quarta-feira, 8 de junho de 2011

GUERRA GERA CRIMINOSOS DE GUERRA



   O sérvio general Ratko Mladic foi preso em seu país depois de permanecer incógnito por quase 16 anos. Foi preso em 26.5.2011 e,  poucas horas após, já estava dando depoimento ao judiciário sérvio que decidiu pela sua extradição para o Tribunal Penal Internacional, situado em Haia, Holanda.

   Seu crime foi exercer, como todo soldado, a função profissional da morte numa guerra interna que não tinha sido aprovada pela Otan, nome fantasia do órgão militar intervencionista criado e dirigido pelos EUA, cuja função é impor os interesses americanos aos outros países A guerra intestina da ex-república Yugoslávia, por não constituir o enfoque deste pequeno artigo, não será aqui analisada.   

  O que desejamos realçar é que, apesar de o Tribunal Penal Internacional ter sido idealizado e patrocinado como instrumento de objetivos geopolíticos pelos Estados Unidos em 2002, até hoje esse país não o ratificou e já declarou formalmente que seus cidadãos estão imunes àquele Tribunal. Essa linha de propósito e vontade não foi  contestada por qualquer Estado, porque a declaração americana está fundamentada na existência de 800 bases militares ao redor do globo e orçamento militar superior à soma dos demais países.

  Os que possuem o senso crítico e informação histórica sabem que aquele tribunal serve apenas para dar configuração legal ao exercício do poder no gerenciamento político do mundo.  

   Aos demais, não lhes vêm à cabeça perguntas divorciadas da realidade em que vivemos. Atualmente não é preciso pensar, que isso é muito penoso. Pensar para quê? Os profissionais da informação, aglutinados em diversas agências especializadas pensam, raciocinam e concluem pelos viciados em consumo de produtos prontos, acabados e embalados em atrativos e diversificados arranjos multicoloridos.  

  Ratko Mladic angariou a acusação de ter comandado o genocídio de 8.000 muçulmanos. Outros sérvios,  croatas e bósnios  também foram julgados e condenados no citado tribunal pelo mesmo motivo. 

   Na verdade, toda guerra, seja interna ou externa, cria um ambiente de ódios e irracionalidades de parte a parte. Num ambiente bélico, tudo pode acontecer. Por isso, em qualquer circunstância, ela é condenável.

   Notícias da BBC de 1.6.11 dão conta de que na Líbia está havendo crimes de guerra dos dois lados. Para nós, isso não é novidade. Não existe guerra limpa. Guerra é isso mesmo; não é o que se vê no cinema. É o domínio do ódio e destruição de qualquer situação que corresponda às diversas variantes do amor.  

    A prova de mando dos americanos na Sérvia é a de que eles ofereciam 5 milhões de euros pela denúncia e captura do general sérvio. No dia 28.5.11, em visita à Polônia, o presidente dos EUA declarou na maior naturalidade: “a responsabilidade dos EUA é dar suporte à luta por democracia e direitos humanos no mundo”. Repetimos: no mundo. Precisamos de evidência maior de que o momento histórico está mergulhado no manto do imperialismo? Que isso entre na consciência dos que conseguirem pensar.

    Por força da existência disfarçada desse domínio, encoberto pelo nome mais suave de globalização, e pela abundância de recursos financeiros, esse poder pode comprar tudo. Só não compra a verdade, essa coitada que se acha penando no deserto sob o tormento de receber milhões de fontes de “enformação”.

   Triste é que milhões de massas encefálicas se deixam “enformar”, renunciando ao exercício pleno das potencialidades da vida, aí incluída a valiosíssima capacidade de raciocinar.   

           


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