ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO ÁRABE
Temos a grata satisfação de transcrever abaixo o ótimo texto que nos remeteu o autor.
Autor: Antídio S. P. Teixeira
Neste momento em que vejo o mundo árabe se agitando em favor de melhores condições de vida, vejo também as grandes potências econômicas por trás dos bastidores, insuflando o movimento através de medidas invisíveis, ou através da mídia, traduzindo para o mundo como sendo aspirações democráticas daqueles povos. Formas bem semelhantes aos movimentos abolicionistas da escravatura no mundo no século XIX, quando, sob a bandeira humanista, se pregava a libertação de escravos sem que lhes fossem oferecidos meios de sobrevivência digna e independente.
Para se entender bem os mecanismos adotados, voltemos as vistas para aquela época quando a mecanização das indústrias européias ampliava sua capacidade de produção, enquanto os mercados internos se restrigiam face ao desemprego causado pela substituíção de mão-de-obra por máquinas movidas a carvão ou petróleo. Seus povos desempregados não dispunham de recursos necessários para consumir o que lhes eram ofertados por preços baixos, já que estas desvalorizações eram determinadas pelas exclusões dos salários que lhes deviam ser pagos e que não foram incluídos nos custos de produção. Daí o êxodo para as colônias e a concentração de renda em poder dos detentores da economia mundial e a gigantesca pobreza espalhada pelo mundo.
Numa primeira fase no século XVIII, os govêrnos metropolitanos chegavam a proíbir as suas colônias para produzirem os manufaturados que consumiam para preservar para os renóis a mão-de-obra altamente potencializada pelos novos recursos mecânicos e tecnológicos aplicados.
A situação do mundo atual não diverge muito da que imperava naquela época. Hoje, os árabes no lugar dos colonos, em sua maioria, exportam para o mundo industrializado a matéria prima de seu progresso: o petróleo. Os recursos financeiros que lhes são devolvidos em pagamento, não são distribuídos na forma de benefícios para seus povos, já que são abocanhados pelos ditadores que, até então, têem governado com apoio das potências que, agora, pregam democracia para eles. O que as potências econômicas pretendem, é fazer com que tais recursos sejam distribuídos a este imenso contingente de excluídos sociais, para que ele venha consumir seus produtos e, assim, criarem empregos em seus países.
Sabemos que a recente crise financeira foi detonada pelo desemprego nos países tidos como ricos; e os desempregados não têem recursos para consumir; e o capitalismo só sobrevive com o consumo crescente.
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