CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA GLOBAL
Autor: Antídio Santos
Pereira Teixeira
[EcoDebate]
Muitas são as pessoas que estão abraçando causas ambientais pouco
significativas ao objetivo comum de preservação da vida terrestre como “um
todo”. Umas se lançam em defesa de espécies vegetais ou animais em processo de
extinção; outras defendem programas de racionamento de água; grupos se lançam
na coleta do lixo para reciclagem; ainda há as que indicam o replantio de florestas
como sendo uma licença para continuarem a esbanjar diversos recursos naturais,
e assim por diante.
O que a quase, totalidade da humanidade não
percebe é que “o denominador comum da degradação do meio ambiente é o
consumo excessivo de energia originada de fontes poluentes além da capacidade
de regeneração natural dos seus rejeitos”.
Considere-se que toda a evolução científica e
tecnológica desenvolvidas nos últimos 250 anos, que denominamos como Revolução
Industrial, teve como base o calor liberado com a queima de combustíveis
fósseis para ser transformada em outras formas de energia consumida como a
motriz, a elétrica, a luminosa, entre outras menos cotadas.
Como o volume de gases tóxicos efluentes de tais
combustões tem sido maior do que a capacidade regenerativa natural do planeta,
estes vêm se acumulando no meio ambiente em geral, em especial nos mares e na
atmosfera, adulterando nesta a sua integridade primitiva e promovendo o
desequilíbrio nefasto e catastrófico já sentido no clima em todo o mundo. As
correntes aéreas e marítimas sofreram alterações extemporâneas que, até então,
eram imperceptíveis pelos humanos, mas que desnortearam as rotas migratórias de
aves e peixes que não tiveram o tempo geneticamente necessário para se
adaptarem às novas condições ambientais, fenômeno que se realiza através de
múltiplas gerações das espécies.
A fome de consumo de bens e serviços vem
determinando a voracidade de devastação das florestas nativas como fonte de
matérias primas mais baratas, mas que são elas habitat da vida natural; assim
como os estilos de vida propostos para humanidade, visando o consumo crescente
indiscriminado, estimulam a ganância pelo lucro pelo qual as minorias
dominantes esbanjam bens e serviços supérfluos enquanto as maiorias em todo o
mundo sofrem com o desemprego e meios de sustentabilidade digna.
A energia nuclear que, ainda hoje, é apresentada
como esperança para manutenção do sistema econômico vigente no mundo, não passa
de uma ilusão tão grave como foi, no passado, a ideia de utilização da matéria
fossilizada abundante como combustível barato para promover o progresso.
Ninguém teve a percepção, ou quem teve se omitiu, das consequências que trariam
os gases cumulativos no meio ambiente futuro (hoje), assim como as autoridades
de hoje, no afã de corrigir os desequilíbrios socioeconômicos, em especial o
desemprego e a má distribuição de renda que afligem a humanidade no momento,
fecham os olhos para as drásticas consequências que já começam a aflorar por
todas as partes do planeta em formas, intensidades e localizações
imprevisíveis, causando prejuízos socioeconômicos irreparáveis para os
atingidos.
Os interesses econômicos empresariais,
dependentes do consumo crescente de bens e serviços para manutenção dos seus
lucros, subvencionam a mídia para destorcer a visão dessa realidade.
Mas, a mais pura verdade é que não pode existir
nenhuma fórmula mágica para reequilibrar o sistema econômico predominante no
mundo sem agravar a situação do meio ambiente. É compreensível se contemplarmos
a dinâmica evolutiva de formação das matérias componentes da atual crosta
terrestre através dos milênios de maturação.
Entenda-se que tudo isso ocorre porque “tudo
que se faz para satisfazer as necessidades humanas, sejam elas naturais ou
supérfluas, depende do consumo de diversas formas de energia”.
Considerando-se que a maior parte delas procede
da queima de combustíveis fósseis, e que as formas alternativas e não poluentes
ou recicláveis ficam mais caras em moedas correntes, continuamos marchando
inconscientemente para crescentes manifestações de fenômenos catastróficos de
efeitos cada vez mais nocivos a todas as formas de vida, sejam elas vegetais,
animais, humanas, africanas, americanas, asiáticas europeias, pobres, ricas,
ignorantes, letradas ou cultas, etc. O castigo atingirá a todas de forma
indiscriminada.
Diante do exposto, sugiro a todos os
ambientalistas que atuam em áreas específicas, que acrescentem em suas metas
programas que visem, em primeiro lugar, a substituição de combustíveis fósseis
pelos fluxos de energia limpa e pelas renováveis; paralelamente, à redução do
consumo de bens e serviços não essenciais à manutenção de um padrão de vida
digno.
Assim, estarão defendendo o equilíbrio ambiental
como “Um Todo” e não, apenas, algumas partes complementares.
EcoDebate, 28/02/2013
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1 Comentários:
" abraçando causas ambientais pouco significativas ao objetivo comum de preservação da vida terrestre como “um todo”. Umas se lançam em defesa de espécies vegetais ou animais em processo de extinção; "
caros mauricio e ivo. gostei da matéria, em parte, pois não terminei de ler tudo, mas entendi o assunto no qual sou aprofundado. mas nesse trecho que destaquei nas primeiras linhas, queria poder expressar, que NENHUMA, mas NENHUMA INSTITUIÇÃO que fale pela maioria, pode afirmar com convicção que espécies na terra estão condenadas a extinção. quando escuto isso, não consigo pregar os olhos à noite. não numa questão de catástrofe, mas sim antropocêntrica, pois existem estas teorias: a teoria de Darwin, que fala em seleção natural, mas continua sendo teoria, pois só ganhou destaque incentivando morfogia entre espécies, a teoria do DNA que se contrapõe muitas vezes a técnicas de morfologia darwinista, e a teoria de gaia, pois Darwin não fala de ciclo da vida, ele fala de adaptação. e é a teoria, se não me engano, quase evidência, de GAIA, que tem que ser levada em conta, e qualquer espécie seja animal ou vegetal não pode sumir da terra dessa maneira sem a gente questionar primeiro essas teorias todas. pois se fosse assim, ilhas tão pequenas de galápagos ou madagascár teriam sumido várias espécies em pouquíssimo tempo.
obrigado pela atenção.
hermesgarciafilho@gmail.com
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