segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

DÚVIDA MOMENTÂNEA É INTELIGÊNCIA



Crer é ter certeza sobre algo que traduz um desejo. Desejos são manifestações psicológicas, conscientes ou inconscientes. Crer é renunciar à capacidade de uso da razão. Crer é adotar pensamento alheio, aprisionar-se. Raciocinar para concluir é autonomia. É libertar-se.
Aprender é conhecer; conhecer é adquirir condições para se transformar, atingindo a capacidade de evoluir.
O animal humano possui cinco básicos sentidos corpóreos e a aptidão ou sentido da mente que, quando inteiramente livre, gera conhecimentos, percepções, pensamentos, raciocínios, deduções. O exercício das aptidões da mente se chama inteligência, cuja finalidade é a de resolver problemas novos. A dúvida advém quando o raciocínio ainda está processando a resolução de um problema novo. Ressaltamos que, para os que não se julgam oniscientes, é natural o surgimento da dúvida. Momentânea e não permanente.
Já ficou sedimentada na mente dos humanos, como forma de raciocínio, que tudo tem uma causa. Daí tira-se o corolário de que uma ação produz um efeito. Estamos diante de uma incógnita: as alterações ambientais são antropogênicas? Os inúmeros fatos de conhecimento público, o bom senso, a lógica, as verificações estatísticas estão mostrando que sim. A natureza por si, que é lentíssima pelos padrões humanos, produz alterações no equilíbrio ambiente de forma adaptativa, exceto na ocorrência de fato natural violento imponderável. E o homem, que não sabe viver mas sabe degradar, usa suas faculdades para satisfazer à sua ganância de bens materiais, conforto e vaidades. Atua sem prever as conseqüências. Pior: vem agindo num crescendo geométrico que já fez soar o alarme da consciência.
Se armarmos uma equação representativa das condições atuais, vamos encontrar uma desigualdade (desequilíbrio ambiental). Se retirarmos o peso do fator negativo (ação humana) restabelecemos a igualdade de valores. Importante: o nascimento é também uma ação humana. Em outras palavras: o crescimento populacional num sistema ambiental limitado é prejudicial à harmonia do todo.
Para argumentar neste simples artigo todos os aspectos degradantes do planeta cometidos pelos humanos, teríamos que escrever um livro tal a abundância de evidências. E foi isso que fizemos, como descargo de consciência, na elaboração do “AGORA OU NUNCA MAIS”, onde registramos didaticamente e sem escrúpulos, a situação ambiental existente com todas as cores da realidade.
Apenas para registrar, citaremos a seguir fatos reais em que nos baseamos para a ideação da estrutura do mencionado livro:

a) denúncias esparsas de degradação ambiental feitas por diversos cientistas em diversas épocas.
b) medidas governamentais restritivas à procriação na China e na Índia;
c) movimentos políticos com a criação de Partidos Verdes;
d) campanhas e ações efetivas do Greenpeace;
e) mobilização mundial na Eco Rio 92;
f) posicionamentos relativos ao Protocolo de Kioto;
g) criação na França da Associação contra o Progresso;
h) uso cotidiano nas grandes cidades da China e Japão de máscara filtrante;
i) relatório ambiental da ONU em 1986.
j) relatório científico do Clube de Roma, estudo-projeção ambiental feito em 1971 (www.unicamp.br/nipe/fkurtz1htm);
k) início em 2005 de um programa computacional de projeção ambiental pela universidade de Tóquio, ainda não concluído;
l) relatório secreto do Pentágono prevendo catástrofes climáticas para 2020 (revistas Carta Capital 2004 citando como fonte as publicações inglesas, revista Fortune e o jornal The Observer, além da edição especial na internet da Scientific American, que apresentaram farta documentação;
m) finalmente, o meu próprio testemunho, comparando os dados da problemática nas décadas de 1930 e 2000. Muita coisa mudou desde aqueles tempos. Hoje, os rios são riachos; riachos, regatos; regatos, filetes; filetes, nascentes; nascentes, tumbas.

Desde quando a vida se manifesta com o nascimento – em todos os reinos – pede segurança. Parece que esse é o fator mais importante para a perpetuação da espécie. Sem segurança, não há vida. No caso presente não se trata de questionar quem é o culpado, mas usar toda a inteligência humana para precaver-se contra o desastre ecológico, seja ele evidente ou não.
Com desenvolvimento, progresso, crescimento, festas, alienação intelectual, infelizmente estamos cavando nossa própria sepultura.



1 Comentários:

Às 12 de fevereiro de 2008 às 22:07 , Anonymous Anônimo disse...

D D D
2008-02-12 às 8.58 pm
Ao Administrator e Demais Leitores:
Não conheço pessoalmente o este articulista. Porém, duas obras de sua autoria, “Agora ou Nunca Mais” e “Nas Pegadas da Vida”, que tive o prazer de ler, mostraram-me o perfil de um apaixonado e incansável pesquisador da Natureza e de tudo que se encontra dentro dela. E também, a sua preocupação com a possível extinção precoce que espreita a humanidade. Em seus trabalhos e comentários, ele tem identificado e apontado o precipício para o qual povos inocentes e mentalmente entorpecidos, estão sendo empurrados pela “droga-causa” de todas as outras: a ambição pelo poder através do lucro. Concordo com ele. É importante que todos aqueles que já despertaram para esta realidade e podem contemplar com mais clareza os horizontes da vida, colaborem para despertar a maioria ainda embevecida pelos sonhos, e dar meia trava no pseudoprogresso, evitando, assim os prejuízos financeiros causados pelas turbulências climáticas e as conseqüentes violências sociais suas acompanhantes. Manifestem-se neste blog cujo titular Ivo Reis é outro batalhador pela preservação do Meio Ambiente, e ficará grato pela sua manifestação.
Antídio

 

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