terça-feira, 30 de abril de 2013

MEUS LIVROS PUBLICADOS




Agora, ficou muito fácil adquirir os meus livros. Estão todos, além de em papel, também sendo ofertados por preço irrisório em formato e-book para leitura em pdf. Estão, praticamente, em todas as boas livrarias e a leitura em dispositivos e-reader ou no PC é muito confortável.

Dentre todas as boas livrarias de e-book, eu verifiquei que as melhores são:

1)   A livraria cultura (a maior do mundo) que manda o livro diretamente para o dispositivo.

2)   A livraria Buqui, muito bem organizada, e que tem as relações de gêneros e de editoras mais orientadoras.  

 Os livros em referência são os seguintes:

 
 
 




 

domingo, 21 de abril de 2013

O CRESCIMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE CO²

 
Autor: José Eustáquio Diniz Alves
 [EcoDebate] Em 2008, o ambientalista Bill McKibben fundou a 350.org, um movimento internacional para unir o mundo em torno de soluções para a crise climática. A ideia da 350.org é estimular um conjunto de ações coordenadas que possa pressionar as autoridades mundiais sobre a necessidade do comprometimento político com a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE). A cifra 350 é uma referência a 350 ppm (partes por milhão) de CO2. O número é considerado o limiar de segurança para a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, um índice capaz de evitar uma mudança climática galopante.
As Conferências Internacionais sobre mudanças climáticas (as COPs) chegaram ao consenso de que 2o C (dois graus centígrados) é o nível de aquecimento global considerado “suportável”, segundo análises científicas. Para tanto, seria necessário reduzir os níveis de emissão de GEE e reduzir a concentração de CO2 na atmosfera para 350 ppm.
Porém, não é isto que está acontecendo. Segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), dos Estados Unidos, os níveis de dióxido de carbono na atmosfera saltaram 2,67 partes por milhão (ppm) em 2012, para o montante recorde de 395 ppm. O registro do ano passado só ficou atrás do aumento de 2,93 ppm ocorrido em 1998. Tudo indica que chegaremos a 400 ppm até 2015, o que é um número extremamente crítico.
O principal fator para o crescimento da concentração de CO2 na biosfera foi o aumento do uso de combustíveis fósseis, especialmente nos países em desenvolvimento, como a China e a Índia. As queimadas na Amazônia também contribuíram. Desta forma, as perspectivas da 350.org e as possibilidades de manter o aquecimento global abaixo de 2º C estão desaparecendo.
Um trabalho publicado na revista Science estimou a temperatura global no período geológico chamado de Holoceno, que teve início há cerca de 11 mil anos. Neste período de estabilidade do clima a população mundial passou de menos de 5 milhões de habitantes, no começo do Holoceno, para 1 bilhão de habitantes por volta de 1800. Todavia, o impacto das atividades antrópicas foi pequeno nestes milênios.
Segundo o estudo, a Terra passou por um período de aquecimento que começou há cerca de 11 mil anos e durante 1,5 mil anos, o planeta esquentou cerca de 0,6º C, para se estabilizar durante cerca de 5.000 anos. Todavia, 5,5 mil anos atrás, começou um novo processo de esfriamento, o que ficou conhecido como a “pequena era do gelo”, quando o Planeta ficou 0,7º C mais frio.
Contudo, as tendências se inverteram há 200 anos, com o início da Revolução Industrial e Energética (uso de combustíveis fósseis). O aumento da emissão de GEE fez o Planeta se esquentar nos últimos 200 anos, quando a população passou de 1 bilhão para mais de 7 bilhões de habitantes e a economia cresceu cerca de 90 vezes neste período. Por conta disto, já existem cientistas dizendo que começamos uma nova era geológica, chamada de Antropoceno, ou seja, uma época em que o ser humano passou a influir na composição química da atmosfera e dos oceanos, consequentemente, alterando o equilíbrio dos ecossistemas da Terra.
Há muitas incertezas sobre a magnitude das projeções das mudanças climáticas. De qualquer forma, se nada for feito e se as COPs (Conferências das Partes) não chegarem a um acordo viável, o aquecimento global vai continuar nas próximas décadas, elevando a probabilidade de atingiremos, até 2100, o período mais quente dos últimos 11 mil anos. As consequências podem ser catastróficas. Segundo o princípio da precaução é melhor prevenir do que remediar no futuro. As futuras gerações e a biodiversidade não vão perdoar os erros e o egoísmo das gerações atuais.
The Guardian. Large rise in CO2 emissions sounds climate change alarm, 08/03/2013.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
 

terça-feira, 16 de abril de 2013

ESPECISMO E ECOCÍDIO: GORILAS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO

 
 
Autor: José Eustáquio Diniz Alves
[EcoDebate] O especismo é a discriminação existente com base nas desigualdades entre as espécies. Ocorre, em geral, quando os seres racionais se consideram superiores aos demais seres vivos, inclusive, superiores aos seres sencientes não-racionais. O Ecocídio é um crime que acontece quando há discriminação e abuso contra as espécies animais e vegetais do Planeta. Algumas espécies muito evoluídas e com ancestrais mais antigos do que a espécie humana estão sendo ameaçadas, como os tubarões, os elefantes, os rinocerontes e os gorilas.
Charles Darwin mostrou que todas as espécies vivas possuem um ancestral fóssil comum. Todas as espécies são parentes e vivem no mesmo lar, que é o planeta Terra. Não há justificativa para o ser humano sufocar a sobrevivência de outras espécies, especialmente aquelas que incorporam alto grau de evolução e beleza.
Os gorilas são os maiores dentre os mamíferos primatas e compartilharem cerca de 99% do DNA humano – são endêmicos das florestas tropicais do centro da África. Portanto, os gorilas são os parentes vivos mais próximos do ser humano. Um gorila adulto pode medir 2 metros de altura e pesar até 300 kg.
Os gorilas estão ameaçados de extinção devido a três principais fatores: 1) caça, para consumo da carne; 2) destruição das florestas e do habitat; 3) doenças, como o vírus ebola. Estes três fatores são agravados pelas guerras, pelo crescimento demográfico e pela pobreza, que são fenômenos comuns na África central.
A maior parte dos Gorilas vivem na Bacia do rio Congo (República Democrática do Congo, Uganda e Ruanda), países que enfrentam os problemas de genocídios, violação dos direitos humanos, desmatamento, pobreza e falta de condições para uma boa governança democrática. O fato é que o crescimento das atividades antrópicas constituem um grande ameaça à sobrevivência dos Gorilas.
Para reverter o quadro de ameaças aos Gorilas, a WWF criou o Programa Internacional de Conservação do Gorila, que tem apresentado alguns resultados positivos no aumento do número de indivíduos em áreas de proteção e parques nacionais.
Evitar a extinção dos Gorilas é um dever moral da humanidade, pois o egoísmo especista resulta, não somente em um crime de ecocídio, mas na degeneração que vai de encontro a toda a riqueza da evolução da biodiversidade. Uma espécie que elimina as espécies irmãs não merece compartilhar a mesma família e a mesma casa. A população majoritária da Terra precisa respeitar as populações minoritárias. Salvar os Gorilas é salvar o princípio do altruísmo e representa uma possibilidade real de convivência pacífica e respeitosa entre as espécies.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Fonte: EcoDebate
 

domingo, 7 de abril de 2013

A ECONOMIA É UM SUBSISTEMA DO MEIO AMBIENTE

 
Autor: Marcus Eduardo de Oliveira
 [EcoDebate] Definitivamente, a economia neoclássica têm sérias dificuldades em aceitar o fato de que a economia é apenas um subsistema do meio ambiente. Centrados numa visão míope do diagrama do fluxo circular (empresas fornecendo bens e serviços às famílias dada as condições do mercado de fatores de produção) que é de natureza hermeticamente fechada, isolada e restrita, os economistas tradicionais não enxergam (ou não querem enxergar) a completa interrelação existente entre a economia e a natureza.
Diante disso, passam por cima das questões ambientais, pois entendem que a economia é soberana e superior a tudo. Para os “tradicionais”, as questões de ordem ambiental não passam de meros setores pertencentes à macroeconomia, como são os casos da pesca, da agropecuária, das florestas, entre tantos outros. Para esses não há limites e obstáculos ditados pelo ambiente e a expansão da atividade produtiva pode ocorrer sem maiores transtornos.
Pensando assim, os economistas tradicionais ignoram o que realmente se sucede em termos reais de movimentação dentro de um sistema econômico: entra (materiais) e sai (resíduos); entra matéria e energia, sai ejetada poluição (lixo); logo, a economia não pode ser vista como um sistema fechado. Ao contrário: a economia nada mais é que um sistema aberto dentro de um amplo sistema (o ambiente) que tem a finitude como sua maior característica.
Nesse ponto, convém chamar a atenção para o desenho aqui apresentado: fluxos de entrada (materiais e energia) e de saída (produtos e resíduos ejetados) precisam ser considerados em sua essência, e não relegados ao descaso como é comum pela visão econômica tradicional. A economia necessita (e sempre precisará) da natureza, e não o contrário. Nas palavras de Clóvis Cavalcanti, “não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia)”.
É totalmente equivocado pensar a atividade econômica de forma ermitã. A economia é apenas uma parte de um todo; o todo é o meio ambiente.
Nessa linha sistemática de defesa em torno do meio ambiente, quando se aponta dedo em riste sobre a atividade econômica, pontuando a exploração de recursos em favor de um crescimento antieconômico, é forçoso aventar que o “tipo de economia” que pretendemos, capaz de assegurar a capacidade de progresso à geração futura, não está fazendo o jogo do antiprogresso, do antidesenvolvimento, da antievolução. Para termos progresso, desenvolvimento e evolução, de fato e de direito, é necessário entender que há limites biofísicos, e esses obrigatoriamente devem ser respeitados.
Por isso, não há como escapar da seguinte premissa: crescer significa usar o meio ambiente, e mais crescimento significa menos meio ambiente, pois como aponta Herman Daly, a biosfera é finita, não cresce, é fechada (com exceção do constante afluxo de energia solar) e obrigada a funcionar de acordo com as leis da termodinâmica.
Também por isso e para isso, cabe destacar que qualquer subsistema, como a economia, em algum momento deve necessariamente parar de crescer e adaptar-se a uma taxa de equilíbrio natural.
Funda-se nesse argumento um fato imperioso: parar de crescer não significa parar de se desenvolver. É perfeitamente possível prosperar sem crescer. Prosperidade é sinônimo de bem-estar para todos. Logo, não pode haver prosperidade em ambientes que são constantemente expostos à degradação, reduzidos a poluição como objeto final, afetando a qualidade de vida das pessoas.
Com isso, é urgentemente necessário trocar a busca incessante do crescimento (expansão quantitativa) pelo desenvolvimento (melhoria qualitativa). No linguajar dos economistas-ecológicos crescimento econômico vai até certo ponto, ultrapassado esse ponto não há melhorias, mas sim perdas significativas começando pela qualidade do ar que respiramos e pela completa destruição do espaço natural, afetando sobremaneira a qualidade de vida nas cidades, tornando-as insustentáveis.
Marcus Eduardo de Oliveira, Articulista do Portal EcoDebate,é economista, especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre em Estudos da América Latina pela (USP).
Fonte: EcoDebate