quarta-feira, 29 de maio de 2013

A TEMPERATURA SUBIU MAIS NOS ÚLTIMOS 150 ANOS

 Uma nova pesquisa indica que a temperatura média do planeta esteve mais alta na última década do que na maior parte dos 11.300 anos anteriores. O estudo [A Reconstruction of Regional and Global Temperature for the Past 11,300 Years], publicado nesta quinta-feira pela revista Science, oferece um contexto de longo prazo para as discussões sobre aquecimento global. Matéria de Renato Martins, na Agência Estado, com informações adicionais do EcoDebate.
A pesquisa tem o objetivo de dar uma visão global das temperaturas da Terra nos últimos 11.300 anos – um período relativamente ameno, conhecido como Holoceno, que começou ao fim da última era glacial e cobre toda a civilização humana. O estudo mostra que uma variação de 1 grau na temperatura média do planeta, que demorou 11 mil anos para acontecer, foi replicada nos últimos 150 anos, desde o começo da Revolução Industrial.
Dentro desse cenário, a década entre 2000 e 2009 foi uma das mais quentes desde que esses dados começaram a ser coletados, mas as temperaturas médias não romperam os níveis do início do Holoceno. De acordo com a pesquisa, agora elas estão para chegar a esses níveis. E, se os cientistas estão certos, o planeta estará mais quente em 2100 do que nos últimos 11.300 anos.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon e da Universidade Harvard e financiado pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA. Ele também tenta responder a uma questão crucial: o salto na temperatura planetária registrado nos últimos 150 anos pode ser explicado por variações naturais de longo prazo ou são resultado das emissões de gases causadores do efeito estufa feitas por atividade humana?
Os pesquisadores concluíram que a causa é a atividade humana, por causa do caráter repentino da mudança de temperatura, que parece destoar da tendência de longo prazo. “O que é diferente é o ritmo da mudança. O que vimos nos últimos 150 anos é muito maior do que vimos nos últimos 11 mil anos”, disse o líder da equipe de pesquisa, o paleoclimatologista Shaun Marcott, da Universidade Estadual de Oregon.
Estimativa
O trabalho de estimar o clima antigo da Terra se apoia em medições indiretas, tomadas a partir de fósseis marinhos ou de amostras de gelo, que oferecem um registro físico das temperaturas. Por exemplo, cientistas fazem organismos marinhos crescer a temperaturas variáveis e vinculam mudanças na “assinatura química” de suas conchas a diferentes temperaturas da água. Esses dados, por sua vez, são usados para estudar fósseis marinhos. Para confirmar uma descoberta, os pesquisadores verificam se os registros de temperaturas obtidas a partir de uma fonte, como a dos fósseis marinhos, estão de acordo com os dados obtidos de outras fontes, como o gelo escavado a diferentes profundidades.
A maioria dos cientistas acredita que as emissões de gases causadores do chamado efeito estufa, como o dióxido de carbono, é responsável pela elevação da temperatura da Terra. Outros discordam. O debate é importante porque orienta a formulação de políticas energéticas pelos governos e a regulamentação da atividade de várias indústrias.
As projeções baseadas na pesquisa indicam que a temperatura da atmosfera terrestre poderá subir de 2 graus a 5 graus Celsius até o ano 2100. “O relatório é conclusivo ao mostrar que a Terra está se aquecendo. Em 2100, ela estará bastante mais quente do que há 11 mil anos”, disse David Anderson, que dirige o programa de paleoclimatologia da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), e que não esteve envolvido com a pesquisa. As informações são da Dow Jones.
Fonte: A Reconstruction of Regional and Global Temperature for the Past 11,300 Years
Shaun A. Marcott, Jeremy D. Shakun, Peter U. Clark, and Alan C. Mix
Science 8 March 2013: Vol. 339 no. 6124 pp. 1198-1201DOI:10.1126/science.1228026
http://www.sciencemag.org/content/339/6124/1198.abstract
EcoDebate, 08/03/2013
 

domingo, 26 de maio de 2013

TODA GUERRA COMEÇA COM UMA MENTIRA

 
Autor: Norbert Suchanek
 [EcoDebate] Rio de Janeiro, sexta feira, 22 de março de 2013, meio dia. Uma data que vai ficar na memória da cidade e na memória da luta pelos direitos dos povos originais do Brasil. Depois de 9 horas de cerco pela Polícia Militar e tropas especiais de choque e Paraquedistas do Governador Sérgio Cabral, começou a invasão. Com gás lacrimogêneo e balas de borracha, cerca de 50 soldados de elite atacaram uma dúzia de índios e apoiadores na Aldeia Maracanã. A razão alegada pelos oficias desta invasão violenta: Os próprios índios tinham ateado fogo no telhado de palha de sua tenda no terreno do museu. As forças especiais “teve” que invadir o prédio para salvá-lo e seus ocupantes. Toda guerra começa com uma mentira.
Pouco antes da invasão, quando um grupo dos índios já haviam saído do prédio, a liderança indígena Urutau Guajajara tentou negociar uma última vez com os representantes do Governo Cabral. Os representantes dos povos indígenas do Brasil querem ser respeitados e usar o prédio como um Centro das Culturas Indígenas. Mas o Governo quer instalar neste prédio, que foi doado no século 19 às culturas indígenas do Brasil, um Museu Olímpico. O Governo Cabral ganhou uma batalha. Mais a guerra continua.
O prédio tem uma história longa, rica e importante para o Rio de Janeiro, Brasil e seus povos originais. No século 19, o Duque de Saxe, descendente dos imperadores da Alemanha e Áustria, doou o terreno para ser um centro de memória das culturas indígenas do Brasil. E no começo do século 20, o prédio foi sede do SPI (Serviço de Proteção ao Índio): “Os índios nordestinos, como os Tuxá, Fulni-ô, Pankararu aqui vieram falar com Rondon na década de 1920, os Truká e Kariri, nos anos 1940; na década de 1950, vieram todos, os Kayapó logo após o primeiro contato em 1953, os Kraô, Canela, Terena, enfim, os Bororo – de quem Rondon descendia – vieram para simplesmente conversar com Rondon, ouvir dele uma palavra de alento e esperança de um futuro melhor, nesse prédio do Museu do Índio”, escreveu o antropólogo e ex-presidente da FUNAI, Mércio P. Gomes no seu laudo antropólogico sobre este prédio. Gomes:”Este prédio guarda essa memória em suas paredes, no ar que nele se respira.”
Em 1954, o prédio virou o primeiro Museu do Índio do Brasil, criado pelo Darcy Ribeiro. Quando o museu mudou de endereço para Botafogo, este palácio foi abandonado e esquecido pelo Governo Federal e os governos do Estado e da cidade.
A luta por este antigo Museu do Índio, a luta pela Aldeia Maracanã, a luta pela criação de um Centro Cultural Indígena Independente da Funai começou em outubro de 2006. As autoridades quiseram demolir o prédio para fazer um shopping e um estacionamento para a Copa de 2014. Para proteger este casarão importante na história do Brasil e seus povos originais, um grupo de índios de vários estados do Brasil ocuparam este espaço durante o 1º Encontro Movimentos dos Tamoios: “A principal reivindicação do Movimento, com esta ocupação, é a transformação do local em um centro para o resgate e disseminação da cultura indígena, administrado pelos próprios indígenas.” O nome Movimento Tamoio foi bem escolhido para lembrar a Confederação dos Tamoios, a primeira revolta indígena contra a escravidão, ocorrida em 1562, no litoral paulista e fluminense.
Manter a ocupação deste espaço durante mais de seis anos não foi fácil para Carlos Tukano, Afonso Apurinã, Dauá Puri, Urutau Guajajara e demais lutadores e lutadoras do movimento indígena – criado pelos representantes dos Pataxó, Guajajara, Tukano entre outros: Um prédio com telhado quebrado, sem água, muitas vezes sem eletricidade, sem recursos financeiros, com inundações durante as épocas de chuva e sempre com ameaça de desocupação violenta pelas autoridades. Mas eles manterem a sua presença no prédio, ficaram firme nos dias de sol a nas noites de chuva e criaram a Aldeia Maracanã.
Graças a esta firmeza, a luta teve um sucesso: Os planos de demolição foram eliminados e o Governo Cabral precisava reconhecer o prédio como um patrimônio histórico. Isto é verdadeiramente um sucesso, um sucesso de luta contra as autoridades, contra espertos e contra milhares de pessoas que falavam: “Não vale a pena lutar, o governo já decidiu derrubar.” O povo do Rio de Janeiro e do Brasil precisam agradecer estes heróis indígenas por ter salvado este patrimônio histórico.
O Movimento Tamoio ganhou esta primeira batalha importante. Mas o Governo Cabral, que definitivamente perdeu esta luta e precisava abandonar a ideia de demolição deste patrimônio, ainda não quer respeitar os índios e a história do prédio. Cabral quer agora instalar lá um Museu Olímpico. Em troca de sair do prédio, os “índios” podem no futuro ter no Museu Olímpico um pequeno espaço, uma loja para vender os seus artesanatos e uma moradia fora do Maracanã.
Aceitar esta proposta significará jogar fora o sucesso da luta de mais de seis anos. Isto foi claro para uma das lideranças indígenas do movimento, Urutau Guajajara. A luta pelo prédio é uma luta maior, uma luta pelo respeito de todos índios do Brasil que no século 21 se emancipam contra a tutela do Estado.
Além disso: Aceitar esta proposta do Cabral significará trair os próprios valores desta luta indígena. Lembramos: O prédio foi doado originalmente às culturas indígenas. Um Museu Olímpico dentro destes muros históricos é como um tapa na cara. Os jogos olímpicos modernos é uma instituição privada de destruição da natureza em alta escala, um projeto internacional do capital especulativo em nome do esporte e sem respeito aos povos locais. No mundo, várias populações sofreram nas últimas décadas por causa da construção de instalações e estádios olímpicos e especulação imobiliária. Por causa disso, existe há muito tempo movimentos contra estes jogos olímpicos, como foi visível na última vez em Chicago, 2007, quando milhares de cidadãos se mobilizaram contra a Olimpíada na sua cidade.
Mas a luta pelo Antigo Museu do Índio, a luta pela Aldeia Maracanã, a luta pela criação de um Centro Cultural Indígena Independente ainda não precisa estar perdida. Um Museu Olímpico neste prédio precisa da bênção do Comitê Internacional Olímpico.
E este Comitê Olímpico é muito sensível contra criticas. O Comitê Olímpico já tem muitos problemas e críticas pela corrupção – assim como o Comitê da Copa Mundial (FIFA). Já a FIFA não quer ser responsável pela anunciada demolição deste prédio. Quando o Governo do Estado declarou no ano passado que a demolição do antigo Museu do Índio era uma exigência da FIFA, a própia FIFA declarou rapidamente que nunca solicitou a demolição do prédio, por causa do medo de manchetes negativas.
E com certeza, o Comitê Internacional Olímpico também não vai querer mais um problema e mais manchetes negativas. Mas um museu olímpico no Rio de Janeiro, sem a participação do Comitê Internacional Olímpico, não faz nenhum sentido e vira uma ideia sem fundamento.
Norbert Suchanek, Correspondente e Jornalista de Ciência e Ecologia, é colaborador internacional do EcoDebate
Fonte: EcoDebate.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

SOMOS PRAGA NO PLANETA


Trata-se de uma seleção de artigos publicados na Internete, contendo num total de 93 abordagens, direta, indireta  ou simbolicamente sobre o ambientalismo, esse enfoque vital por que passa a humanidade.

Damos abaixo uma amostra da coletânea, justamente o artigo que deu nome ao livro.  

       SOMOS PRAGA NO PLANETA

     Praga tem diversas acepções, mas a definição objeto de nossas considerações é simplesmente a que se refere à quantidade excessiva de um fator num sistema, desqualificando o próprio sistema. Em outras palavras: presença em quantidade superior à que um sistema coeso consegue suportar. Essa situação só pode ocasionar o desequilíbrio entre as forças de qualquer ambiente, causando o desarranjo harmônico entre as partes e, consequentemente, o caos.  

  Sobre esse princípio são construídas as principais máquinas destrutivas para a guerra. Um exemplo simples é o da granada. Contido em espaço restrito, numa situação de estabilidade, basta o conteúdo ser transformado em gás para que ele cumpra sua missão química de expansão, causando a desordem pontual e suas calamitosas conseqüências. O poder destrutivo da granada se deve à extrema rapidez – praticamente instantânea – da ocorrência das fases do processo.

  No campo biológico, ocorre o mesmo roteiro apontado acima, só que em tempo muito mais lento. O dano, no entanto, pode ser considerado equivalente. A diferença também está na abrangência de cada fator. Enquanto a granada provoca seus males em área restrita, as ofensas à Natureza projetam as conseqüências trágicas para todo o planeta.

  Quando um agricultor verifica que apareceram insetos sugadores (digamos, o percevejo verde) em sua lavoura de soja, contrata um agrônomo para cuidar do problema. O profissional comparece ao campo de plantio e faz uma análise da situação. Colhe uma amostra estratificada e faz seu ajuizamento, no qual pondera diversas circunstâncias: tamanho e estágio vegetativo da lavoura, índice da incidência dos insetos, cálculos sobre capacidade de produção, custos diversos, etc. Após ponderar os dados obtidos, formará um juízo técnico para a ocasião.

  Poderá dizer ao agricultor que nada deve ser feito no combate aos insetos no momento. Acrescentará, naturalmente, que a invasão  ainda não constitui uma ameaça à lucratividade da colheita estimada.  Seu veredito vale para aquela visita, em função do aspecto econômico. Suas análises semanais posteriores guiarão as conclusões parciais ou definitivas. 

  Enquanto o agrônomo trabalha, os hóspedes indesejados, inocentes e alheios a tudo, continuam no seu labor natural de vida.  Estão ali, num campo farto de alimento e cumprem o objetivo natural da reprodução. O instinto não lhes informa nem eles são capazes de medir as conseqüências do crescimento populacional exagerado. Prosseguem o roteiro natural, em obediência ao imperativo genético    

 Não sabem que, ao ultrapassarem o ponto de equilíbrio, o agrônomo decretará a mudança do seu nome: deixará de se chamar percevejo verde, que lhe dá a identidade, e passará a ser simplesmente designado por praga, nome genérico terrível que iguala todos os seres que se atrevam a ser protagonistas do desequilíbrio do seu hábitat.

 A reação, a partir desse ponto, será violenta. É uma situação extrema de luta de vida ou morte. Nessa qualificação de praga, a decisão do profissional não mais será a de tolerância, mas a de combate mortal com uso de todo o arsenal disponível, inclusive o químico. Assim, a tragédia da mortandade naquele ambiente agrícola será irreversível. Os agrotóxicos varrerão da vida todos os habitantes da cultura, inclusive os inocentes insetos benéficos que ali estavam tentando manter o equilíbrio biológico. A devastação é total em benefício e defesa das plantinhas de soja que se reverterão em lucro. Esse mesmo lucro que preside a linguagem econômica. 

  Se tal lavoura fosse deixada ao seu próprio destino, sem assistência do profissional, o prejuízo para o lavrador seria total. Como fonte alimentícia para o percevejo, tenderia ao esgotamento total, levando à inanição e morte toda a comunidade hospedeira. As disponibilidades ambientais se extinguiriam e a situação mudaria para um estado caótico em que a tragédia não pouparia ninguém e somente a Natureza, no seu ritmo lento, saberia como estabilizar.

  O animal humano, que se faz representar em todo o globo por  população de quase 7 bilhões de indivíduos, com sua visão egoística e interferindo na dinâmica ecológica da terra, dos rios, dos mares, da atmosfera, provoca os mesmos danos que o percevejo da soja. A diferença é que, no exemplo citado, fizemos um enfoque no trabalho de um agricultor mantendo um objetivo produtivo.

Já no que diz respeito à situação real por que passa o planeta em seus recursos, a fome dos humanos é contínua e geometricamente cumulativa: fome alimentícia; fome de lucro; fome de comodismo; fome de grandeza; fome de vaidades; fome de supérfluos; fome de entesouramento.

Segundo os cálculos atualizados, as ações humanas retiram do planeta 30% a mais do que ele consegue disponibilizar pela dinâmica natural. Há, portanto, uma queima de capital, um déficit de recursos, uma desproporcionalidade, um desequilíbrio ambiental gravíssimo. Estamos gastando o precioso futuro para o qual nossos descendentes nascerão munidos da vã esperança de viver em ambiente sustentável. Estamos-lhes deixando heranças

materialmente ricas, mas recursos de vivência completamente esgotados e estéreis que só causarão surpresas, angústias, sofrimentos.

  Alguns animais demonstram possuir um instinto muito mais eficiente que a inteligência humana. Ante a visão crítica de uma superpopulação, certos animais procedem de modo inteiramente racional. O lemingue do ártico-europeu resolve o problema com o suicídio em massa. As abelhas excedentes de uma colméia abandonam o lar numa revoada incerta, procurando formar nova colônia. As lulas entram em coma pré-morte sobre seus próprios ovos, numa fantástica demonstração de renúncia à vida-elo em beneficio à vida-corrente.

  Não estamos recomendando suicídio a ninguém, mas sugerimos que o animal humano tem a capacidade mental de equacionar e solucionar seus problemas existenciais. Ainda há um tempo curtíssimo, mas alertamos que aos poucos ele se esvai, e a solução se tornará impossível. Nesse futuro próximo, nem o suicídio seria a solução ambiental do planeta.     

  Considerada a pegada ecológica, a população mundial equivale, no mínimo, a 100 vezes seu número nominal. Por isso, mudamos de nome. Não somos mais o animal racional, o rei dos seres vivos, o centro do universo; somos simplesmente praga. Deixamos de ser animais racionais para sermos predadores da própria mãe Terra, aquela que nos fornece, com amor e ternura, abrigo, alimento, vida.

  Dois fatores incisivos nos levam a essa situação trágica: o antropocentrismo e a ganância. Nós nos esquecemos de que o ecossistema inclui a biodiversidade e que nossa individualidade é transitória. Nós, como animal humano, não somos indivíduos, somos a humanidade, parte do todo planetário. Temos que colaborar com esse todo, sob o imperativo do amor e não em defesa de nossos mesquinhos interesses.  

  Nessa situação, só nos resta aguardar que um agrônomo celestial venha salvar a Vida planetária, tirando-nos a existência e toda a riqueza material que, paradoxalmente, teimamos em acumular.

  Somos praga no planeta. Não aceitamos esse nome, pois o egocentrismo de espécie cega nossa razão. Contudo, essa cegueira não impede que sejamos praga e, nessa qualidade, estamos selando nosso destino.     

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

 

   

         

 

 

 

domingo, 12 de maio de 2013

NAS PEGADAS DA VIDA

 Trata-se de uma abordagem da vida sob uma nova visão, alicerçada em informações científicas e considerações filosóficas. Daí, surge uma teoria completamente nova e revolucionária sobre a identidade da vida. Fornecemos abaixo o sumário do livro:

Apresentação................................            

Introdução.....................................  

1a. PARTE – DEUS..........................................        

Identidade .....................................   

O primeiro deus.............................    

Outros deuses................................   

Ritos sagrados...............................      

Antropocentrismo..........................  

Sacerdotes.....................................           

Teogonia........................................     

2a. PARTE - SERES VIVENTES......................       

O começo......................................     

Interdependência...........................     

Geobiologia..................................     

Alimentação...................................  

Reprodução....................................    

Ecologia.........................................   

Ajustes vitais.................................   

3a. PARTE - O HUMANO................................     

A mulher.......................................     

O macho........................................    

Biogênese......................................   

Cultura...........................................   

4a. PARTE - O MEDO......................................   

Segurança......................................    

Causas...........................................    

Atributos........................................   

            5a .PARTE - A FÉ.....................................      

Busca de definição............................    

Objetivo............................................    

Refúgio.............................................    

Utilidade...........................................    

6a. PARTE - A VERDADE...........................   

Verdade e realidade...........................   

Percepção.........................................   

Abstrato............................................   

Senso comum....................................    

Aspectos naturais da mentira.............       

Realidades falsas...............................     

Vivência falsa.....................................  

Confiança...........................................    

Expressão...........................................    

7a. PARTE - A RELIGIÃO............................

Busca de segurança...........................       

O sobrenatural..................................      

Diversidade de crenças.....................   

Metamorfoses...................................    

Instinto de proteção..........................   

Visão mística....................................      

Condutora cultural............................      

Força emergente...............................       

Resistência.......................................       

8a. PARTE - A MENTE......................................      

Alma e espírito.................................       

Sexto sentido....................................     

Aprendizado......................................      

O pensamento...................................   

O sonho............................................        

Mensagens do inconsciente..............    

O sono..............................................     

O raciocínio.....................................       

9a. PARTE - A VIDA.....................................       

Pesquisas..........................................      

Dificuldades.....................................      

Ajuda da Matemática.........................     

Filhos................................................    

Energia refinada................................      

Força de atração................................     

Primeiras manifestações...................     

Origens.............................................     

Padrões.............................................      

Família atômica.................................      

Agregação..........................................     

Conjuntos .........................................    

Campo energético .............................    

Amor ................................................    

Arte...................................................     

Objetivo da vida.................................    

10a. PARTE - A MORTE...................................    

Transitoriedade..................................   

Individualidade...................................    

Fechamento de ciclo..........................  

Inútil resistência................................   

Para onde vamos................................. 

Aceitação...........................................  

11a. PARTE - O UNIVERSO..............................    

Beleza invisível..................................    

Identidade universal............................  

A força do ínfimo...............................   

Os mundos..........................................   

Idade...................................................   

O infinito............................................   

Visão científica...................................   

Lavoisier.............................................   

 

 

 

 

 

 

 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

AGORA OU NUNCA MAIS



Para melhor conhecimento do livro acima, fazemos uma apresentação da obra, transcrevendo seu início:


1) APRESENTAÇÃO -- Sempre tive muita atração e sintonia com a Natureza. Quando me aposentei, comprei um imóvel rural e por 20 anos ali morei e laborei naquele ambiente que me proporcionava saúde corporal e espiritual, com a prática de exercícios físicos e meditações. Se aprendi coisas na escola, na profissão, na vivência comum, aprendi algo mais rico na convivência com a Natureza.

         As pessoas que vivem no meio urbano em geral somente têm contato com outros humanos, seres da mesma espécie biológica, ou com suas obras materiais e desenvolvem o vício do consumismo. Dessa forma, elas ficam isoladas do convívio com outros seres vivos e não aprendem ou não sentem que todos nós somos filhos de uma mesma origem, o Todo, que alguns designam como Deus.

         A Natureza, riquíssima em sua diversidade, está constantemente se manifestando; ela tem sua linguagem e sua lógica. Esforcei-me em aprender tal linguagem, traduzindo-a para a usual dos humanos, e percebi que a Natureza, angustiada, clamava por socorro, pois estava sendo espoliada e enfraquecida pelos seus próprios filhos humanos. Foi daí, por perceber as agruras, tristezas e apelo dessa nossa magna mãe é que me senti tocado em minhas emoções para acudir em sua ajuda, ocasião em que comecei a idear o esboço do livro, único recurso ao meu alcance. 

         No princípio, considerei fazê-lo sob a forma de ensaio. Posteriormente, levando em conta que o tema deveria ser acessível a todos, optei por um gênero mais leve. O assunto seria abordado de uma forma mais atrativa, com uso de linguagem simples e didática, motivo por que o argumento foi romanceado. Criei uma trama em cima de fatos reais, concretos, que lhe dão o suporte da seriedade e verossimilhança. Para não ficarem dúvidas sobre isso, redigi um posfácio, onde fica claro o seu caráter documental.

        Levei cinco anos na elaboração do livro. Depois de pronto, algumas pessoas da área editorial opinavam que o livro era uma ficção científica. Entretanto, depois que o Painel Intergovernamental da ONU, composto por mais de 2.500 cientistas, publicou em fevereiro/2007 o 1° relatório climático, com grande repercussão na mídia e no povo, o livro se tornou realista, verdadeira fotografia do destino da humanidade. Desde então, apareceram vários interessados na sua publicação, considerando-o documentário de uma época e útil no esclarecimento do destino ambiental da humanidade. Na 1ª. parte, descrevemos uma situação evidente, real, que faz parte da vida, na qual estamos apenas estampando uma fotografia da questão. É uma foto simplesmente de uma situação dos dias que correm.   

2) – EXPLICAÇÃO - Agora uma explicação sobre a tônica usada na divulgação deste livro. Por que este é o livro mais importante do momento? Porque, no meu entender, trata-se de um documento histórico que lança um aviso de alerta à humanidade e que servirá de referência nos acontecimentos mundiais dos próximos anos. Entendemos que a humanidade vive atualmente uma civilização equivocada. É preciso que alguém desperte para a realidade dos fatos, principalmente os governantes, e saiam dessa ilusão modernista e tecnológica que levou a chamada civilização industrial e tecnológica para a escuridão.

        Um fato é claro para todos. A geração humana deste tempo está vivendo exclusivamente para si, num paroxismo de ambição e egoísmo, sem levar em conta a segurança e futuro das gerações vindouras. Que planeta vamos entregar aos nossos filhos? Já não basta o assassinato e extinção das demais espécies vivas, também criadas pelo mesmo Deus? Os homens responsáveis de hoje estão trabalhando para o assassínio também da humanidade? Não enxergam que é hora de parar com a ganância e se voltar para a razão? Na 2ª. parte do livro introduzimos um forte conteúdo emocional, procurando trazer o leitor para as realidades – repito, para as realidades – do caos que já se anuncia. 

3) MINHA VIVÊNCIA.  Minha vivência deve servir para alguma referência. Com 85 anos e lúcido, já sou bastante vivido. Sou testemunha de tempos que muitos não conheceram. Acompanhei, dia após dia, ano após ano, as quase imperceptíveis mudanças das condições de vivência e presenciei os acontecimentos marcantes de nossa história; pelo menos no correr do século XX.

           Poderão confirmar o que vou dizer os companheiros de mesma idade. Eles também são testemunhas vivas do passar dos tempos, e que hoje os mais jovens consideram apenas registros históricos, sem muita importância. Posso dizer: nós, os mais vividos, sabemos e enxergamos o que vocês não veem. Adiante, na senilidade, os jovens de hoje dirão: hoje sabemos o que nem suspeitávamos.

          Bem, nessa condição posso revelar que lá pelos anos de 1940, as condições de vida eram bem diferentes das de hoje. Em apenas 70 anos decorridos percebi, como fato concreto, que a degradação do nosso ambiente foi enorme. E o que será nos próximos 70 anos?

          Comparando as duas épocas, testemunho que, nos aspectos materiais de tecnologia, saúde corporal, conforto, comunicação e poder de decisão, com referência ao indivíduo, houve um enorme avanço para melhor. Repito: com referência ao INDIVÍDUO. Mas à custa de quem? Alguém paga todos esses confortos e excessos que são retirados do nosso meio ambiente. O planeta Terra, cheio de chagas cada vez mais profundas, geme de sofrimento em suas feridas. Até quando?

        Já com as condições do coletivo e aos recursos naturais houve um retrocesso imenso. Antigamente, os rios e ribeirões eram fartos. As águas eram limpas e havia peixes. Hoje, eles se acham minguados, enfraquecidos, insalubres e quase sem fauna, caminhando para a exaustão. Hoje, os rios se transformaram em riachos; os riachos, em regatos; os regatos, em filetes; os filetes, em nascentes; as nascentes, em tumbas. Isso acontece hoje em todos os elementos do nosso ambiente: no ar, nos mares, no solo.

       Na 3ª. parte, voltamos à apresentação baseada simplesmente na razão. A razão, a lógica, é que presidirá essa terceira e última parte. Isso se a irresponsabilidade humana não deixar que o caos descrito na 2ª. parte prevaleça. 


4) - LIVRO SÉRIO.   Este não é um livro água-com-açúcar. É um livro sério. Posso adiantar que aqui não exploro emoções vulgares, de fácil apelo comercial com passagens eróticas. É romanceado para melhor assimilação da mensagem. Tecnicamente, em Literatura, é classificado em subgênero como “romance de tese”. Mas não fala de amor? Fala, sim. Mas de um amor muito maior do que o de dois amantes. Maior que o amor de mãe. Maior que o “ama a teu próximo”. Maior que o amor de toda a humanidade. Tão grande que abarca todos os seres vivos. Mais ainda. É um grito de socorro pelo amor ao planeta que habitamos. Enfim, é o amor à própria Vida.


5) FIDELIDADE -  Na elaboração da história, não fiz concessões de espécie alguma que me tirassem da fidelidade às teses oferecidas ao juízo do leitor. As descrições mais fortes não cederam aos cânones morais ou éticos. Porque o assunto é importante e deve ser tratado com realismo.  E realismo se descreve com realidades.

          O livro é um documento do século XXI. Nele mostro a insensibilidade dos governantes. Faço uma denúncia e um alerta. Jovens, principalmente aos jovens, conclamo a se conscientizarem, mobilizando-se na defesa do ambiente em que vão viver. Defendam o único planeta que os pode abrigar e alimentar e que será o lar de seus descendentes.

        Para esclarecer melhor a razoabilidade da mensagem romanceada, informo os pontos reais destes últimos tempos em que me baseie para formular a obra, redigida antes da publicação do 1º relatório do Painel da ONU.

a) denúncias esparsas de degradação ambiental feitas por diversos cientistas desde meados do século XX.

b) medidas governamentais restritivas à procriação na China e na Índia;

c) movimentos políticos com a criação de Partidos Verdes;

d) campanhas e ações efetivas de entidades ecológicas;

e) mobilização mundial na Eco Rio 92;

f) posicionamentos de países relativos ao Protocolo de Kyoto;

g) criação na França da Associação contra o Progresso;

h) uso cotidiano nas grandes cidades da China e Japão de máscara filtrante;

i) relatório ambiental da ONU em 1986.

j) relatório científico do Clube de Roma, estudo-projeção ambiental feito em 1971 (www.unicamp.br/nipe/fkurtz1htm);

k) início de um programa computacional de projeção ambiental pela universidade de Tóquio, ainda não concluído;

l) relatório secreto do Pentágono norte americano, prevendo catástrofes climáticas para 2020 (revista Carta Capital, ano 2004, citando como fonte as publicações inglesas revista Fortune e o jornal The Observer, além da edição especial na internet da Scientific American, que apresentaram farta documentação;

        Posteriormente, os fatos veem confirmando a visão revolucionária do livro, principalmente no que diz respeito à necessidade de o mundo ser gerido por um órgão global.


6) LIMITAÇÕES  Não posso contar a história do livro. Mas posso abordar alguns aspectos relevantes. O verdadeiro protagonista nessa história é o tempo. No correr da leitura, o leitor vai notar que ele se encontra oculto. Não é um personagem fantasma, uma criação imaginária ou um ente fantástico com aparência deformada, mas está presente em todo o desenrolar da narração. Comparece no livro tal como o ponteiro das horas de um relógio tradicional. Vejam que o ponteiro dos segundos faz um movimento cíclico e todos notam. O ponteiro dos minutos, para quem tem vista muito boa, se move com muita lentidão, mas dá pra ver.  Mas – e aí é que está o perigo – no ponteiro das horas, ninguém percebe o seu movimento e, como diria o celebre cientista Galileu Galilei, “no entanto, ele se move”. Ninguém vê, mas ele dá uma volta completa em 12 horas, fechando um ciclo do tempo e pontuando o ciclo maior chamado dia, que também registra o enigmático tempo. Quem pode negar isso? Pois bem: é esse personagem traiçoeiro, agindo às ocultas, que pauta todo o desenrolar da trama e a realidade do nosso destino. E o tempo é terrível, inexorável, cruel e não volta atrás. 


7) ESTILO - Este livro quase não tem metáforas. Geralmente, elas são figuras de estilo que servem para embelezar os textos e torná-los poéticos para embalar em sonhos as almas dos leitores. Neste livro não cabem tais artifícios literários, pois aqui tratamos de fatos, assuntos muito sérios, concretos, graves, que destroem prejudiciais ilusões. No entanto, está recheado de reflexões filosóficas pertinentes ao tema. O leitor poderá meditar sobre diversas questões propostas no correr dos diálogos. 
 

8) COERÊNCIA - O escritor deve ser coerente e honesto consigo mesmo ao registrar seu pensamento. Ele não finge; escreve o que sente sob pena de ser acusado pela própria consciência. É diferente do escriba, que produz texto com o objetivo de atender a interesses. Aquele não se preocupa em agradar ou desagradar. Este sempre agrada aos seus patrões, aos interesses de época, às ideologias, a interesses econômicos. Estou dando esses esclarecimentos para justificar por que, em alguns momentos, a abordagem se mostra politicamente incorreta e antiética. Vejam que a Natureza desconhece inteiramente tais conceitos socioculturais quando se manifesta sob a forma de tsunamis, vulcões, terremotos, inundações e epidemias, ceifando indistintamente milhares de pessoas. A verdade deve ser apresentada como é: nua, sem maquiagem. 

       Foi coragem e honestidade, mesmo. Entendo que não poderia ser de outra forma ao fazer uma descrição com a fidelidade que se espera de um documento histórico. Neste livro eu pus o dedo na ferida. Ferida, no caso, é simplesmente a realidade, tal como ela é. Pôr o dedo na ferida dói. E como dói!

      Temos visto, ultimamente, pessoas bem intencionadas se apresentarem na televisão, sugerindo medidas suaves, superficiais, inócuas. Falam também em “desenvolvimento sustentado”. É puro jogo de palavras. Isso não existe. Isso devia ter sido observado no início da revolução industrial, no século 18.  Agora é tarde. Temos é que recuperar o estrago feito. Temos é que iniciar o desenvolvimento ao contrário, isto é, o desdesenvolvimento. Ainda há tempo, mas há de ser com urgência. Falam também em crédito-carbono. É outra enganação. Na verdade é até um acinte à nossa inteligência, se não for uma pilhéria. Uma indústria na Holanda pode poluir desde que uma empresa brasileira deixe de poluir. É o vício da cultura comercial. Até com a desgraça do caos eles pretendem extrair lucros sonantes. Evidente que não veem, não enxergam, não sentem, não percebem a claridade solar. Até quando, ó autoridades?

         Como reflexo dessa onda ecológica, foi aprovada uma lei num Estado americano que torna obrigatório o uso de sacolas de papel no lugar dessas de plástico. Não deixa de ser um retorno civilizacional. Contudo, tal medida é inócua – se não for pior – pois a fabricação de sacolas da espécie implica aumento da atividade da indústria do papel, altamente poluidora e devoradora de cadáveres de árvores.

         Tais medidas saneadoras, tão insignificantes e ingênuas, nada representam ante a gigantesca dilapidação que a civilização moderna está produzindo no planeta. A situação exige a exata conscientização do problema ambiental. E este livro mostra tudo, sem meias-palavras, sem hipocrisia. Este registro põe em evidência a gravidade do assunto, que requer medidas radicais e urgentes. A solução básica está num tripé. Um é a urgência de se tomar decisões, exigidas pelo senhor tempo. Os outros dois estão expostos no livro.
 

9) DESTINAÇÃO - Os editores geralmente perguntam ao autor a que faixa de leitores se destina o livro a ser apreciado. Porque, segundo o assunto, esse ou aquele livro se destina aos interesses de ou de jovens, ou de professores, ou de mulheres, ou de empresários, ou distintas classes sociais ou profissionais. O livro ora apresentado se destina a todas as pessoas capazes de ler e que ainda estejam vivas. Não só as vivas. Imaginem que até os mortos, em seus túmulos, devem estar se inquietando de ansiedade pelo destino trágico que vislumbram para seus entes queridos ainda vivos. 
 

10) ARTIFÍCIOS - Após a leitura, os leitores terão condições de entender as verdadeiras dimensões dos alertas contidos nos relatórios do Painel Intergovernamental da ONU, de 2.500 cientistas.  

      Vê-se que o relatório sofreu pressão política por parte dos países interessados em preservar a dilapidação do planeta, com medo das consequências econômicas. Isso se chama irresponsabilidade. Se as artimanhas políticas conseguiram suavizar as palavras, não significa suavizar a realidade. Este livro não suaviza os fatos.