terça-feira, 30 de outubro de 2012

BERTRAND RUSSELL



“O homem, sem rudimentos de filosofia, passa pela vida preso a preconceitos derivados do senso comum, a crenças costumeiras da sua época ou da sua nação, e a convicções que cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consentimento da sua razão deliberativa. Para tal homem o mundo tende a tornar-se definitivo, finito, óbvio; os objetos comuns não levantam questões, e as possibilidades incomuns são rejeitadas com desdém.

 Pelo contrário, mal começamos a filosofar, descobrimos (…) que mesmo as coisas mais quotidianas levam a problemas aos quais só se podem dar respostas muito incompletas. A filosofia, apesar de não poder dizer-nos com certeza qual é a resposta verdadeira às dúvidas que levanta, é capaz de sugerir muitas possibilidades que alargam os nossos pensamentos e os libertam da tirania do costume.

 Assim, apesar de diminuir a nossa sensação de certeza quanto ao que as coisas são, aumenta em muito o nosso conhecimento quanto ao que podem ser; remove o dogmatismo algo arrogante de quem nunca viajou pela região da dúvida libertadora, e mantém vivo o nosso sentido de admiração ao mostrar coisas comuns a uma luz incomum.”

Bertrand Russell (1912) Problemas da Filosofia. Trad. de Desidério Murcho. Lisboa: Edições 70, 2008, pp. 216-217.

 
Fonte: Fábio Oliveira

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

JOSÉ PEPE MUJICA


Discurso do presidente do Uruguai, José Pepe Mujica (citado em 30 de agosto de 2012, no incrível blog “Hora de Mudar” da Ziulia Sbroglio, sobre o minimalismo e novos comportamentos para combater o consumismo).

"Autoridades  presentes, de  as  latitudes e  organizações,  muito obrigado.  Meus  agradecimentos  ao  povo  do  Brasil  e  a  sua  senhora Presidente.  Muito  obrigado  à  boa  fé,  que  certamente  todos os  oradores que  me antecederam demonstraram.

Expressamos a íntima vontade, como governantes, de acompanhar todos os acordos, que esta nossa pobre humanidade pode assinar.

No entanto, deixem-me fazer algumas perguntas em voz alta.

Durante a tarde toda, falamos sobre desenvolvimento sustentável. De  como eliminar o imenso problema da pobreza.

Que se passa em nossas cabeças? Qual o modelo de desenvolvimento e consumo que atualmente vivem as sociedades ricas?

Faço esta pergunta: o que aconteceria com este planeta se os habitantes da Índia tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães possuem? Quanto oxigênio teríamos para respirar? O mundo de hoje teria os elementos materiais para que 7 a 9 bilhões de pessoas possam desfrutar de mesmo nível de consumo e desperdício que têm as sociedades mais ricas do Ocidente? Isto é possível? Ou será que teremos que ter um dia um outro tipo de discussão?

Porque nós criamos esta civilização em que estamos: filha do mercado, filha da competição, que se deparou com o progresso material enfático e explosivo. A economia de mercado criou sociedades de mercado.

E nos deparamos com esta globalização, que significa olhar por todo o planeta. Estamos governando a globalização ou é a ela que nos governa?

Possível falar de solidariedade e que estamos "todos juntos" em uma economia baseada na concorrência impiedosa? Até onde chega nossa fraternidade?

E não digo nada disso para negar a importância deste evento. Pelo contrário, o desafio que temos pela frente é de uma grandiosidade colossal.

A grande crise não é ecológica, é política. O homem não governa hoje! Não há forças envolvidas, senão as forças que governam o homem e a vida.

Porque não viemos ao planeta para nos desenvolvermos, em termos gerais. Nós viemos ao planeta para sermos felizes. Porque a vida é curta, e rapidamente se vai. E nenhum bem vale mais que a vida, isto é claro! Mas a vida vai se passando, e nós trabalhando e trabalhando para consumir sempre mais e a sociedade de consumo é o motor, porque, em última análise, se o consumo está paralisado, a economia para, e se parar a economia, o fantasma da estagnação econômica aparece para cada um de nós.

Mas este hiper consumo, este que está agredindo o planeta. E eles têm que acelerar este hiper consumo, fazendo coisas que durem pouco, porque é preciso vender muito.

E uma lâmpada elétrica, então, não pode durar mais de 1000 horas. Mas existem lâmpadas que podem durar 100 mil, 200 mil horas! Contudo estas não podem ser feitas porque o problema é o mercado, porque temos que trabalhar e temos de sustentar uma sociedade que "usa e joga fora", e por isso estamos em um círculo vicioso.

Estes são problemas de caráter político, que estão dizendo que está na hora de começar a lutar por outra cultura.

Não se trata de retornar para os dias do homem das cavernas, ou ter um "monumento ao atraso". Não podemos continuar indefinidamente sendo governados pelo mercado, e sim, temos que governar o mercado.

Então eu digo, na minha humilde forma de pensar que o problema que temos é político.

Os antigos pensadores - Epicuro, Sêneca, incluindo os Aymaras, definiam: "Pobre não é aquele que tem pouco, mas sim aquele que necessita infinitamente de muito, e deseja, e deseja, mais e mais!" Isto é crucialmente de caráter cultural.

Então, eu saúdo os esforços e acordos que estão sendo feitos. E eu vou segui-los, como governante.

Sei que algumas coisas que estou dizendo "perturbam". Mas devemos perceber que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não são a causa. A causa é o modelo de civilização que nós construímos. E nós temos que rever nosso modo de vida.

Eu pertenço a um país pequeno e bem dotado de recursos naturais para viver. No meu país há 3 milhões, pouco mais, 3 milhões e 200 mil habitantes. Mas há cerca de 13 milhões de vacas, das melhores do mundo. E cerca de 8 a 10 milhões de excelentes ovelhas. O meu país é um exportador de alimentos, laticínios e carne. É uma planície onde quase 90% da terra é aproveitável.

Meus amigos trabalhadores lutaram arduamente para conquistar as máximas 8 horas de trabalho. E agora eles estão conseguindo o direito as 6 horas. Mas aqueles que conseguiram as 6 horas, precisam agora ter dois empregos, portanto, trabalham mais do que antes. Por quê?

Porque eles têm uma infinidade de despesas: a motocicleta que comprou, o automóvel, e pagar as contas, e contas. E quando você acordar perceberá que é um velho reumático como eu e se passou toda a vida. E fará esta pergunta: este é o sentido da vida humana?

Essas coisas que eu digo são elementares: o desenvolvimento não pode ir contra a felicidade. Tem que ser a favor da felicidade humana, do amor à Terra, às relações humanas, do amor aos filhos, de ter amigos, ter somente a necessário. Precisamente, porque este é o tesouro mais valioso que temos.

Quando lutamos pelo meio ambiente, devemos lembrar que o primeiro elemento do meio ambiente se chama FELICIDADE HUMANA. Muito Obrigado!"

 

 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ENERGIA NUCLEAR EM DESUSO

Autor: Heitor Scalambrini Costa
  Setembro de 2012 ficará marcado na história pelos anúncios feitos pelos governos japonês e francês, a respeito da decisão de se afastarem da energia nuclear, responsável pelos piores pesadelos da humanidade. Esta tomada de posição tem um significado especial, visto que estes países, até então defensores desta fonte energética, têm em suas matrizes a maior participação mundial da nucleoeletricidade. Depois da histórica decisão do governo alemão em abandonar em definitivo a energia nuclear, agora são os governos do Japão e da França que vão rever os planos relativos ao uso do nuclear.
O Japão anunciou que irá abrir mão da energia nuclear ao longo das próximas três décadas. Esta decisão, tomada após um encontro ministerial (14/09), indica o abandono de tal fonte energética na “década de 2030″. Esta posição governamental foi tomada após o desastre de Fukushima que abalou a confiança da população na segurança dos reatores nucleares. O plano japonês apresentado é semelhante ao da Alemanha, primeira nação industrializada que comprometeu desligar todos os seus 17 reatores até 2022. Sem dúvida para o Japão, a tarefa é complexa visto que 1/3 da eletricidade gerada no país é proveniente dos 50 reatores instalados em seu território.
Ainda sobre a decisão do governo japonês existem criticas por não ter sido especificado, quando exatamente a meta seria alcançada, já que a decisão agora tomada não seria obrigatória para governos futuros. O que significa em principio, que uma nova administração poderia reverter os planos. Todavia, analistas afirmam que dificilmente esta mudança de rumo ocorreria pelo alto engajamento e conscientização dos japonese(a)s, demonstrada em recente pesquisa de opinião, onde mais da metade da população se diz favorável ao fim do uso do nuclear no país. Também houve criticas sobre o porque deste calendário ser tão dilatado, já que o país chegou a desligar 48 dos reatores depois do desastre de Fukushima, e poderia, com o aumento da participação das fontes renováveis e com um ambicioso programa de eficientização energética, atingir a meta num prazo menor. Todavia, mesmo com estas ressalvas, a decisão anunciada aponta para um novo rumo na questão energética japonesa e mundial.
Já na França, em recente conferencia realizada (14 e 15/9) sobre questões ambientais, em Paris, o presidente, François Hollande, cumprindo promessa de campanha, declarou que está engajado na transição energética, baseada em dois princípios: eficiência e fontes renováveis; e que planeja reduzir a dependência do país da energia nuclear, hoje correspondendo a 75% da matriz energética, para 50% até 2025.
Sem ter metas conclusivas para o abandono definitivo da energia nuclear no seu território, sem duvida a decisão do governo francês é histórica e extremamente positiva, visto que até então, discutir a questão nuclear na França era tabu. Para aqueles defensores desta tecnologia que sempre mencionavam o estado francês como referencia de uma experiência exitosa na área nuclear, fica ai uma derrota de grandes proporções. Sem dúvida, a França rever sua posição, mesmo diante das dificuldades, da complexidade do problema e das contradições existentes, é indispensável para um mundo de amanhã sem nuclear.
Somados a Áustria, Bélgica, Suíça, Itália (decisão plebiscitaria, onde mais de 90% da população votou contrário à instalação de novos reatores nucleares em seu território) que reviram os planos de instalação de novas usinas, e decidiram se distanciar da energia nuclear; agora a Alemanha, o Japão e a França tomaram decisões semelhantes.
Diante deste contexto internacional fica aqui uma pergunta que não quer calar: porque então o governo brasileiro insiste em planejar a construção de usinas nucleares? Com a palavra as “autoridades energéticas”.
Fonte: EcoDebate, 24/09/2012
 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A PROSTITUIÇÃO DA COISA PÚBLICA

Autora: Sueli Meirelles, psicóloga
Não nos bastasse o Big Brother Brasil, como demonstrativo da decadência da cultura nacional, um outro Big Brother atraiu os olhares da população, na última semana. A mídia – o Olho que tudo vê - apontou para os bastidores do poder, onde o erário público estava sendo tratado de maneira vil e promíscua, sem os mínimos valores éticos que deveriam nortear aqueles a quem cabe gerir os bens públicos. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, alí estava institucionalizada a prostituição da coisa pública, como meio de obtenção de prazer para aqueles que perderam seus valores existenciais.
Como estamos vivendo os estertores agonizantes de uma civilização decadente, não nos surpreende que tenhamos, hoje, os mesmos padrões éticos e morais que levaram tantas civilização antigas à extinção: Ênfase na satisfação dos desejos e acúmulo de bens materiais.
Quando analisamos os modelos de comportamento da primeira metade do século passado, observamos que havia uma pressão social muito forte para que as pessoas agissem de acordo com a moral da época e aquele que se desviasse desse modelo pré-estabelecido, tornava-se objeto de forte discriminação e preconceito social.
Na segunda metade do século passado, a cultura vigente privilegiou a ética do oportunismo e do lucro imediato, dissociado da capacidade de trabalho e da produtividade do indivíduo, o qual buscava enriquecer através de negociatas e especulações financeiras, deixando cair no esquecimento os valores defendidos até então. Esse afrouxamento permitiu que aqueles que procuravam manter as aparências de uma conduta honesta, apenas pelo medo da censura socal, tornassem explícita sua verdadeira natureza. Hoje, cada cidadão está totalmente livre para exercer sua ética pessoal por foro íntimo, sem que sofra qualquer tipo de pressão em relação a isto.
Neste momento evolutivo, separa-se o joio do trigo. Para que se desenvolva a verdadeira ética, cada cidadão tem total liberdade de ser o que verdadeiramente é. Aqueles que no meio do atual caos social, expressam valores morais e éticos não o fazem por medo da censura mas, pelo contrário, compõem uma minoria social, muitas vezes ridicularizada pela maioria que preferiu a inversão valores que orientam suas vidas.
Dentro deste contexto, o episódio da semana passada, afigura-se como uma fênix renascendo das cinzas da civilização materialista em extinção. Nas palavras do próprio Secretário “Se eu não puder entrar pela porta da frente, a vida não vale a pena ser vivida.” Talvez este seja o ponto de partida para o retorno dos valores morais que se perderam. Quantos, entre os que se propõem a direcionar os rumos políticos deste país, sabem qual o sentido de suas próprias vidas? Quantos sabem, efetivamente, para que vieram ao mundo e que papel têm a desempenhar na sustentação da sociedade a que pertencem? Quantos, ao chegarem ao final da estrada terrena, deixarão aqui registradas as suas passagens, com alguma contribuição significativa e digna? Quantos sairão daqui moralmente mais endividados ainda? Com seus padrões éticos distorcidos, cristalizados pela idade, não parece viável esperamos que consigam reverter tal modelo de mundo. Para eles já é tarde demais...
Entretanto, para os pais e educadores, integrantes deste povo tão espoliado em seus direitos, mas que ainda têm nas mãos a tarefa de formar as novas gerações, fica a responsabilidade de resgatar os valores éticos fundamentais para uma sociedade futura mais justa e equilibrada. Uma sociedade para a qual os registros dos arquivos televisivos de hoje sejam apenas uma triste lembrança, de um tempo em que a cegueira humana chegou até a alma. Um tempo de escuridão moral que esperamos que não volte nunca mais a nos envergonhar de sermos brasileiros.
Fonte: Fábio Oliveira – fabioxoliveira2007@gmail.com
 
 
                                  

sábado, 6 de outubro de 2012

A POPULAÇÃO DO JAPÃO EM 2100

 
Autor: José Eustaquio Diniz Alves
[EcoDebate] O Japão é um dos exemplos mais significativos de decrescimento demográfico. A população japonesa era de 82,2 milhões de habitantes em 1950 (enquanto o Brasil tinha 52 milhões) e chegou ao seu pico máximo em 126,6 milhões em 2009. Aumentou apenas 50% em 60 anos (período em que a população mundial quase triplicou) e iniciou uma fase de declínio. Tudo indica que, no “Império do Sol”, as duas fases de crescimento e decrescimento populacional vão se conformar, aproximadamente, no formato de uma curva normal (curva de Gauss), que também é o formato do cone perfeito do Monte Fuji.
A divisão de população da ONU estima, para o ano de 2050, uma população de 121,5 milhões na hipótese alta, de 108,5 milhões na hipótese média e de apenas 96,7 milhões na hipótese baixa. Para o final do século as hipóteses são: 141,7 milhões de habitantes, na hipótese alta, de 91,3 milhões, na média, e somente 55,2 milhões na hipótese baixa. Ou seja, o Japão pode ter uma população em 2100 menor do que aquela de 1950.
O Japão que tinha a quinta maior população do mundo, quando o globo tinha cerca de 2,5 bilhões de habitantes (cerca de 3% dos habitantes do mundo em 1950), deve passar para cerca de 0,5% dos habitantes do mundo no final do século XXI. A densidade demográfica do Japão era de 218 habitantes por km2, passou para 335 hab/km2 em 2010 e deve cair para 242 hab/km2 na projeção média para 2100.
O declínio da população japonesa decorre das baixas taxas de fecundidade total (TFT). Durante a Segunda Guerra, o militarismo japonês incentivou o aumento da fecundidade, mas depois da derrota, o tamanho das famílias caiu e as mulheres já apesentavam uma média de somente 3 filhos no quinquênio 1950-55. Dez anos depois a fecundidade já estava abaixo do nível de reposição e continuou caindo até o limite inferior de 1,3 filhos por mulher no quinquênio 2000-05. A divisão de população da ONU acredita que as taxas de fecundidade vão aumentar até atingir o nível de reposição (2,1 filhos por mulher) no final do atual século. Mas mesmo com as taxas de fecundidade voltando a subir, a população vai continuar caindo, porém, pode cair em ritmo maior ou menor dependendo da recuperação do número de filhos das famílias.
O Japão foi um dos países que apresentou uma das maiores taxas de crescimento econômico e social entre 1950 e 1990, aproveitando de forma exemplar a fase propícia da estrutura etária que, em geral, fornece um bônus demográfico, quando há investimentos corretos em educação, saúde e mercado de trabalho. Foi o primeiro país oriental a entrar no clube dos países desenvolvidos.
O Japão tinha uma taxa de mortalidade infantil de 50 por mil no quinquênio 1950-55 e conseguiu fazer um feito histórico com a redução para 2,6 mortes para cada mil nascimentos, uma das mais baixas do mundo e quase chegando nos limites biológicos de baixa. Para o quinquênio 2045-50 estima-se uma taxa de 2,3 por mil. Esta espetacular queda da mortalidade infantil teve papel fundamental para tornar a esperança de vida da população japonesa a maior do mundo. No quinquênio 1950-55 os japoneses viviam em média 62,2 anos e atingiram uma esperança de vida de 82,7 anos no quinquênio 2005-10, sendo que as mulheres japonesas estavam na liderança mundial vivendo 87,4 anos em média.
O Japão – único país do mundo a sofrer ataques atômicos (em Hiroshima e Nagasaki) – conseguiu uma grande recuperação após a Segunda Guerra Mundial e se tornou a terceira economia do mundo, garantindo um grande padrão de vida para a sua população. Mas o país depende dos recursos naturais do restante do mundo.
Segundo o relatório Planeta Vivo de 2012, da WWF, a população japonesa tinha uma pegada ecológica de 4,17 hectares globais (gha) em 2008, para uma biocapacidade de somente 0,59 gha. Isto quer dizer que o país do sol nascente tem um déficit ambiental de cerca de 600%, embora seja um dos países que apresente grande cobertura florestal em seu montanhoso território.
Uma diminuição da população japonesa nas próximas décadas pode ser muito positivo para a redução do déficit ambiental do país. Mas apenas a diminuição do número de habitantes não resolve o problema da pegada ecológica. Depois desastre ocorrido na usina nuclear de Fukushima, o Japão vai precisar investir bastante em energias renováveis (eólica, solar, das ondas, geotérmica, etc.) para reduzir a dependência da energia nuclear e dos combustíveis fósseis, diminuindo subtancialmente a emissão de gazes de efeito estufa.
Talvez a terra dos Samurais seja o primeiro país a apresentar decrescimento populacional e econômico, nesta primeira metade do século XXI, mas sem prejudicar significativamente a qualidade de vida de seus cidadãos. O Japão pode se tornar um bom laboratório para a perspectiva da “prosperidade sem crescimento” ou até mesmo da “prosperidade com decrescimento”.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal Ecodebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
EcoDebate, 21/09/2012