sábado, 6 de dezembro de 2008

Utilização de Sacolas de Pano nos Supermercados - Um Novo Engodo Ecológico?

Como bem alerta nosso colega e colaborador Maurício Gomide Martins, tem sido prática constante e crescente, desde o início deste nosso novo século, a utilização do termo "sustentável", para disfarçar e tentar justificar as mais violentas agressões ao meio ambiente, como se, pelo simples acréscimo desse termo ou de um outro também muito em voga, o "ecológico" pudessem ser validadados e aceitos todos os tipos de crimes ambientais praticados pelo homem, no afã de gerar "progresso"(???) e lucros. Daí, surgiram as famigeradas denominações " desenvolvimento sustentável '' e " produto ecológico ", uma espécie de selo de qualidade ecológico que descriminaliza (ou autoriza?) o crime ambiental, levando-o para fora do alcance da lei.


Para ilustrar com um exemplo (existem muitos outros), como este engodo se processa, transcrevemos, abaixo, o brilhante artigo do colega e ambientalista Maurício Gomide, por ele publicado no nosso fórum "Debatendo a Ecologia...", associado a este blog:


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Vimos recente reportagem dando conta de que, como reflexo da conscientização dos problemas ambientais, tem havido grande incremento na utilização de sacolas de pano, reutilizáveis e vendidas nos supermercados. Conclui a reportagem que, no Brasil, dessa forma, se retira de circulação milhões de sacolas de plástico.


Este é mais um aspecto de divulgação de benefícios e melhorias para o meio ambiente. Tem o mesmo efeito para o meio ambiente que as propagandas de grandes empresas que anunciam suas ações sustentáveis. Mineradoras que extraem o minério de forma sustentável. Bancos que emprestam dinheiro pelo plano sustentável. Inseticidas de ação prolongada e sustentável. Mais uns meses e os professores de português vão ensinar: "sustentável é um sufixo que pode ser usado indiferentemente após qualquer palavra. Por exemplo: sujeira-sustentável, veneno-sustentável, crime-sustentável, polícia-sustentável, economia-sustentável, lucro-sustentável." Ah! estávamos falando das sacolas sustentáveis. Bem, muita gente vai elogiar os cuidados dos supermercados com a sustentabilidade dos invólucros. Acontece que as donas de casa usam as benditas sacolas plásticas para acondicionar o lixo miúdo. Privadas desse utensílio, passarão indubitavelmente a comprar sacolas de plástico em rolo para manter o hábito de aprisionar higienicamente citados lixinhos que toda casa produz. E as donas de casa estarão satisfeitas em adquirir sacolas de pano, porque isso é moda e alivia a consciência. Ao adquirir as outras para o lixinho, contudo, ignorarão "essas bobagens ambientais", fazendo de conta que ninguém vai saber disso, porque não abrem mão da cultura arraigada na alma. E o mundo econômico vai bem e continuará bem, obrigado.


O exemplo das sacolas é apenas mais uma ação hipócrita, cujo objetivo é cegar o povo para não perceber a realidade trágica que se avizinha. Seria o mesmo que tratar um câncer com chá de erva-doce. A civilização atual, assentada em valores econômicos, é indubitavelmente contraproducente. Ela produz veneno mortal que somente pode ser sustado com medidas compatíveis enérgicas. E não vemos outro meio de produzir antídoto do que a da criação do governo mundial, efetivo, autoritário. Para resfriado, chazinho. Para ataque de cascavel, pau na cabeça da cobra.


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