domingo, 18 de abril de 2010

O DEDO DO GIGANTE

Está o mundo passando, no presente momento, por uma pequeníssima perturbação no esquema civilizacional vigente, com foco irradiante situado na Islândia. Mas, como o mundo é esférico e não tem partes, cada local é complementar e interdependente. Esse o motivo por que o fato vai produzir reflexos no todo, com maior ou menor intensidade.

O que está ocorrendo nada mais é do que conseqüência das leis físicas, atinentes ao comportamento dos gases. O magma terrestre, em sua dinâmica física e química, produz gases que são suportados até certo limite pelo continente rochoso. Vulcões existem como válvulas de escape, numa ação que preserva a integridade do planeta. Isso é natural, lógico, inteligente e coerente. Tal qual um botijão de gás com sua válvula de segurança. Mas interfere, minimamente, na situação de normalidade do meio ambiente de interesse do biociclo. Repetimos: altera, insignificantemente, a Natureza em seus componentes ambientais.

No entanto, perturbam bastante os procedimentos civilizacionais, principalmente – no caso particular – a locomoção aérea de grande parcela de nossa exagerada população, desarranjando direta ou indiretamente os compromissos planejados segundo os cânones do sistema econômico e implantando um caos setorial. Para se ter uma idéia do volume perturbado, considere-se que somente na Europa efetuam-se 20.000 vôos diários. Tudo isso porque a atual civilização criou a necessidade – prejudicial à Natureza – da locomoção, fator inteiramente dispensável numa vivência ambiental harmônica, onde apenas os membros locomotores são suficientes para a manutenção da vida.

Por circunstâncias locais, o vulcão da Islândia está expelindo continuamente cinzas prejudiciais em quantidade enorme e que se movimentam para leste numa altura variável entre 7 e 11 mil metros. Lembramos que tais cinzas são eternas. Ao correr do tempo, elas se depositarão sobre a superfície continental e marítima, produzindo algum benefício ou malefício.

Entendemos que esse fato natural, mas perturbador do esquema civilizacional, causando um caos localizado e setorial, nada mais é que uma pequeníssima amostra do que nos espera logo ali na esquina do tempo. E o caos futuro previsível, ora em processo cumulativo de forças desagregantes, provocado pela insânia em persistir nas ações do lucro, levará inapelavelmente a humanidade para o suicídio, juntamente com toda a biodiversidade.

Precisamos de outros paradigmas e objetivos de vida, onde os valores do espírito se sobreponham aos interesses fugazes e prejudiciais dos bens materiais. Ademais, devemos nos agrupar nesse planeta pela qualidade e não pela quantidade. Quanto mais e mais somos, crescem mais e mais as desqualificações, pois estas passam a ser espelhos de sucesso para os poucos que ainda cultivam suas menosprezadas e castigadas virtudes.

A realidade de hoje está mostrando claramente o que a humanidade pode esperar para breve. Ainda há tempo para o refluxo dessa situação que a cada dia se tornará mais doloroso.

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