ENXUGANDO GELO - (Introdução)
Publicamos abaixo valioso artigo de nosso companheiro ambientalista Antídio S. P. Teixeira.
"Assim, classifico as atividades que exercem os “ambientalistas específicos”; sim, aqueles que se dedicam de corpo e alma a defesa restrita de algumas formas de degradação, sejam elas ambiental, ecológica, cultural, social, histórica, material, etc. – Isso porque, solucionar problemas de ponta sem lhes remover as causas, apenas inibem as suas manifestações até um retorno mais complexo e com maior intensidade. De que adianta mobilizar pessoas para lutar pela preservação de florestas e suas faunas, ou pela pureza dos mares como meio de proteção às formas de vida que neles habitam, se sabemos que a fome do mundo é muito mais poderosa e que, eticamente, tem prioridade para ser alimentada? - De que adianta estarmos fazendo mutirões para estimular a economia de água e luz quando vemos os governos, através de suas concessionárias, ignorando vazamentos perenes nas ruas, ou a iluminação de prédios, logradouros públicos e favelas, acesa noite e dia? – Se sabemos que tudo que se utiliza ou se consome no mundo é produzido, ou acionado, (nos casos de máquinas e veículos) por formas de energia originadas, em maior parte, pela queima de combustíveis fósseis (hulha, petróleo e gás natural) e que os gases emanados das combustões nos últimos 250 anos para fazer a Revolução Industrial, por não se ter como reciclar economicamente, se acumularam na atmosfera causando a saturação que desequilibrou o clima, e com isso, o aquecimento global que, por sua vez, vem comprometendo a produtividade agropecuária que deveria alimentar, satisfatoriamente, todos os povos; que dizer, diante de tão grave situação quando governantes se solidarizam com empresas publicitárias para promover o consumo de supérfluos produzidos por empresas automatizadas, sob alegação de geração de empregos (poucos) em relação aos muitos que os processos de produção informatizada desempregam e, por isso, sequer podem consumir o essencial? – Estes já vêm cobrando por meios violentos, os direitos que teriam de suprimento de suas necessidades através do trabalho, que lhes foram usurpados, passando a disseminar a insegurança social em todo o mundo. O quadro é negro, e o giz, também. Ninguém enxerga nada.
Entendo que a humanidade se encontra diante de duas alternativas: a) uma conflagração mundial que poderá ser implantada pelas elites dominantes a fim de manterem seus privilégios com venda de artefatos militares e outras negociações, na qual grande parte da humanidade sucumbiria pelas armas e por inanição para se ajustarem às condições de sustentabilidade, conservando as benesses das classes dirigentes; b) – os ambientalistas do mundo entenderem de forma ampla, o que, realmente, está acontecendo no meio ambiente, as suas causas, e como se desenvolveu o processo degradador. Daí estabelecerem um movimento conscientizador mundial da necessidade de recompor as condições ambientais primitivas, para selecionar e aproveitar as condições sustentáveis que foram conquistadas pela ciência e pela tecnologia até hoje."
2 Comentários:
A propósito da importante exposição feita no artigo, desejo acrescentar que o comportamento social tende a ser um reflexo de sua própria degradação pelo sistema ganancioso gerado pela arquitetura econômica baseada no interesse individual. Daí ver-se o desvio social lógico das massas de nivel econômico baixíssimo, não só no Brasil, como - em escala de intensidade cultural - no mundo. Não se pense que a violência urbana se restringe ao Brasil. Ela se manifesta em todas as regiões onde não há perspectivas de os pobres sairem da miséria material.
Acrescemto mais: Isso é consequência indireta da degradação ambiental. Por aí se vê o que nos espera no futuro próximo.
Caríssimo Maurício:
Considerando este seu comentário e o de Ivo no DDD, fiz este esclarecimento dedicado aos dois.
Atenciosamente, Antídio
ENXUGANDO GELO – (Comentário dos Comentários)
Pelos comentários acima, sinto que não consegui despertar a atenção dos
nobres leitores para a causa fundamental de todo desequilíbrio climático que
adulterou a rota de desenvolvimento econômico, social e cultural da
humanidade; e, nem tampouco evidenciar aos Ambientalistas da necessidade
prioritária de concentrar seus esforços, no sentido de lutar pela coibição desta
prática lesiva à vida animada, como forma de solucionar os problemas que
tentam solucionar nas pontas. Sei que é uma tarefa quase sem chances de
realização, porém, é a única que poderá reconduzir o nosso planeta ao seu
desenvolvimento natural e dos seres aos seus próprios caminhos. O perigo mais
imediato que corremos, não é por causa da poluição dos mares e nem a exaustão
dos nutrientes do solo agricultável nem extinção de espécies vegetais nem
animais, mas pelo excesso de oxigênio que foi consumido em 2,5 séculos nos
fornos siderúrgicos, nas fornalhas das termelétricas para geração de energia
elétrica que alimentaram a Revolução Industrial e que, combinado com o
carbono emanado das combustões de materiais fósseis, desequilibrou a
atmosfera que, por força da centrífuga, acumulou-se sobre o seguimento
intertropical e conseqüente rebaixamento sobre os pólos terrestres causando o "buraco" e o
adelgaçamento da camada de ozônio na direção dos trópicos. Sintetizando:
Para alimentar o progresso, queimaram nosso teto protetor contra os raios últravioletas.
Por isso, por maior que seja o preço que tivermos que pagar, será o primeiro passo e deverá ser uma campanha de conscientização popular contra o desperdício do
que for essencial e a eliminação do supérfluo em nome
da vida e da paz.
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