quarta-feira, 30 de março de 2011

A LIÇÃO DOS ACONTECIMENTOS NO JAPÃO

Defendemos a tese de que os trágicos acontecimentos naquele país, na sua expressão maior, não são de natureza natural. Reafirmamos que tais ocorrências em que se perderam muitas vidas e bens materiais são conseqüência da aplicação extensa dos objetivos equivocados na atual civilização. Excesso de conforto.

Esse meio cultural, em que estamos todos imersos, comprometidos e seduzidos pelos chocalhos reluzentes dos confortos materialistas, mostra que amamos mais as atitudes tecnológicas lucrativos, que o bem maior, a Vida. Escolhemos a aparência, a casca, o deslumbrante, e desprezamos a essência.

Mas na hora da verdade, para a qual os ambientalistas vêm alertando insistentemente, ocorre o oposto. Vimos na TV cenas impressionantes e instrutivas dentro de supermercados: prateleiras de alimentos completamente vazias, enquanto as que continham cosméticos e demais supérfluos continuavam intocadas. Transcrevemos, a propósito, trecho de uma carta enviada por uma nipo-americana (Anne Fumi Johns Stewart) aos seus familiares: “eu amo este ‘jogar fora’ de coisas não essenciais, vivendo apenas no nível básico do instinto da sobrevivência”. A missivista é sobrevivente de Sendai, onde tem residência em ponto elevado.

O maremoto, fenômeno natural e previsível pela ciência, foi apenas o estopim que causou toda essa destruição, cujo valor total está estimado pelas autoridades nipônicas em 284 bilhões de dólares, fora os prováveis danos radioativos que não têm consistência para uma avaliação, mas têm alcance planetário.

Duras e claras lições podem ser tiradas de tais ocorrências. Ação humana nenhuma é capaz de evitar ou anular os ajustes cósmicos do planeta. Isso é taxativo, definitivo. Assim, num simples exercício de raciocínio lógico, cabe submeter-nos a esses movimentos planetários e agir de forma conseqüente e humilde, reconhecendo nossa inferioridade ante a grandeza e mistério do Criador.

Quais essas atitudes conseqüentes? Como é óbvio, coragem para romper com tabus e reduzir com critério racional a população mundial (controle da natalidade,) porque a Natureza nessas horas o faz sem qualquer critério. Ou o faz de forma abrupta como vimos, ou de modo lento e insidioso pela ação da radiação nuclear liberada das usinas nucleares, essa loucura humana.

Diminuindo-se esse “formigueiro” humano que habita o planeta, diminui-se a produção de bens inúteis, dispensáveis, supérfluos e renunciáveis que, em última instância, são lixos prejudiciais à saúde planetária. Além disso, corta-se o cordão umbilical da relação consumo-crescimento que alimenta a atual civilização baseada na ganância individualista.

Coragem para renunciar a uma vida rodeada de instrumentos de conforto e opção para um viver tão natural quanto possível, com harmonia e respeito à Natureza. Note-se que um terremoto em terras habitadas por silvícolas, que não conhecem o progresso contagioso do modernismo, não causa danos significativos.

Os males e desgraças originários da atual civilização progressista e tecnológica – movimentada pelos interesses gananciosos dessa teia econômica em que estamos embaraçados – estão acumulando numa bomba-relógio o combustível necessário e suficiente para uma tragédia de caráter mundial. O exemplo nipônico está aí para nos abrir os olhos e a mente.

De modo geral, a humanidade não enxerga esse caminho da destruição e não aprende a lição nipônica por estar extasiada pelas ilusões das miçangas multicoloridas que lhe são oferecidas, tal como fizeram aos índios inocentes os gananciosos e perniciosos invasores portugueses.

A humanidade se encontra atualmente refém do destino ignóbil que a espera logo adiante. Manifestações geológicas e seus ramos em estudo ocorrem em todas as partes do mundo. São sismos, furacões, deslizamentos, inundações, vulcões, deslocamentos rápidos de ar, tempestades climáticas, impactos de meteoros e – o mais importante – o fator traiçoeiro da imponderabilidade.

Das 441 usinas nucleares existentes, apenas umas poucas desgovernadas têm potencial suficiente para causar a extinção da vida terrena. O envenenamento radioativo é extremamente severo e de ação prolongada. Não teríamos como escapar dessa situação.

E as principais vítimas de uma civilização que não sabe se comportar serão os inocentes seres da fauna e flora. Os humanos não serão vítimas, serão os autores.

quarta-feira, 23 de março de 2011

TRAGÉDIAS NÃO NATURAIS NO JAPÃO

É assunto atualíssimo a ampla tragédia ocorrida no Japão. Ali houve três desastres seguidos que causaram muita destruição e diversos tipos de aflição na população. Mas os acontecimentos não foram exatamente assim. Vamos ampliar um pouco o ângulo de visão para podermos clarear as condições essenciais dos fatos.

Percebemos que houve uma acomodação geológica da placa tectônica do Pacífico a 130 km da costa nipônica, com força classificada de 8,9 pontos na Escala Richter. Previsível pela ciência. Só isso. No âmbito natural, foi apenas isso, sem danos significativos à situação geológica. O mais foi apenas resultado da atuação irresponsável da atual civilização materialista, tecnológica e agressiva.

Aquela acomodação tectônica se manifesta, aleatoriamente, no correr de borda de todas as placas geodinâmicas em que o planeta é dividido. É uma conformação natural, própria e adequada de um planeta vivo. A terra pode ser comparada, para melhor entendimento, a um ovo rachado em diversas partes, no qual as inferiores são cobertas por água e as superiores são secas e chamadas de continentes. A crosta terrestre, constituída de rochas, é proporcionalmente tão fina quanto à do ovo.

Voltemos a analisar as conseqüências do maremoto. Houve, por extensão e concomitantemente, um terremoto em áreas densamente habitadas que teria causado alguns poucos danos se ali não fosse ocupado por tanta gente com seus queridos bens materiais. Esse ajustamento geológico provocou em seguida uma elevação das águas, numa altura de apenas 10 metros, que invadiu o território indevidamente ocupado pelos humanos e suas incontáveis quinquilharias. Produziu um entulho de roupas, móveis, coleções de figurinhas, taças esportivas, aparelhos tecnológicos, carros, casas, arbustos, aviões, barcos e demais invenções e artigos supérfluos, a cujo conjunto damos o nome de lixo civilizatório.

Enquanto isso, os pássaros voavam tranquilamente em seus espaços naturais sem qualquer dano. Se fossem realmente inteligentes e em quantidade muito menor – compatível com os recursos naturais – os homens deveriam alojar-se em nível superior a 100 metros, reconhecendo sua submissão e respeito às manifestações naturais.

Há lamentações por perdas humanas, como é natural nessas ocasiões. Há compaixão e solidariedade com os irmãos de mesma espécie porque tal sentimento é herdado na corrente existencial. Contudo, todos esses danos são, ou consertáveis, ou recuperáveis, ou recompostos, ou conformáveis. Não são eternos. Têm um fim em curto prazo e deixam uma lição muito grande, de ordem socio-administrativa que não cabe aqui desenvolver, mas sobre a qual cada um pode fazer suas próprias ilações.

Mas nosso objetivo central aqui é analisar um aspecto que não está na programação natural e suas conseqüências civilizacionais. O maremoto causou, sem culpa, um mal imenso, com possível extensão à própria humanidade, cuja inserção na tragédia é de responsabilidade exclusiva da ação humana que segue o compasso da atual linguagem econômica na busca insana de progresso e crescimento ilimitados.

Referimo-nos à construção de usinas nucleares para produção de energia elétrica, fator alimentador dos confortos do corpo, objetivo inglório do sistema econômico que desnatura o próprio homem – sem qualquer proveito para as ânsias espirituais. Se pensarmos racionalmente, ante a atual encruzilhada ambiental por que passamos, a energia elétrica é inteiramente dispensável para a normal movimentação dos seres viventes. A Natureza nos proveu das condições próprias de locomoção pelo sistema muscular.

A Natureza nos deu o dia para as atividades normais e simples da vida. E nos deu a noite para o descanso e recomposição das energias despendidas no dia. Viver é incorporar-se ao ciclo próprio que ela nos oferece sabiamente. Os músculos são o repositório das energias vitais necessárias para a movimentação de busca de alimentos. A vida é muito simples para ser vivida. A atual civilização é que a complicou pela corrida aos ganhos materiais e eleição de castas econômicas, valorizando culturalmente o individualismo em detrimento do conjunto de seres vivos.

A construção de uma usina nuclear fica em aproximadamente 10 bilhões de reais. Um desastre nuclear acarreta dispêndios em vidas e bens equivalentes a valor tão grande que se torna incalculável, além de destruir as condições mínimas para existência da ecologia. O desastre da espécie libera na atmosfera elementos radioativos enriquecidos como os isótopos de estrôncio, xenônio, césio, iodo, plutônio, que duram tempo imenso.

O conteúdo da usina de Chernobyl continua vivo, ativo. Só que contido num sarcófago de cimento e ferro. Mas até quando? Ninguém sabe. Não deixa de ser uma bomba com relógio incerto. Nas usinas de Fukushima, ainda não temos uma definição da radioatividade a ser liberada para o envenenamento da vida. Oxalá consigam os nipônicos estancar as fontes incontroladas.

Todos nós, quando criança, aprendemos na pele que “com o fogo não se brinca”. Devíamos saber também que “com a fissão do átomo, não se brinca”. O mundo já tem “na pele” e nos genes suas conseqüências. Qualquer das 441 usinas em atividade está sujeita a provocar a libertação de seu núcleo mortífero e incontrolável. É só entrar em ação o fator da imponderabilidade.

E o lixo proveniente das operações dessas usinas, que é todo radioativo, está sendo lacrado em tambores especiais para uma destinação a que os cientistas ainda não sabem. O lixo atômico americano, depois de encarcerado em tambores de chumbo, está (oh, quanta irresponsabilidade!) sendo lançado no Oceano Pacífico, longe da costa continental. “Longe dos olhos, longe do coração político”. Está sendo jogado dentro da “casa” (hábitat) dos nossos irmãos viventes na água.

Afinal, a força forte contida no íntimo do átomo, que aglomera forças de carga positiva e negativa, constitui um dos segredos da Natureza. A civilização famélica por lucro violou esse sacrário, acorrentando-o em seu proveito, sem o menor respeito e submissão aos mistérios da sábia Natureza. O sistema econômico vigente age e pensa exclusivamente em função do lucro imediato dos tempos presentes. O futuro, eles não conseguem enxergar. Estamos deixando para as gerações vindouras apenas lágrimas para chorar.

As ocorrências naturais do planeta são do conhecimento geral. As tragédias conseqüentes montadas pela ganância do sistema econômico também são previsíveis. A tragédia global proveniente do envenenamento do meio ambiente pelo progresso materialista deveria ser perceptível por toda a humanidade; não somente pelos ambientalistas.

Neste exemplo que estamos vendo no Japão, as pessoas estão fugindo do país. Muito bem. Quando os brinquedos nucleares do mundo – usinas, foguetes militares, submarinos – e as outras atividades irracionais que destroem nosso ar, água e solo entrarem em colapso, ocasionado por causas não previstas pelos “técnicos”, nós vamos fugir para onde?

Só há um lugar: a tumba.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A CRISE AMBIENTAL E A CNBB

Foi publicada em 9.3.11, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a súmula da Campanha da Fraternidade de 2011, na qual a atenção episcopal dá relevo à fraternidade para o momento histórico grave do momento, proveniente do desequilíbrio climático por que atravessa a Terra.

O tema ambiental será comentado nas prédicas públicas dos sacerdotes. Recomenda que seus seguidores colaborem para a execução de ações preservativas da Natureza.

Reconhece aquele órgão dirigente a necessidade de união de todos para tal situação, subvertendo a clássica distinção ilusória de países, e apelando para uma ação decisória de conjunto (que traduziríamos por governo mundial ambiental).

Diz textualmente o documento “..., ora o fator econômico não está relacionado à situação de nosso planeta hoje? Somos todos moradores de uma mesma casa, gostando disso ou não estamos interligados. Não há como simplesmente virar as costas e não se importar, afinal se ocorresse uma catástrofe a nível global para onde iríamos? Aquecimento global, mudanças geológicas nada mais é do que reações às nossas ações.”

Mais adiante, reconhece implicitamente a gravidade do momento, mas a exprime com angelical expressão de esperança ao dizer “Ainda estamos em tempo hábil para reverter esta situação.”

Seguindo e expandido um pouco seu ânimo, confessa aquela Entidade que “Esta campanha não é uma utopia e sim um alerta de que atitudes devem ser tomadas, não por uma minoria, mas por um todo, este planeta é nossa casa, precisamos ser fraternos, gerar ações que nos levem ao bem comum.”

Como se trata de um manifesto sem a profundidade que os ambientalistas apreciariam, ele cita a palavra utopia na sua conotação pejorativa, desconhecendo que o mundo precisa dela, no seu melhor sentido de ideação espiritual, impulsionadora de transformações sociais e inspiradora de todos os movimentos revolucionários que a História registra. O mundo está carente de utopias. São elas que irrigam a esperança de justiça das almas inquietas e inspiradoras, além de representarem o suporte de ações mais efetivas.

Mas, ao qualificar o objetivo como “alerta”, pelo menos dá o verdadeiro tom do problema, chamando a devida atenção dos seus seguidores para a gravidade histórica que se encontra neste momento em sua encruzilhada mortal. Reconhecida como tão grave e decisiva, que aquela Entidade chega a conclamar à ação essa “montanha” de acomodados, geralmente surdos à razão.

A propósito, pequena mostra de um futuro abusivo foi evidenciada no recente maremoto ocorrido no Japão. Essa tragédia não foi causada por motivos climáticos, e sim por causas geológicas naturais. Mas a lição que devemos tiver dessa tragédia é a das conseqüências de um viver materialista e desrespeitoso para com a Natureza. Em poucos minutos, a fúria do forte tsunami destruiu e varreu como lixo – porque lixo é – o significativo parque de construções humanas, tais como aviões, navios, automóveis, instalações industriais e unidades nucleares que trazem um risco sério para todo o globo. De que valeram os saques aos recursos do planeta para construção dessa materialista e insana civilização baseada no progresso? Nessas horas, a Natureza desconhece inteiramente os interesses humanos como a ética, a compaixão, a justiça, a religião.

A manifestação do alto clero brasileiro, nessa boa oportunidade, condiz com o pensamento do papa e não deixa de trazer aos defensores da Natureza uma pontuação auspiciosa. Lamentamos que seus termos sejam bastante suaves e genéricos, não chegando a incomodar a sanha do sistema econômico. De qualquer modo, ventila as mentes ocupadas com crenças e propicia condições favoráveis a que, em alguns casos, ocorra o milagre da conscientização.

Em julho de 2007 o papa Bento XVI disse que a “humanidade precisa ouvir a voz da Terra, se quiser salvá-la da destruição. Salvem o planeta antes que seja tarde demais”.

Lamentável que a mídia tradicional não dê maior cobertura às palavras do papa e a esse manifesto tão importante e fora dos parâmetros conservadores da Igreja. A divulgação apenas no âmbito religioso não alcança a repercussão e efetivação que sua expressão pede.

A Igreja é extremamente poderosa. Se quisesse mesmo ostentar a bandeira da sobrevivência – assunto acima de quaisquer outros interesses – teria condições de lavrar um manifesto mais positivo, incisivo, profundo, consentâneo com a realidade ambiental.

Contudo, não está a oportunidade perdida. O movimento ambientalista pode dizer que, com a publicação desse documento, avançou mais um gigantesco passo. Que esse documento produza os frutos esperados.

sábado, 12 de março de 2011

TERREMOTOS E VULCÕES

TERREMOTOS & VULCÕES


Antídio S.P.Teixeira – 10/03/11



Na febre no noticiário de hoje sobre o grande terremoto ocorrido no Japão, assistimos entrevistas com eminentes professores de geologia oferecendo explicações sobre o mecanismo do fenômeno; porém, não vi, nem ouvi, nenhum deles apontar a causa fundamental do aumento da incidência e da intensidade desses fenômenos naturais. Um deles em entrevista transmitida pela Rede Globo nesta data, declarou que terremotos dessas magnitudes, normalmente, ocorriam um a cada 10 anos, aproximadamente; no entanto, na última década, ocorreram 4. Portanto, um aumento considerável. Outro professor, em outra entrevista na mesma emissora, declarou que não há nenhuma relação entre estes fenômenos e o aquecimento global. Do meu obscuro ponto de vista, vejo todos os fenômenos naturais do momento, incluindo os sociais, interligados por uma mesma raiz, a qual, o mundo capitalista se esforça em negar para proteger o consumismo que alimenta seus lucros.

Para qualquer cidadão, seja qual for a sua formação profissional, desde que seja familiarizado com a identificação da ação das forças centrípeta e centrífuga, seja na formação da matéria, assim como em todos os fenômenos da vida “como um todo”, facilmente entenderá como que a utilização da matéria orgânica fossilizada, como combustível, e que proporcionou a formação e o desenvolvimento da Revolução Industrial; e como esta adulterou todas as condições de formas de vida na Terra.

O carbono que predominava na composição atmosférica anterior à vida terrestre, com o início e desenvolvimento de sua forma vegetativa, durante bilhões de anos foi sendo sepultado como componente da biomassa para dar origem à hulha, ao petróleo e ao gás natural. Esses materiais depositados no subsolo, descreviam uma órbita de determinado tamanho em torno do eixo terrestre. No entanto, à medida em que foram sendo desenterrados e queimados para liberar o calor neles contido para alimentar o progresso mundial, agora, na forma de gás combinado com oxigênio, (CO e CO2), assim como outros gases em menor escala, gradativamente durante o desenvolvimento científico e tecnológico, fizeram aumentar a densidade da atmosfera. Consequentemente, esta mesma atmosfera que, anteriormente era mais rica em oxigênio na forma de ozônio, se acumulava sobre as regiões polares, protegendo-as dos nocivos raios ultravioletas. Agora mais pesada com a incorporação de carbono e de outros gases, impulsionada pela força centrífuga, migrou para as regiões intertropicais, com maior acúmulo na formação de uma muralha gasosa sobre a linha equatorial.

Deste modo, aquela matéria, outrora aprisionada nas entranhas da Terra realizando um circuito menor em torno do eixo, na forma gasosa, passou a descrever uma órbita muitas vezes maior, arrastada pela rotação do planeta.

Só que ele, para puxar esta massa com o mesmo peso de antes, e por um caminho muito maior, não dispondo de nenhuma forma de energia suplementar, perde velocidade e, consequentemente, sofre proporcional redução de força centrífuga. Logo, toda a massa atmosférica, assim como todos os corpos existentes sobre a Terra, tornam-se mais pesados o que é sentido por todos os seres vivos que conhecemos como pressão atmosférica.

No caso específico do aumento das incidências e da intensidade dos terremotos e vulcões, se dá pelo aumento da pressão exercida pelos continentes sobre o magma interno, fazendo com que este reaja movimentando as placas tectônicas ou expelindo lavas pelos vulcões.

Esta redução de velocidade da rotação terrestre trás muitas outras consequências no dia-a-dia da vida “como um todo”, ainda não explicadas pela Ciência, e que explico em alguns blogs.

quinta-feira, 3 de março de 2011

ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO ÁRABE

Temos a grata satisfação de transcrever abaixo o ótimo texto que nos remeteu o autor.




Autor: Antídio S. P. Teixeira



Neste momento em que vejo o mundo árabe se agitando em favor de melhores condições de vida, vejo também as grandes potências econômicas por trás dos bastidores, insuflando o movimento através de medidas invisíveis, ou através da mídia, traduzindo para o mundo como sendo aspirações democráticas daqueles povos. Formas bem semelhantes aos movimentos abolicionistas da escravatura no mundo no século XIX, quando, sob a bandeira humanista, se pregava a libertação de escravos sem que lhes fossem oferecidos meios de sobrevivência digna e independente.

Para se entender bem os mecanismos adotados, voltemos as vistas para aquela época quando a mecanização das indústrias européias ampliava sua capacidade de produção, enquanto os mercados internos se restrigiam face ao desemprego causado pela substituíção de mão-de-obra por máquinas movidas a carvão ou petróleo. Seus povos desempregados não dispunham de recursos necessários para consumir o que lhes eram ofertados por preços baixos, já que estas desvalorizações eram determinadas pelas exclusões dos salários que lhes deviam ser pagos e que não foram incluídos nos custos de produção. Daí o êxodo para as colônias e a concentração de renda em poder dos detentores da economia mundial e a gigantesca pobreza espalhada pelo mundo.

Numa primeira fase no século XVIII, os govêrnos metropolitanos chegavam a proíbir as suas colônias para produzirem os manufaturados que consumiam para preservar para os renóis a mão-de-obra altamente potencializada pelos novos recursos mecânicos e tecnológicos aplicados.

A situação do mundo atual não diverge muito da que imperava naquela época. Hoje, os árabes no lugar dos colonos, em sua maioria, exportam para o mundo industrializado a matéria prima de seu progresso: o petróleo. Os recursos financeiros que lhes são devolvidos em pagamento, não são distribuídos na forma de benefícios para seus povos, já que são abocanhados pelos ditadores que, até então, têem governado com apoio das potências que, agora, pregam democracia para eles. O que as potências econômicas pretendem, é fazer com que tais recursos sejam distribuídos a este imenso contingente de excluídos sociais, para que ele venha consumir seus produtos e, assim, criarem empregos em seus países.

Sabemos que a recente crise financeira foi detonada pelo desemprego nos países tidos como ricos; e os desempregados não têem recursos para consumir; e o capitalismo só sobrevive com o consumo crescente.