A ERA DE ASSALTOS
Já tivemos o Período Jurássico, a Era Glacial, o Século de Péricles, a Época Medieval, a Dinastia Carolíngia, a moda do chapéu; agora estamos nos tempos modernos: a Era dos Assaltos.
Essa ação violenta sempre existiu nas relações informais dos humanos, mas atualmente alastrou-se potencialmente, institucionalizando-se no país, naturalmente com o beneplácito dos governos. A criatividade dos valentes partidários da força bruta chega ao ponto de, aparentemente, inverter o objetivo da ação, oferecendo vantagens e benefícios às vítimas, numa demonstração eloqüente da eficiência da psicologia aplicada, manipulada para fins de enriquecimento.
Paguei, fiquei muito satisfeito, fiz um grande negócio, continuo vivo e livre para registrar fatos da Era dos Assaltos.
Mas não relatei os pormenores do acontecido. Naqueles momentos de aflição tive uns instantes de reflexão e mantive diálogo com o personagem. Perguntei por que não tinha rosto.
— Não tenho individualidade; estou aqui agora, mas posso estar em qualquer lugar ao mesmo tempo. Possuo milhares de réplicas no país às quais o povo ingênuo chama de agência.
Desconfiado, quis saber seu nome.
— Meu nome é genérico. Todos me conhecem, mas ninguém me conhece. O povo me chama de Banco, mas não sou banco. Sou um assaltante moderno. Até breve!
Aliás, mudando de assunto, ultimamente os Bancos estão oferecendo uma grande vantagem aos seus usuários. Com uma simples contribuição fixa mensal – digamos de R$10,00 – desobrigam-nos do pagamento daquele rosário de tarifas que o Banco Central autorizou.
É aquela velha questão:
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