ERRADICAR O ECOCÍDIO
Autor: José Eustáquio Diniz
Alves
EcoDebate] O Ecocídio é um crime que acontece contra as espécies animais e
vegetais do Planeta. O Ecocídio acontece onde há extensos danos, destruição ou
perda de ecossistemas. Tem acontecido no mundo em uma escala maciça e a cada
dia está ficando pior. Exatamente por isto, cresce a consciência de que é
preciso mudar o modelo de produção e consumo, interrompendo este processo que
tem aumentado a destruição da vida na Terra. Para tanto, é preciso considerar o
Ecocídio um crime contra a paz, um crime contra a natureza e um crime contra a
humanidade e as gerações futuras.
O site “Eradicating
Ecocide” (http://www.eradicatingecocide.com/) considera ser necessário a aprovação de uma lei
internacional contra o Ecocídio para fazer com que os dirigentes de empresas e
os chefes de Estado sejam legalmente responsáveis por proteger a Terra e as
espécies não humanas. As pessoas com baixo padrão de consumo e o Planeta teriam
que se tornar a prioridade número um da legislação nacional e internacional. O
mundo já definiu o Genocídio como um crime, falta fazer o mesmo em relação ao
Ecocídio.
As Conferências das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio/92 e a Rio + 20, buscou
estabelecer metas vinculativas e acordos legais para combater uma série de
crises sociais e ambientais na tentativa de alcançar um futuro sustentável.
Porém, a produção econômica
do Planeta continuou a aumentar, ao mesmo tempo que continuam existindo cerca
de um 900 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e sem acesso
à energia elétrica. O fosso entre ricos e pobres continua elevado, embora
exista um processo de convergência no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Mas o progresso da civilização tem acontecido ao mesmo tempo em que a
destruição em massa dos ecosistemas da Terra se aprofundam em uma escala nunca
vista antes na história.
O desmatamento da Amazônia
ao longo de 30 anos, por exemplo, tem provocado danos irremediáveis. Outros
ecossistemas também estão em perigo. Até 2050, podem ocorrer um percentual de
80% a 90% de extinção de espécies de mamíferos, aves e anfíbios e uma perda
generalizada da vegetação.
Ao invés de leis garantindo
prioritariamente o pagamento do lucro e dos juros do capital financeiro na
ordem internacional é preciso criar uma legislação contra o ecocídio e contra
os danos e a destruição em massa dos ecosistemas. Para alcançar o verdadeiro desenvolvimento
sustentável é priciso garantir de forma explícita que o direito à vida não é
privilégio da espécie humana.
Tornar o Ecocídio um crime
é uma forma de tentar salvar o Planeta. A humanidade já avançou na abolição da
escravatura, no fim do apartheid e na condenação do crime do genocídio. Agora é
preciso tornar o imperativo moral tão importante quanto o imperativo econômico.
O ecosistema deve estar no centro das preocupações e da legislação
internacional no sentido de proteger a vida e a biodiversidade.
José
Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor
titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola
Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista
em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Fonte: EcoDebate, 31/10/2012
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