Agora, ficou muito fácil adquirir os
meus livros. Estão todos, além de em papel, também sendo ofertados por preço
irrisório em formato e-book para leitura em pdf. Estão, praticamente, em todas
as boas livrarias e a leitura em dispositivos e-reader ou no PC é muito
confortável.
Dentre todas as boas livrarias de
e-book, eu verifiquei que as melhores são:
1) A livraria cultura (a maior do mundo)
que manda o livro diretamente para o dispositivo.
2) A livraria Buqui, muito bem
organizada, e que tem as relações de gêneros e de editoras mais
orientadoras.
Os livros em referência são os seguintes:
==================
Damos, a seguir, uma pequena amostra dos
mencionados livros
Para melhor conhecimento do livro
acima, fazemos uma apresentação da obra, transcrevendo seu início:
1) APRESENTAÇÃO -- Sempre tive muita atração
e sintonia com a Natureza. Quando me aposentei, comprei um imóvel rural e por
20 anos ali morei e laborei naquele ambiente que me proporcionava saúde
corporal e espiritual, com a prática de exercícios físicos e meditações. Se aprendi
coisas na escola, na profissão, na vivência comum, aprendi algo mais rico na
convivência com a Natureza.
As pessoas que vivem no meio urbano em
geral somente têm contato com outros humanos, seres da mesma espécie biológica,
ou com suas obras materiais e desenvolvem o vício do consumismo. Dessa forma,
elas ficam isoladas do convívio com outros seres vivos e não aprendem ou não
sentem que todos nós somos filhos de uma mesma origem, o Todo, que alguns
designam como Deus.
A Natureza, riquíssima em sua
diversidade, está constantemente se manifestando; ela tem sua linguagem e sua
lógica. Esforcei-me em aprender tal linguagem, traduzindo-a para a usual dos
humanos, e percebi que a Natureza, angustiada, clamava por socorro, pois estava
sendo espoliada e enfraquecida pelos seus próprios filhos humanos. Foi daí, por
perceber as agruras, tristezas e apelo dessa nossa magna mãe é que me senti
tocado em minhas emoções para acudir em sua ajuda, ocasião em que comecei a
idear o esboço do livro, único recurso ao meu alcance.
No princípio, considerei fazê-lo sob a
forma de ensaio. Posteriormente, levando em conta que o tema deveria ser
acessível a todos, optei por um gênero mais leve. O assunto seria abordado de
uma forma mais atrativa, com uso de linguagem simples e didática, motivo por
que o argumento foi romanceado. Criei uma trama em cima de fatos reais,
concretos, que lhe dão o suporte da seriedade e verossimilhança. Para não
ficarem dúvidas sobre isso, redigi um posfácio, onde fica claro o seu caráter
documental.
Levei cinco anos na elaboração do
livro. Depois de pronto, algumas pessoas da área editorial opinavam que o livro
era uma ficção científica. Entretanto, depois que o Painel Intergovernamental
da ONU, composto por mais de 2.500 cientistas, publicou em fevereiro/2007 o 1°
relatório climático, com grande repercussão na mídia e no povo, o livro se
tornou realista, verdadeira fotografia do destino da humanidade. Desde então,
apareceram vários interessados na sua publicação, considerando-o documentário
de uma época e útil no esclarecimento do destino ambiental da humanidade. Na
1ª. parte, descrevemos uma situação evidente, real, que faz parte da vida, na
qual estamos apenas estampando uma fotografia da questão. É uma foto
simplesmente de uma situação dos dias que correm.
2) – EXPLICAÇÃO
- Agora uma
explicação sobre a tônica usada na divulgação deste livro. Por que este é o
livro mais importante do momento? Porque, no meu entender, trata-se de um
documento histórico que lança um aviso de alerta à humanidade e que servirá de
referência nos acontecimentos mundiais dos próximos anos. Entendemos que a
humanidade vive atualmente uma civilização equivocada. É preciso que alguém
desperte para a realidade dos fatos, principalmente os governantes, e saiam
dessa ilusão modernista e tecnológica que levou a chamada civilização
industrial e tecnológica para a escuridão.
Um fato é claro para todos. A geração
humana deste tempo está vivendo exclusivamente para si, num paroxismo de
ambição e egoísmo, sem levar em conta a segurança e futuro das gerações
vindouras. Que planeta vamos entregar aos nossos filhos? Já não basta o
assassinato e extinção das demais espécies vivas, também criadas pelo mesmo
Deus? Os homens responsáveis de hoje estão trabalhando para o assassínio também
da humanidade? Não enxergam que é hora de parar com a ganância e se voltar para
a razão? Na 2ª. parte do livro introduzimos um forte conteúdo emocional,
procurando trazer o leitor para as realidades – repito, para as realidades – do
caos que já se anuncia.
3) MINHA
VIVÊNCIA. Minha vivência deve servir para alguma
referência. Com 85 anos e lúcido, já sou bastante vivido. Sou testemunha de
tempos que muitos não conheceram. Acompanhei, dia após dia, ano após ano, as
quase imperceptíveis mudanças das condições de vivência e presenciei os
acontecimentos marcantes de nossa história; pelo menos no correr do século XX.
Poderão confirmar o que vou dizer os
companheiros de mesma idade. Eles também são testemunhas vivas do passar dos
tempos, e que hoje os mais jovens consideram apenas registros históricos, sem
muita importância. Posso dizer: nós, os mais vividos, sabemos e enxergamos o
que vocês não veem. Adiante, na senilidade, os jovens de hoje dirão: hoje
sabemos o que nem suspeitávamos.
Bem, nessa condição posso revelar que
lá pelos anos de 1940, as condições de vida eram bem diferentes das de hoje. Em
apenas 70 anos decorridos percebi, como fato concreto, que a degradação do
nosso ambiente foi enorme. E o que será nos próximos 70 anos?
Comparando as duas épocas, testemunho
que, nos aspectos materiais de tecnologia, saúde corporal, conforto,
comunicação e poder de decisão, com referência ao indivíduo, houve um enorme
avanço para melhor. Repito: com referência ao INDIVÍDUO. Mas à custa de quem?
Alguém paga todos esses confortos e excessos que são retirados do nosso meio
ambiente. O planeta Terra, cheio de chagas cada vez mais profundas, geme de
sofrimento em suas feridas. Até quando?
Já com as condições do coletivo e aos
recursos naturais houve um retrocesso imenso. Antigamente, os rios e ribeirões
eram fartos. As águas eram limpas e havia peixes. Hoje, eles se acham
minguados, enfraquecidos, insalubres e quase sem fauna, caminhando para a
exaustão. Hoje, os rios se transformaram em riachos; os riachos, em regatos; os
regatos, em filetes; os filetes, em nascentes; as nascentes, em tumbas. Isso
acontece hoje em todos os elementos do nosso ambiente: no ar, nos mares, no
solo.
Na 3ª. parte, voltamos à apresentação
baseada simplesmente na razão. A razão, a lógica, é que presidirá essa terceira
e última parte. Isso se a irresponsabilidade humana não deixar que o caos
descrito na 2ª. parte prevaleça.
4) - LIVRO SÉRIO. Este não é um livro água-com-açúcar. É um
livro sério. Posso adiantar que aqui não exploro emoções vulgares, de fácil apelo
comercial com passagens eróticas. É romanceado para melhor assimilação da
mensagem. Tecnicamente, em Literatura, é classificado em subgênero como
“romance de tese”. Mas não fala de amor? Fala, sim. Mas de um amor muito maior
do que o de dois amantes. Maior que o amor de mãe. Maior que o “ama a teu
próximo”. Maior que o amor de toda a humanidade. Tão grande que abarca todos os
seres vivos. Mais ainda. É um grito de socorro pelo amor ao planeta que
habitamos. Enfim, é o amor à própria Vida.
5) FIDELIDADE - Na elaboração da história, não fiz concessões
de espécie alguma que me tirassem da fidelidade às teses oferecidas ao juízo do
leitor. As descrições mais fortes não cederam aos cânones morais ou éticos.
Porque o assunto é importante e deve ser tratado com realismo. E realismo se descreve com realidades.
O livro é um documento do século XXI.
Nele mostro a insensibilidade dos governantes. Faço uma denúncia e um alerta.
Jovens, principalmente aos jovens, conclamo a se conscientizarem, mobilizando-se
na defesa do ambiente em que vão viver. Defendam o único planeta que os pode
abrigar e alimentar e que será o lar de seus descendentes.
Para esclarecer melhor a razoabilidade
da mensagem romanceada, informo os pontos reais destes últimos tempos em que me
baseie para formular a obra, redigida antes da publicação do 1º relatório do
Painel da ONU.
a) denúncias
esparsas de degradação ambiental feitas por diversos cientistas desde meados do
século XX.
b) medidas
governamentais restritivas à procriação na China e na Índia;
c) movimentos
políticos com a criação de Partidos Verdes;
d) campanhas e
ações efetivas de entidades ecológicas;
e) mobilização
mundial na Eco Rio 92;
f)
posicionamentos de países relativos ao Protocolo de Kyoto;
g) criação na
França da Associação contra o Progresso;
h) uso cotidiano
nas grandes cidades da China e Japão de máscara filtrante;
i) relatório
ambiental da ONU em 1986.
k) início de um
programa computacional de projeção ambiental pela universidade de Tóquio, ainda
não concluído;
l) relatório
secreto do Pentágono norte americano, prevendo catástrofes climáticas para 2020
(revista Carta Capital, ano 2004, citando como fonte as publicações inglesas
revista Fortune e o jornal The Observer, além da edição especial
na internet da Scientific American, que apresentaram farta documentação;
Posteriormente, os fatos veem
confirmando a visão revolucionária do livro, principalmente no que diz respeito
à necessidade de o mundo ser gerido por um órgão global.
6) LIMITAÇÕES – Não posso contar a história do livro. Mas
posso abordar alguns aspectos relevantes. O verdadeiro protagonista nessa
história é o tempo. No correr da leitura, o leitor vai notar que ele se
encontra oculto. Não é um personagem fantasma, uma criação imaginária ou um
ente fantástico com aparência deformada, mas está presente em todo o desenrolar
da narração. Comparece no livro tal como o ponteiro das horas de um relógio
tradicional. Vejam que o ponteiro dos segundos faz um movimento cíclico e todos
notam. O ponteiro dos minutos, para quem tem vista muito boa, se move com muita
lentidão, mas dá pra ver. Mas – e aí é
que está o perigo – no ponteiro das horas, ninguém percebe o seu movimento e,
como diria o celebre cientista Galileu Galilei, “no entanto, ele se move”.
Ninguém vê, mas ele dá uma volta completa em 12 horas, fechando um ciclo do
tempo e pontuando o ciclo maior chamado dia, que também registra o enigmático
tempo. Quem pode negar isso? Pois bem: é esse personagem traiçoeiro, agindo às
ocultas, que pauta todo o desenrolar da trama e a realidade do nosso destino. E
o tempo é terrível, inexorável, cruel e não volta atrás.
7) ESTILO - Este livro quase não tem
metáforas. Geralmente, elas são figuras de estilo que servem para embelezar os
textos e torná-los poéticos para embalar em sonhos as almas dos leitores. Neste
livro não cabem tais artifícios literários, pois aqui tratamos de fatos,
assuntos muito sérios, concretos, graves, que destroem prejudiciais ilusões. No
entanto, está recheado de reflexões filosóficas pertinentes ao tema. O leitor
poderá meditar sobre diversas questões propostas no correr dos diálogos.
8) COERÊNCIA - O escritor deve ser
coerente e honesto consigo mesmo ao registrar seu pensamento. Ele não finge;
escreve o que sente sob pena de ser acusado pela própria consciência. É
diferente do escriba, que produz texto com o objetivo de atender a interesses.
Aquele não se preocupa em agradar ou desagradar. Este sempre agrada aos seus
patrões, aos interesses de época, às ideologias, a interesses econômicos. Estou
dando esses esclarecimentos para justificar por que, em alguns momentos, a
abordagem se mostra politicamente incorreta e antiética. Vejam que a Natureza
desconhece inteiramente tais conceitos socioculturais quando se manifesta sob a
forma de tsunamis, vulcões, terremotos, inundações e epidemias, ceifando
indistintamente milhares de pessoas. A verdade deve ser apresentada como é:
nua, sem maquiagem.
Foi coragem e honestidade, mesmo.
Entendo que não poderia ser de outra forma ao fazer uma descrição com a
fidelidade que se espera de um documento histórico. Neste livro eu pus o dedo
na ferida. Ferida, no caso, é simplesmente a realidade, tal como ela é. Pôr o
dedo na ferida dói. E como dói!
Temos visto, ultimamente, pessoas bem
intencionadas se apresentarem na televisão, sugerindo medidas suaves,
superficiais, inócuas. Falam também em “desenvolvimento sustentado”. É puro
jogo de palavras. Isso não existe. Isso devia ter sido observado no início da
revolução industrial, no século 18.
Agora é tarde. Temos é que recuperar o estrago feito. Temos é que
iniciar o desenvolvimento ao contrário, isto é, o desdesenvolvimento. Ainda há
tempo, mas há de ser com urgência. Falam também em crédito-carbono. É outra
enganação. Na verdade é até um acinte à nossa inteligência, se não for uma
pilhéria. Uma indústria na Holanda pode poluir desde que uma empresa brasileira
deixe de poluir. É o vício da cultura comercial. Até com a desgraça do caos
eles pretendem extrair lucros sonantes. Evidente que não veem, não enxergam,
não sentem, não percebem a claridade solar. Até quando, ó autoridades?
Como reflexo dessa onda ecológica, foi
aprovada uma lei num Estado americano que torna obrigatório o uso de sacolas de
papel no lugar dessas de plástico. Não deixa de ser um retorno civilizacional.
Contudo, tal medida é inócua – se não for pior – pois a fabricação de sacolas
da espécie implica aumento da atividade da indústria do papel, altamente
poluidora e devoradora de cadáveres de árvores.
Tais medidas saneadoras, tão
insignificantes e ingênuas, nada representam ante a gigantesca dilapidação que
a civilização moderna está produzindo no planeta. A situação exige a exata
conscientização do problema ambiental. E este livro mostra tudo, sem
meias-palavras, sem hipocrisia. Este registro põe em evidência a gravidade do
assunto, que requer medidas radicais e urgentes. A solução básica está num
tripé. Um é a urgência de se tomar decisões, exigidas pelo senhor tempo. Os
outros dois estão expostos no livro.
9) DESTINAÇÃO - Os editores geralmente
perguntam ao autor a que faixa de leitores se destina o livro a ser apreciado.
Porque, segundo o assunto, esse ou aquele livro se destina aos interesses de ou
de jovens, ou de professores, ou de mulheres, ou de empresários, ou distintas
classes sociais ou profissionais. O livro ora apresentado se destina a todas as
pessoas capazes de ler e que ainda estejam vivas. Não só as vivas. Imaginem que
até os mortos, em seus túmulos, devem estar se inquietando de ansiedade pelo
destino trágico que vislumbram para seus entes queridos ainda vivos.
10) ARTIFÍCIOS - Após a leitura, os leitores
terão condições de entender as verdadeiras dimensões dos alertas contidos nos
relatórios do Painel Intergovernamental da ONU, de 2.500 cientistas.
Vê-se que o relatório sofreu pressão
política por parte dos países interessados em preservar a dilapidação do
planeta, com medo das consequências econômicas. Isso se chama
irresponsabilidade. Se as artimanhas políticas conseguiram suavizar as
palavras, não significa suavizar a realidade. Este livro não suaviza os
fatos.
Trata-se de uma abordagem da
vida sob uma nova visão, alicerçada em informações científicas e considerações
filosóficas. Daí, surge uma teoria completamente nova e revolucionária sobre a
identidade da vida. Fornecemos abaixo o sumário do livro:
Apresentação..................
Introdução.....................
1a. PARTE – DEUS....
Identidade
................
O
primeiro deus....
Outros
deuses........
Ritos
sagrados....
Antropocentrismo...
Sacerdotes.
Teogonia.....
2a. PARTE - SERES VIVENTES.
O
começo...
Interdependência....
Geobiologia....
Alimentação
Reprodução...
Ecologia.......
Ajustes
vitais
3a. PARTE - O HUMANO
A
mulher...
O
macho.
Biogênese.....
Cultura..
4a. PARTE - O MEDO.
Segurança.....
Causas...
Atributos..
5a .PARTE - A FÉ
Busca
de definição....
Objetivo...
Refúgio..
Utilidade....
6a. PARTE - A VERDADE
Verdade
e realidade.
Percepção.......
Abstrato.....
Senso
comum..
Aspectos
naturais da mentira
Realidades
falsas.
Vivência
falsa..
Confiança..
Expressão
7a. PARTE - A RELIGIÃO
Busca
de segurança.
O
sobrenatural..
Diversidade
de crenças
Metamorfose.
Instinto
de proteção..
Visão
mística.
Condutora
cultural.
Força
emergente...
Resistência....
8a. PARTE - A MENTE.
Alma
e espírito..
Sexto
sentido....
Aprendizado.
O
pensamento...
O
sonho
Mensagens
do inconsciente
O
sono
O
raciocínio.
9a. PARTE - A VIDA
Pesquisas
Dificuldades...
Ajuda
da Matemática
Filhos.
Energia
refinada
Força
de atração
Primeiras
manifestações.
Origens..
Padrões..
Família
atômica.
Agregação.
Conjuntos
.
Campo
energético
Amor
.
Arte...
Objetivo
da vida..
10a. PARTE - A MORTE
Transitoriedade...
Individualidade...
Fechamento
de ciclo.
Inútil
resistência.
Para
onde vamos
Aceitação....
11a. PARTE - O UNIVERSO.
Beleza
invisível...
Identidade
universal...
A
força do ínfimo..
Os
mundos.....
Idade...
O
infinito.
Visão
científica.
Lavoisier.
Trata-se de uma seleção de artigos publicados na
Internete, contendo um total de 93 abordagens, direta, indireta ou simbolicamente sobre o ambientalismo, esse
enfoque vital por que passa a humanidade.
Damos abaixo uma amostra da coletânea, justamente o
artigo que deu nome ao livro.
SOMOS PRAGA NO PLANETA
Praga
tem diversas acepções, mas a definição objeto de nossas considerações é
simplesmente a que se refere à quantidade excessiva de um fator num sistema,
desqualificando o próprio sistema. Em outras palavras: presença em quantidade
superior à que um sistema coeso consegue suportar. Essa situação só pode
ocasionar o desequilíbrio entre as forças de qualquer ambiente, causando o
desarranjo harmônico entre as partes e, consequentemente, o caos.
Sobre esse
princípio são construídas as principais máquinas destrutivas para a guerra. Um
exemplo simples é o da granada. Contido em espaço restrito, numa situação de
estabilidade, basta o conteúdo ser transformado em gás para que ele cumpra sua
missão química de expansão, causando a desordem pontual e suas calamitosas
conseqüências. O poder destrutivo da granada se deve à extrema rapidez –
praticamente instantânea – da ocorrência das fases do processo.
No campo
biológico, ocorre o mesmo roteiro apontado acima, só que em tempo muito mais
lento. O dano, no entanto, pode ser considerado equivalente. A diferença também
está na abrangência de cada fator. Enquanto a granada provoca seus males em área
restrita, as ofensas à Natureza projetam as conseqüências trágicas para todo o
planeta.
Quando um
agricultor verifica que apareceram insetos sugadores (digamos, o percevejo
verde) em sua lavoura de soja, contrata um agrônomo para cuidar do problema. O
profissional comparece ao campo de plantio e faz uma análise da situação. Colhe
uma amostra estratificada e faz seu ajuizamento, no qual pondera diversas
circunstâncias: tamanho e estágio vegetativo da lavoura, índice da incidência
dos insetos, cálculos sobre capacidade de produção, custos diversos, etc. Após
ponderar os dados obtidos, formará um juízo técnico para a ocasião.
Poderá
dizer ao agricultor que nada deve ser feito no combate aos insetos no momento.
Acrescentará, naturalmente, que a invasão
ainda não constitui uma ameaça à lucratividade da colheita
estimada. Seu veredito vale para aquela
visita, em função do aspecto econômico. Suas análises semanais posteriores
guiarão as conclusões parciais ou definitivas.
Enquanto o
agrônomo trabalha, os hóspedes indesejados, inocentes e alheios a tudo,
continuam no seu labor natural de vida.
Estão ali, num campo farto de alimento e cumprem o objetivo natural da
reprodução. O instinto não lhes informa nem eles são capazes de medir as
conseqüências do crescimento populacional exagerado. Prosseguem o roteiro
natural, em obediência ao imperativo genético
Não sabem
que, ao ultrapassarem o ponto de equilíbrio, o agrônomo decretará a mudança do
seu nome: deixará de se chamar percevejo verde, que lhe dá a identidade, e
passará a ser simplesmente designado por praga, nome genérico terrível que
iguala todos os seres que se atrevam a ser protagonistas do desequilíbrio do
seu hábitat.
A reação, a
partir desse ponto, será violenta. É uma situação extrema de luta de vida ou
morte. Nessa qualificação de praga, a decisão do profissional não mais será a
de tolerância, mas a de combate mortal com uso de todo o arsenal disponível,
inclusive o químico. Assim, a tragédia da mortandade naquele ambiente agrícola será
irreversível. Os agrotóxicos varrerão da vida todos os habitantes da cultura,
inclusive os inocentes insetos benéficos que ali estavam tentando manter o
equilíbrio biológico. A devastação é total em benefício e defesa das plantinhas
de soja que se reverterão em lucro. Esse mesmo lucro que preside a linguagem
econômica.
Se tal
lavoura fosse deixada ao seu próprio destino, sem assistência do profissional,
o prejuízo para o lavrador seria total. Como fonte alimentícia para o
percevejo, tenderia ao esgotamento total, levando à inanição e morte toda a
comunidade hospedeira. As disponibilidades ambientais se extinguiriam e a
situação mudaria para um estado caótico em que a tragédia não pouparia ninguém
e somente a Natureza, no seu ritmo lento, saberia como estabilizar.
O animal
humano, que se faz representar em todo o globo por população de quase 7 bilhões de indivíduos,
com sua visão egoística e interferindo na dinâmica ecológica da terra, dos
rios, dos mares, da atmosfera, provoca os mesmos danos que o percevejo da soja.
A diferença é que, no exemplo citado, fizemos um enfoque no trabalho de um
agricultor mantendo um objetivo produtivo.
Já no que diz respeito à situação real por que
passa o planeta em seus recursos, a fome dos humanos é contínua e
geometricamente cumulativa: fome alimentícia; fome de lucro; fome de comodismo;
fome de grandeza; fome de vaidades; fome de supérfluos; fome de entesouramento.
Segundo os cálculos atualizados, as ações humanas
retiram do planeta 30% a mais do que ele consegue disponibilizar pela dinâmica
natural. Há, portanto, uma queima de capital, um déficit de recursos, uma
desproporcionalidade, um desequilíbrio ambiental gravíssimo. Estamos gastando o
precioso futuro para o qual nossos descendentes nascerão munidos da vã
esperança de viver em ambiente sustentável. Estamos-lhes deixando heranças materialmente ricas, mas recursos de vivência
completamente esgotados e estéreis que só causarão surpresas, angústias,
sofrimentos.
Alguns
animais demonstram possuir um instinto muito mais eficiente que a inteligência
humana. Ante a visão crítica de uma superpopulação, certos animais procedem de
modo inteiramente racional. O lemingue do ártico-europeu resolve o problema com
o suicídio em massa. As abelhas excedentes de uma colméia abandonam o lar numa
revoada incerta, procurando formar nova colônia. As lulas entram em coma
pré-morte sobre seus próprios ovos, numa fantástica demonstração de renúncia à
vida-elo em beneficio à vida-corrente.
Não estamos
recomendando suicídio a ninguém, mas sugerimos que o animal humano tem a
capacidade mental de equacionar e solucionar seus problemas existenciais. Ainda
há um tempo curtíssimo, mas alertamos que aos poucos ele se esvai, e a solução
se tornará impossível. Nesse futuro próximo, nem o suicídio seria a solução
ambiental do planeta.
Considerada
a pegada ecológica, a população mundial equivale, no mínimo, a 100 vezes seu
número nominal. Por isso, mudamos de nome. Não somos mais o animal racional, o
rei dos seres vivos, o centro do universo; somos simplesmente praga. Deixamos
de ser animais racionais para sermos predadores da própria mãe Terra, aquela
que nos fornece, com amor e ternura, abrigo, alimento, vida.
Dois
fatores incisivos nos levam a essa situação trágica: o antropocentrismo e a
ganância. Nós nos esquecemos de que o ecossistema inclui a biodiversidade e que
nossa individualidade é transitória. Nós, como animal humano, não somos
indivíduos, somos a humanidade, parte do todo planetário. Temos que colaborar
com esse todo, sob o imperativo do amor e não em defesa de nossos mesquinhos interesses.
Nessa
situação, só nos resta aguardar que um agrônomo celestial venha salvar a Vida
planetária, tirando-nos a existência e toda a riqueza material que,
paradoxalmente, teimamos em acumular.
Somos praga
no planeta. Não aceitamos esse nome, pois o egocentrismo de espécie cega nossa
razão. Contudo, essa cegueira não impede que sejamos praga e, nessa qualidade,
estamos selando nosso destino.