quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

JUDAS E OS TRINTA DINHEIROS

Entendemos que o episódio de Judas e os trinta dinheiros, que mudou completamente o rumo de uma história, sem querermos abordar o assunto como histórico ou religioso, foi a citação de uma ação emblemática e consistente na vivência social. A compra de um beijo indicativo com 30 dinheiros, tem em seu significado a afirmação de uma verdade que vale e instrumentaliza a sociedade até hoje.
Sempre foi assim. Aquele que tem muito dinheiro, vale não pela soma de seus bens sonantes em si, mas pelo poder de comprar consciências. Quantos miseráveis se vendem por apenas 500 reais? Vemos, no cotidianos de nosso âmbito, que é fácil achar pessoas que se dispõem a matar alguém que não conhecem a troco de 500 reais. São os executores, sem alma, sem cérebro, verdadeiros autômatos. Os mandantes, perversos, covardes, têm o instrumento realizador de sua vontade: o maldito dinheiro.
Isso é só uma faceta desse poderio. Temos exemplos ocultos que nem podem ser citados aqui, sob pena de termos que provar. Mas, como diz o dito espanhol, que os há, há. Todos sabem, mas não podem falar. Essas coisas acontecem às ocultas, é claro! Tais situações não podem ser comprovadas, mas podem ser deduzidas. Aí é que entra a capacidade mental (para quem a usa), fazendo a análise crítica e deduções lógicas. Vamos citar alguns casos para que os ingênuos passem a enxergar.
Parte-se do princípio de que todos são vendáveis. Claro que há exceções; isso reconhecemos. No assunto de que estamos falando, fica pendente apenas a identificação do quanto. Para quem dispõe de rios de dinheiro, como os governos em geral, isso se torna muito fácil, dependendo apenas do tamanho dos interesses de quem compra.
Na política internacional, vemos casos incríveis. Exemplo: o Paquistão é um país formado por 97% de muçulmanos Os EE.UU., na estratégia contra o povo de Afeganistão, precisava do apoio desse pais. Depois de conversas altamente qualificadas, convincentes e “impre-sonantes”, o governo do Paquistão mandou que seu exército atacasse os talibans, isto é, seus irmãos de fé. Toda a política internacional é feita com argumentos bélicos ou sonantes. Se, nos cálculos, a guerra se mostra mais dispendiosas, abrevia-se o assunto combinando-se o preço. Ô mundo! Tudo tem seu preço; até consciências. Tudo depende do grau de importância do objetivo e capacidade financeira do pagante. Diplomacia é isso: “faça o que eu quero ou...”
Relatamos um caso real, pouco divulgado pela mídia. No princípio da guerra do Afeganistão, os americanos ofereceram 80.000 dólares para um chefe pachtu de um dos diversos clãs do interior para que colaborasse com as tropas americanas. O chefe contrapropôs 200.000 dólares. Os invasores, como resposta, bombardearam levemente as vilas. O chefe selou o acordo por 20.000 dólares.
Esse é um dos aspectos maléficos e degradantes do arcabouço econômico na organização social baseada no dinheiro. Quando a destruição do meio ambiente é o objetivo, a estratégia é a mesma, como temos visto nos milhares de ações dilacerantes que se cometem contra nossa mãe Terra. Basta uma conversa convincente de quem tem 30 dinheiros no bolso.

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