o futuro do país, enquanto Nação soberana, independente e autônoma, surgiu em paralelo uma lúcida discussão sobre quem figura e quem figuraria na História do Brasil, como herói e como traidor da Pátria. Houve unanimidade quanto aos heróis. Afinal, não há como negar o exemplo de coragem, brasilidade e desprendimento de vultos como Tiradentes, Duque de Caixas, Barão do Rio Branco, Tamandaré, Brigadeiro Eduardo Gomes, Santos Dumont, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias, o índio Felipe Camarão, do anônimo soldado da FEB que lutou na Itália e outros.

Porém, no relativo aos traidores da Pátria houve dissenso. O ilustre brasileiro Jornalista Barbosa Lima Sobrinho já definia, com muita clareza, que no Brasil só existiam dois partidos políticos. O dos heróis, representados por Tiradentes e o dos seguidores do traidor Joaquim Silvério dos Reis. Mas, um participante argumentou, com propriedade, que Silvério teria sido um traidor sob a ótica de nós, brasileiros, mas não para os portugueses, a quem servia, sendo natural da nossa então matriz. Também foi lembrado o eterno Calabar, quase com unanimidade, mas apenas houve consenso em Judas, como traidor universal.

Analisando friamente, se isto é possível, a iminente perda de mais da metade do território nacional, representada, de início, pela demarcação irresponsável de vastas áreas do Brasil para indígenas (agora já criaram também os "quilombolas"), por "coincidência" justamente onde já estão mapeadas e conhecidas vastas riquezas e recursos naturais, que, no decorrer do tempo serão arrancadas do nosso país, sob qualquer pretexto, algumas reflexões se fazem necessárias.

Qual o país do mundo que, por "vontade própria", sem o disparo de um tiro sequer, abre mão de um milímetro do seu território sem resistência armada? Em que lugar se escondem as autoridades (ir)responsáveis, por omissão, covardia, cumplicidade, leniência ou por outro motivo qualquer, que não reagem contra o crime de lesa-pátria a ser perpetrado? Onde está o povo brasileiro que assiste passivamente, anestesiado, amorfo, sem protesto à perda de recursos naturais que podem transformar o país em uma das maiores potências do mundo, propiciando uma elevada qualidade de vida aos seus cidadãos? Imaginem isto acontecendo na Argentina, por exemplo. Os bravos "hermanos" já estariam nas ruas, protestando em greve geral e com um feroz "panelaço". Será que o Brasil não fabrica mais Homens como no passado, quando tivemos Plácido de Castro, Marcílio Dias e tantos outros?

A maioria de nosso povo não sabe o que está acontecendo de fato. Pensa apenas em sobreviver, com as "bolsas-esmolas" ou com os empregos de baixa remuneração existentes, ou talvez ocupados com o samba, o futebol e o carnaval. Porém, existe uma parcela do povo conhecedora do que está em jogo. E é justamente esta que decide. Ela está principalmente nos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. A disputa não é entre "arrozeiros" e índios desprotegidos da época de José de Alencar. Se o leitor quiser apurar o que está sendo escrito aqui, pode entrar nas páginas do Greenpeace, do WWF-Brasil, da FUNAI e outros menos votados. Vai encontrar uma perfeita sintonia, uma ação orquestrada entre eles, com o mesmo objetivo.

Não é por acaso que dirigentes de órgãos governamentais que decidem, ignorando o Congresso, os locais que devem ser ocupados nas demarcações foram, são ou serão integrantes das ONGs e assemelhados. Inclusive, alguns financiados por governos estrangeiros. O G-7 e até potências emergentes estão carentes de nióbio, petróleo, bauxita, urânio e outras riquezas encontradas em abundância exatamente nas áreas que estão sendo entregues. Por isto, eles querem a Serra da região Raposa/Serra do Sol. O argumento falacioso de que a propriedade da terra (solo e subsolo) é da União, possuindo os indígenas apenas o usufruto não se sustenta, quando observamos a prática nas regiões já demarcadas.

Não existem coincidências. Há planejamento e ação decorrente. Por que autoridades brasileiras assinaram na ONU a famigerada declaração universal dos direitos indígenas, ao contrário de EUA, Austrália, Nova Zelândia etc? Por que as Forças Armadas brasileiras estão sendo deliberadamente sucateadas, ao longo do tempo, retirando-lhes a capacidade de cumprir com sua destinação histórica e constitucional? Por que o cidadão brasileiro está sendo desarmado, através de campanhas financiadas do exterior, executadas por sicários estrategicamente posicionados, com ampla cobertura da mídia? Por que os órgãos de comunicação, com raras exceções, não divulgam a verdade sobre o assunto, ao invés de praticar o reducionismo de tentar iludir a opinião pública, desinformando por intermédio da falsa assertiva de que a luta é entre o fazendeiro branco mau e o índio desprotegido e nômade? Por que não esclarecem que estes índios falam inglês, usam celulares e Pcs?

Por que a pressão externa intimidatória de organismos internacionais e governos estrangeiros que chegaram ao acinte de mandar um representante da ONU ao país, na véspera da decisão do STF? Por que permitir a "palhaçada" de índios com o diploma de advogado, de toga, pintados de guerra a exercer pressão psicológica dominante no plenário do STF? Por que se ater a tecnalidades jurídicas e figuras poéticas para tentar esconder a verdade? Por que ignorar que a maioria dos índios que defendem a posição do G-7 são orientados por órgãos estrangeiros, sendo movimentados de lugar, por ordem externa, de acordo com a existência de riquezas ou não nos territórios a serem ocupados? Por que ignorar os indígenas que são contra? Por que nossas autoridades não aprenderam com a dura lição da Iugoslávia, do Iraque, do Kosovo, da Ossétia do Sul etc? Por que atribuir a onze pessoas, nomeadas por indicação política, a incomensurável responsabilidade de decidir sobre o futuro do país?

Nossos descendentes reverenciarão quais novos heróis e desprezarão que novos traidores da Pátria?

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E então? Você já conseguiu identificar alguns "traidores da pátria" e agentes da cobiça internacional no Brasil? STF (maioria), Ministro das Relações Exteriores, Ministro da Agricultura, Ministro da Defesa, ONGs internacionais, missões religiosas estrangeiras, lobbistas, bancada ruralista, BID, BIRD, Banco Mundial, ONU, CIR-Conselho Indígena de Roraima, CIMI-Conselho Indigenista Missionário, WWF-Brasil, Survival International… Consegue ver alguns deles mais claramente agora? Se sim, conseguimos passar o nosso recado.

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

EM FUNÇÃO DE

É interessante a expressividade da linguagem humana. Além de as palavras mudarem o seu significado, segundo o contexto ou a sua colocação na oração, a própria construção da frase muda o sentido da idéia pensada. Há ainda as expressões ambivalentes e as contraditórias, calcadas em um sentido consensual, sempre – o que é interessante frisar – em função dos interesses dos humanos.
Com respeito a esses últimos conceitos, identificamo-los como os que incorporam uma semântica já consagrada pelos usos e que podem ser distinguidos, mediante uma análise racional, perguntando-se: Em função de quê?
Na técnica investigativa policial, ante um crime e como base para início de um raciocínio, pergunta-se: A quem interessa este crime? Na análise de uma informação ou de uma instrução, deve-se ajustá-la à condicionante em função de, para que se possa absorver e compreender com exatidão a mensagem recebida.
Para melhor esclarecimento dessa situação, vamos construir um desentendimento de comunicação:
— Joaquim, faça o favor de abrir a cortina.
— Mas, Maria, ela já está aberta.
— Não está, não. Ela está fechada. Abra-a.
— Bom, então você quer que a feche. Pronto, está fechada.
— Não, agora está aberta, justo como lhe havia pedido.
O que se pode entender como cortina aberta? Se restringirmos nossa ideação apenas à cortina, não haverá dúvidas. Cortina aberta é quando está na posição estendida, sem formar gomos, cobrindo a visão de algo. Cortina fechada é o contrário: recolhida, sanfonada, deixando o vão à mostra.
No teatro, costuma-se descrever:
“Para começar o espetáculo, abriu-se a cortina e a orquestra apareceu.”
No entendimento restrito, acima informado, poder-se-ia dizer: “...a cortina se fechou e a orquestra apareceu”.
Na expressão de que tratamos, vejamos que na idéia sobre cortina está subentendida a paisagem, o foco de visão, que pode ser a janela, o palco ou uma tela de cinema. Assim, quando Maria diz para abrir a cortina, sua ideação verdadeira é: “... abrir a visão da janela”, (fechando a cortina). No teatro, diz-se: “... a visão da orquestra se abriu”, (com o fechamento da cortina).
Nas considerações acima, queremos dizer que a comunicação de pensamento não é fácil, porque a ideação não leva em conta o fator em função de. Nas expressões citadas, abrir ou fechar a cortina é uma ação subordinada a finalidades diferentes e subjetivas, tais como janela, paisagem, visão, claridade, espetáculo.
Outro exemplo corriqueiro:
— Farmacêutico, você tem ai um remédio bom para gripe?
— Você quer um remédio bom para você ou para a gripe?
A frase foi formada em função do interesse do doente; está subentendido. Há milhares de frases usuais desse tipo, construídas sempre em função das conveniências dos humanos, nunca com observância dos interesses da Natureza.
Verifiquemos uma notícia comum, publicada quase diariamente nos jornais:
“Ontem, na Avenida Pinheiros, um caminhão carregado com 12 toneladas de cimento se desgovernou e bateu contra um ônibus e diversos automóveis. Na violenta ocorrência foram derrubadas várias árvores do canteiro central, mas ninguém se feriu.”
Se formulada em função dos cuidados para com a Natureza, a redação deveria ser mais ou menos assim:
“...Na violenta ocorrência ninguém se feriu, mas lamentavelmente foram atropeladas e mortas tantas árvores.”
Notícias do cotidiano:
“No Estado do Amazonas, na vila Tal, recentemente construída pelo governo para alojar os operários que vão construir a usina do Rio Jaquará, as formigas estão atacando avidamente a pacífica população, principalmente as crianças, ocasionando sofrimentos e inquietudes.”
“Na África, na região Tal, os elefantes vêm atacando as famílias de colonos que se instalaram em novas fronteiras agrícolas, onde cultivam diversos cereais destinados à sua subsistência.”
Sim, as formigas atacam, os elefantes atacam. O pensamento está construído em função de os interesses dos agentes ativos e destrutivos. Ou seriam, em ambos os casos, os animais humanos que atacaram o habitat das formigas e elefantes, restringindo-lhes seus territórios?
Evidentemente precisamos pensar também em função de os interesses vivenciais de todas as criaturas do planeta. Precisamos reconhecer que o mundo não é somente dos humanos. Pertence a todos os seres viventes. Deixemos de conformar nossas idéias só em torno do antropocentrismo. Isso desmerece e descaracteriza nossos méritos intelectuais. Quando externamos nossos pensamentos ecológicos, estamos na posição do todo, do planeta, do meio ambiente, de tal forma que, se os interesses humanos são contrariados, isso se dá por conseqüência de raciocínio, sem interferência do instinto da espécie humana.
Não nos esqueçamos. Nas comunicações, em geral, há sempre uma condicional implícita: Em função de. Na verdadeira identificação dos interesses legítimos dos fatos está a exatidão da informação recebida.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

ENERGIA

ENERGIA…
…a essência de tudo

(Artigo na íntegra e revisado)
Antídio S.P.Teixeira
Aos Internautas:

(Mesmo que o assunto abaixo não lhe desperte interesse, repassá-lo a todos os seus correspondentes será uma forma de contrbuição na divulgação do estado de degradação ambiental da Terra e dos perigos que nos espreitam.)

O mundo já não se preocupa tanto com as reservas de carvão, petróleo e gás natural; e sim, com outras formas de energia limpas e renováveis que deverão substituí-los, já. Dito isso, vocês ficaram SABENDO, se é que confiam no que afirmo; e, por sua vez, também afirmarão para outras pessoas com convicção absoluta, embora nada entendam do que afirmam.

Saber e Entender

Embora os dicionários não estabeleçam grande diferença entre os dois termos, SABER é estar superficialmente informado de possíveis acontecimentos por fontes convencionais aceitas como confiáveis. Já ENTENDER, é algo mais profundo que muito depende do “sentir” intelectualmente. É conhecer os acontecimentos em suas partes componentes mais íntimas e históricas. É uma visão global que não deixa dúvidas. Existem indivíduos que são verdadeiros “poços de saber”; portadores de amplos conhecimentos “decorados” são capazes de desenvolver empolgantes palestras sobre diversos assuntos, conquistando a confiabilidade de quem não conhece o assunto a fundo. Porém, na prática, são incapazes de desatarem o nó mais simples, dentro da matéria que tão bem explanou. Um hábil motorista, p.ex., pode ter notável desempenho na condução de um veículo. Mas, normalmente, quase nenhum deles têm noção dos princípios físicos que atuam na função de cada uma das peças do mecanismo.
No ano passado (2.008) o Ministro Fernando Hadad da Educação, em entrevista à Revista Veja, declarou que, em pesquisa nacional realizada por seu ministério, ficou constatado que 70% dos professores universitários nunca participaram de aulas práticas em laboratórios. Ora, sem desenvolver a sensibilidade que a experiência proporciona, o que eles podem transmitir aos professores primários e estes aos seus alunos senão o saber decorado nos livros?
É esta dificuldade que temos encontrado entre nossos leitores para que entendam a gravidade e a causa básica dos fenômenos degenerativos do meio ambiente, a extensão e a velocidade de expansão com que ameaçam a vida animada em nosso Planeta.
Na tentativa de suplantar esta dificuldade, escrevemos o artigo a seguir, mostrando que tudo que existe tem uma série de princípios “antecessivos” até chegar a um único (ENERGIA) e comum a todos, embora em diferentes fases de manifestação.
Para muitos leitores que têm vivência experimental em ciências naturais, não será difícil entender a nossa exposição, porém, para os demais chegarem ao mesmo entendimento, será necessário um pouco mais de esforço intelectual. Para descortinarmos uma visão ampla de qualquer fenômeno que se vê, se ouve ou se sente, é necessário que estejamos identificados com o “todo universal” para que, nele, se possa avaliar a sua integração e influência no meio.

A VIDA EM NOSSO PLANETA, – não é mais que um instante na eternidade em que algumas manifestações energéticas de variadas freqüências e intensidades se congregaram em algum ponto do universo para se materializarem como astros; e daí se desenvolverem na formação seqüencial de vidas minerais, seguidas pelas vegetais e, depois, as animadas que virão emitir vibrações, progressivamente mais inteligentes, e em várias freqüências; estas irão se incorporar a algo em formação, ou já existente, em uma nova dimensão além do espaço e do tempo, e fora do alcance de nossa atual compreensão.

A HUMANIDADE é o coroamento de todas as formas de vida como “um todo” e, jamais, encontrará o seu caminho natural em paz sem que, antes, entenda de onde vem, onde está e onde deveria estar para cumprir sua meta final e desconhecida.

ENERGIA – é a força que, em diversas modalidades de intensidade ou de freqüência, está presente em todas as coisas que existem, compondo-as ou influenciando as que já estão compostas: da luz, uma de suas manifestações, aos astros já materializados; tudo aquecendo, iluminando, movimentando, atraindo ou repulsando. Na matéria, como movimento, ela mantém coesos os elétrons circulando em torno dos núcleos para formação dos átomos; e, nesta ação, desenvolvem a força magnética que congrega estes para a formação das moléculas; quando átomos de diferentes elementos se atraem, compõem as moléculas de ácidos, bases e sais que, por sua vez, servem de alicerce para constituição da matéria orgânica. Movimento, luz, calor, eletricidade, raios X, infravermelhos, ultravioletas, magnetismo, gravidade, centrífuga, etc., são formas de energia em diferentes ritmos de vibração, aceleração e de concentração que se dispersam no espaço cósmico; oras materializados ou agregados à matéria já formada, incitando-as ao movimento e à evolução. Portanto, matéria é energia concentrada, conforme explicou Einstein em sua célebre fórmula E=M.c2, assim traduzida: ‘energia é igual à massa X a velocidade da luz elevada ao quadrado. Sua comprovação veio com as explosões de bombas atômicas que, em fração de segundos, fazem liberar no espaço todos os componentes energéticos contidos no material explodido: luz, visível; calor, percebido na fundição de metais e carbonização de outros materiais; e movimento, quando imensa massa fluida formada momentaneamente dentro da atmosfera impulsiona, violentamente, para longe do centro da explosão, todas as formas de matéria, sólida, líquida ou gasosa em seu entorno. E libera, também, outras radiações menos perceptíveis, porém nocivas a todas as formas de vida.
Portanto: “se, comprovadamente, matéria é energia concentrada; e, logicamente, energia é matéria em estado de dispersão”.

Temos dois níveis de concentração energética:
a) a energia atômica que mantêm congregados os componentes dos elementos simples e básicos, cujos átomos são indivisíveis e inalteráveis por processos mecânicos e que são identificados na Tabela Periódica. De formação mais antiga, compuseram o núcleo primitivo de nosso planeta. São os metais e metalóides. Os primeiros, que se caracterizam por serem eletropositivos, são todos sólidos à temperatura ambiente, com exceção do mercúrio que, nesta circunstância, é líquido. Já os metalóides, eletronegativos, apresentam-se nas três formas, dependendo da temperatura e da pressão que os envolvem. Assim, o enxofre é sólido em nossa temperatura ambiente; líquido ao atingir a sua temperatura de fusão, +115ºC; e daí em diante, se evapora e, combinado com o oxigênio, forma o perigoso anidrido sulfuroso (SO2) que, em contacto com a água, ou apenas a umidade, se transforma em ácido sulfúrico (H2SO4), altamente corrosivo.
b) -o restante da matéria existente em nosso planeta é a combinação dos elementos entre si, e os formados a partir dos ácidos, bases e sais, seguindo em sucessivas e variadas combinações e misturas, agregados pela energia luminosa captada do Sol através da fotossíntese, a matéria orgânica, desde os planctons até nós.
Normalmente, quando falamos em energia, logo é entendida como sendo elétrica. Não; como acabamos de explicar, esta é, apenas uma modalidade energética; a mais versátil e mais facilmente transportável e utilizável no domicílio e na indústria. Facilmente a transformamos em luz, calor, frio e movimento. Para efeito de avaliação da potencialidade, produção e consumo, pode-se tomar como base a caloria que é o calor necessário para elevar em um grau a temperatura de 1 centímetro cúbico de água destilada ao nível o mar. (Já existem novas definições, mas em quase nada alteram seu valor).
Por isso, nós, e tudo que nos cerca, perto ou distante, somos amontoados energéticos. Somos, portanto, energia concentrada, materializada, vivificada e ativada por diversas outras formas de energia combinadas.

Até o meado do século XVIII, as condições de vida humana eram naturais; porém muito precárias comparando-as com as dos dias atuais, no que se refere à alimentação, vestuário, higiene, habitação e transporte. As necessidades alimentares e de outros bens de uso essencial, eram supridas pelos esforços da criatividade humana e a força animal na produção agrícola e nos transportes, às vezes auxiliadas por potenciais energéticos naturais como quedas d’água para movimentar moinhos, monjolos ou carneiros hidráulicos, estes utilizados para bombear água; ou, ainda, moinhos tocados pelos ventos, e também utilizados como força propulsora na navegação à vela. Estas foram as fontes energéticas naturais que seriam destinadas pela Natureza para servir à humanidade. As dificuldades para suprir a tais necessidades, faziam com que o contingente populacional humano fosse restringido pela mortalidade precoce, especialmente de crianças, o que motivava uma natalidade intensa para compensar, e as mulheres, normalmente, tinham de uma até mais de duas dezenas de filhos. Mas, a seletividade era rigorosa e, quase sempre, somente os mais fortes conseguiam sobreviver e atingir a idade reprodutiva para gerar proles mais aptas para superar as adversidades.
Ocorre que, a descoberta da transformação da hulha em coque e com este a fundição do ferro em alta escala, proporcionou a Revolução Industrial que modificou todo o comportamento sócio-econômico da humanidade e deu início a fase em que vivemos: contamos com elevados índices de desenvolvimento humano para minorias espalhadas entre vários países, em detrimento de condições de vida dignamente aceitáveis para as maiorias em cada um deles. Tais condições geraram graves atritos sociais espalhando a insegurança pela disputa de bens de consumo e, ainda implantaram modificações no meio ambiente que poderão ocasionar um desastre de proporções inconcebíveis.
Gradativamente, máquinas foram inventadas para substituir seres humanos nas tarefas mais árduas; mas, com o decorrer do tempo, os empresários proprietários das máquinas e introdutores de novas tecnologias de trabalho, passaram a substituir, indiscriminadamente, homens pelas máquinas, buscando maiores lucros pela venda de seus produtos; ou seja, usurpando dos trabalhadores o direito de ganhos para satisfazer às suas necessidades familiares. As primeiras vítimas desta exclusão foram os lenhadores, produtores e transportadores de carvão vegetal que alimentava as rústicas siderúrgicas de então, uma vez que a hulha convertida em coque produz muitas vezes mais calorias por unidade de mão-de-obra aplicada, tendo sido esta a principal causa do progresso que, hoje, conhecemos. Máquinas a vapor substituíram escravos nos engenhos; motores elétricos, possibilitaram a criação de indústrias têxteis que substituíram as fiandeiras e as máquinas de costura aposentaram, sem remuneração, alfaiates e costureiras artesãos diversos; com o petróleo movimentando veículos com maior capacidade e menor número de operadores por tonelada transportada, muitos postos de trabalho foram arrebatados pelo empresariado. Hoje, com a expansão da informática, muito reduziram a mão-de-obra técnica; até mesmo os quadros de profissionais de nível superior. Produzem mais barato e em grande escala, porque se mobiliza menor participação humana na produção; em compensação os contingentes excluídos do trabalho perdem as condições para consumir honestamente os bens oferecidos. Caminho mais justo e harmônico teria tomado a humanidade se a ganância de empresários tivesse sido sufocada pela ação de governos esclarecidos e fortes, capazes de elevar os preços dos produtos industrializados com elevados impostos sociais para distribuí-los com os excluídos dos mercados de trabalho, como, hoje, tardiamente, se faz com a distribuição de bolsas de benefícios sociais.

No início da Revolução Industrial, a energia obtida a partir de combustíveis fósseis era baratíssima porque a hulha e o petróleo eram obtidos em jazidas quase que à flor da terra, exigindo o mínimo de trabalho humano e ainda, não se tinha noção dos danos que causariam no futuro ao meio ambiente. Tais vantagens ofereceram determinada segurança aos investidores para aplicarem seus capitais com grandes margens de lucro. Só que estes lucros não eram fruto de um trabalho realizado por trabalhadores que seriam os próprios consumidores dos produtos fabricados; mas por uma força energética cuja função vital é manter concentrado e sepultado no seio da terra, o carbono gasoso e tóxico que, se no passado distante, tivesse tido liberdade total, teria impedido a formação da vida animada; e a sua liberação excessiva para atmosfera em mais de dois séculos, já começou a comprometer sua existência futura.
Assim, nasceu o capitalismo, em que as aplicações financeiras e especulativas (bolsas) passaram a ser mais rentáveis do que a remuneração pelas vendas de mercadorias obtidas com a aplicação dos mesmos no valores no trabalho produtivo. No entanto, os custos para obtenção de energia para satisfazer às necessidades sociais introduzidas com fins lucrativos, aumentaram; primeiro: pelo aumento da profundidade das jazidas de hulha e de petróleo, principais fontes energéticas, e das distâncias a serem vencidas desde os campos de produção até os locais de consumo; e segundo: pelo início da conscientização das diversas formas de poluição ambiental causadas pelas novas tecnologias aplicadas nas produções agroindustriais, o que obrigou aos produtores a investirem em proteção ao meio ambiente, e, com isso, aumentaram, os preços comerciais; mesmo assim, o marketing capitalista continuou a oferecer aos investidores, lucros futuros que não mais poderiam obter com a venda de produtos abaixo dos custos reais, o que fez estourar a bolha nos fins do ano passado, e o que impedirá, doravante, os lucros especulativos, sem os quais, não mais existirá capitalismo. Portanto, as moedas circulantes no mundo, há muito tempo já não mais expressavam valores reais, mas, sim aqueles que eram manipulados, para mais ou para menos, pelos respectivos governos, de acordo com os interesses de grupos especuladores dominantes. Portanto, moedas flutuantes não podem expressar valores de bens reais uma vez que a emissão daquelas nunca é proporcional à existência destes, razão porque os especuladores agem, ou agiam, livremente, fazendo festa com os recursos dos investidores incautos.
Necessitamos de uma moeda mundial que expresse valores nominativos reais; e é a energia o único bem que está presente, proporcionalmente, na composição dos custos de todos os bens e direitos reais produzidos. E a unidade básica de seu valor pode ser “a caloria”. Portanto, o valor de cada bem seria calculado pelo somatório de todas as parcelas de cada forma de energia consumida desde a exploração, transporte, beneficiamento das matérias primas até o pós-consumo.

(Experiência: na década passada, adotamos um sistema, que poderá servir de base para estudos, para calcular direitos de associados em duas entidades beneficentes. A primeira delas, Associação Bahiana de Beneficência, de existência secular, possuía uma Caixa de Pecúlios cuja aplicação dos beneficiários era corroída pela inflação e, depois de trinta ou quarenta anos, por falecimento dos titulares, os beneficiários nada tinham a receber; e a Fraternidade de N.S. da Conceição, como forma de contabilização de aplicações preventivas de recursos numa caixa beneficente para assistência médica. Considerávamos a necessidade de uma correção de valores dos direitos de cada participante. Assim, a aplicação de hoje, equivalente ao valor de uma consulta médica ou de uma extração dentária, seria devido ao mesmo em qualquer época, assim como de uma cirurgia ou diária de internação hospitalar. Criamos, então “a Coroa” cujo valor unitário foi estabelecido com base na quantidade de calor emanado por cada unidade métrica de energia contida nas formas de combustíveis mais consumidos, e cujos preços comerciais seriam de fácil verificação pelas pessoas interessadas, na forma seguinte:

Gasolina automotiva comum…. litro = 11.100 Cal. = preço _________
Óleo diesel………………………….. ¨ = 10.900 ¨ = ¨ _________
Álcool hidratado………………….. ¨ = 6.400 ¨ = ¨ _________
Gás de encanado (não natural). 1 M3 = 4.300 ¨ = ¨ _________
Energia elétrica doméstica 1 Kva= 860 ¨ = ¨ _________
Total 33.560 ¨ = ¨ X
X
——— x 10.000 = valor da Coroa
33.560
(A fórmula acima citada integra os estatutos da Fraternidade de N.S. da Conceição, registrados no Cartório de Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro, em
02/12/1994.)

Por este processo monetário, pelo valor pago por qualquer bem ou serviço, o consumidor ficará sabendo quanto de energia foi gasta e consequentemente com quanto de gases poluente contribuiu na gerarão da mesma, em todas as fases de processamento, desde a obtenção da matéria prima até o momento do consumo ou do uso. P.Ex. – num automóvel X , foram gastas um milhão e meio gigacalorias, e, na sua locomoção posterior, consumirá Y calorias por quilômetro rodado; ou, no custo de uma passagem de avião ou no preço de uma pêra portuguesa comida no Brasil, ou, ainda, uma manga brasileira chupada em Portugal, e mais, a fração do preço de custo da aeronave, o passageiro ou consumidor, poderá avaliar, quanto de energia foi consumida e, conseqüentemente, com quanto de poluente contribui para o meio ambiente para satisfazer necessidades supérfluas; do mesmo modo, o preço de todas as coisas expressará o valor da energia que foi gasta na fabricação, embalagem, transporte, conservação, até mesmo na reciclagem dos resíduos. Ao reciclar resíduos de um bem que já foi consumido, o reciclador poderá avaliar se o consumo energético na reciclagem não será maior do que será o que será gasto até a aquisição de um novo bem. Muito importante para os casos de devolução de embalagens aos fabricantes de bebidas, p.ex. considerando o custo do transporte de retorno. Assim, põe-se fim na ilusão de que reciclando o lixo doméstico ou plantando algumas dezenas de árvores, o consumidor ficará quite com o meio ambiente.
Para adoção de uma moeda mundial nesta forma, pode-se tomar como base o valor da energia originada em diversas fontes, uma vez que elas são conversíveis entre si.
As grandes quantidades de energia consumida de diversas fontes, fizeram com que se adotassem unidades de medidas que abrangessem a todas elas. Assim adotaram a TEP. (Toneladas Equivalentes a Petróleo). Com esta unidade, avaliam-se o potencial energético comparativo contido em determinada queda d’água, a intensidade e a freqüência de ventos em determinada região, ou de quantidades de hulha, petróleo, carvão vegetal, lenha, gás, eletricidade, etc., comparando-o ao teor de TEP.
Portanto, vendo o mundo por este prisma de valores reais, os consumidores terão consciência dos danos ambientais causados pelo que consome e, também, uma visão real dos valores econômicos globais com muito mais segurança do que os comparados com valores fictícios de câmbios flutuantes.

Por favor, não deixem de repassar este artigo; é de interesse vital.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ACHEGA À CRIAÇÃO DO GOVERNO MUNDIAL

O grande pensador e ambientalista Leonardo Boff redigiu um artigo, publicado em jornais de 26.12.08, no qual não usa palavras diretas, mas deixa transparecer sem dúvida que vislumbra o caminho do governo mundial como forma de iniciar ações de socorro ao planeta. Divulgar seus escritos em prol do planeta é uma forma de ação ambientalista. Vejamos seu pensamento sábio, profundo e esclarecedor.
“Como escapar do fim do mundo."
"Chegamos a um tal acúmulo de crises que, conjugadas, podem pôr fim a este tipo de mundo que nos últimos séculos o Ocidente impôs a todo o globo. Trata-se de uma crise de civilização e de paradigma de relação com o conjunto dos ecossistemas que compõem o planeta Terra, relação de conquista e de dominação. Não temos tempo para acobertamentos, meias-verdades ou simplesmente negação daquilo que está à vista de todos. O fato é que assim como está, a humanidade não pode continuar. Caso contrario, vai ao encontro de um colapso coletivo da espécie. É tempo de balanço face à catástrofe previsível. Inspira-nos uma escola de historiadores bíblicos que vem sob o nome de escola deuteronomista, derivada do livro do Deuteronômio que narra a tomada de Israel e a entronização de chefes tribais (juízes). A escola refletiu sobre 500 anos da história de Israel, a idade do Brasil, fazendo uma espécie de balanço das várias catástrofes políticas havidas, especialmente, a do exílio babilônico. Segue um esquema, diria, quase mecânico: o povo rompe a aliança; Deus castiga; o povo aprende a lição e reencontra o rumo certo; Deus abençoa e faz surgir governantes sábios. Usando um discurso secular, apliquemos, analogamente, o mesmo esquema à presente situação: a humanidade rompeu a aliança de harmonia com a natureza; esta a castigou com secas, inundações, tufões e mudanças climáticas; a humanidade tirou as lições destes cataclismos e definiu um outro rumo para o futuro; a natureza resgatada favorece o surgimento de governos que mantém a aliança originária de harmonia natureza-humanidade. Ocorre que apenas uma parte deste esquema está sendo vivida: que lições estamos tirando dos transtornos que estão ocorrendo globalmente? Todos estamos perplexos sem saber que caminho tomar. Alguns querem continuar pela mesma rota que os conduziu ao desastre. Outros se dão conta de que temos que mudar os fundamentos da nossa convivência com os humanos e com a Terra, organismo vivo, doente e incapaz de se auto-regular. Essa mudança deve possuir uma função terapêutica: salvar a Terra e a Humanidade, que se condicionam mutuamente. O fato é que precisamos escutar aqueles que com consciência da situação nos estão oferecendo as melhores propostas. Eles não se encontram nos centros do poder decisório do Império. Estão na periferia, no universo dos pobres, aqueles que para sobreviver têm que sonhar, sonhos de vida e de esperança. Uma destas vozes é de um indígena, o Presidente da Bolívia, Evo Morales. Ele escreveu, agora em novembro, uma carta aberta à Convenção da ONU sobre mudanças climáticas na Polônia. Escutando o chamado da Pacha Mama conclama: ‘Necessitamos de uma Organização Mundial do Meio Ambiente e da Mudança Climática, à qual se subordinem as organizações comerciais e financeiras multilaterais, para promover um modelo distinto de desenvolvimento, amigável com a natureza e que resolva os graves problemas da pobreza. Esta organização tem que contar com mecanismos efetivos de implantação de programas, verificação e sanção para garantir o cumprimento dos acordos presentes e futuros… A humanidade é capaz de salvar o planeta se recuperar os princípios da solidariedade, da complementaridade e da harmonia com a natureza, em contraposição ao império da competição, do lucro e do consumismo dos recursos naturais.’ Evo Morales é indígena de um pais pobre. Temo que ele conheça o destino da triste história narrada pelo livro do Eclesiastes: ‘Um rei poderoso marchou sobre uma pequena cidade; cercou-a e levantou contra ela grandes obras de assédio. Havia na cidade um homem pobre, porém sábio que poderia ter salvo a cidade. Mas ninguém se lembrou daquele homem pobre porque a sabedoria do pobre é desprezada’(9,14-15). Que isso não se repita de novo.”