quarta-feira, 27 de abril de 2011

DEVASTAR TAMBÉM É ATIVIDADE ECONÔMICA

O que são madeireiros? Apaixonadamente, sentimentalmente, pelos seus atos ante a Natureza, são classificados de assassinos. Serenamente, sob o comando da razão, são adequadamente chamados de madeireiros mesmo. Pois bem. Fazendo o bem ou o mal, eles estão apenas agindo dentro do caldo cultural de que estão trabalhando, ganhando a vida, buscando recursos necessários à criação e educação de seus filhos.

É a mesma atividade de quem trabalha na ação de matar bois no matadouro, cujo produto final será alimento de humanos. A mesma do simples escriturário que faz a contabilidade na fábrica de caldo de galinha. Todos inseridos inconscientemente na cultura vigente. Essa mesma cultura estruturada a partir da atividade econômica, como se fosse uma ocupação normal a produção de males gerais.

Da mesma forma como nós outros, pertencentes a esse arcabouço econômico como intermediários ou consumidores, também estamos inocentemente compactuando com aquelas atividades malditas. Falta aqui a conscientização do comportamento social que está firmemente harmonizado à batuta do maestro econômico.

Quando um americano está construindo sua casa com mogno, está usando seu excesso de dinheiro para atender à sua vaidade e gosto. Com isso, ele está assegurando o emprego de muita gente, o que é interpretado como parte necessária à sobrevivência da humanidade que dança ao compasso da música que o sistema executa.

Deixando claro: estamos tentando identificar fatores que se conjuram para, inconscientemente, destruir nossos recursos ambientais. Esforçamo-nos para fazer uma análise de pequena questão, mas que se acha inserida no sustentáculo do ecossistema, ocasionando um perverso desequilíbrio nos meios de sobrevivência da biodiversidade.

Entendemos que não importa a cor do dragão que está na porta da nossa caverna. Ele é o perigo. Está faltando uma conscientização geral quanto aos objetivos da vivência à lógica da preservação ambiental. É comum assistirmos discussões entre autoridades sobre quem é culpado pelo desmatamento. O culpado imediato, a quem chamam de madeireiro, não tem a menor importância. Seria o mesmo que bombeiros, ante um incêndio, ficarem discutindo a causa do fogo invés de combatê-lo.

Esperamos das autoridades apenas ações emergenciais, que o tempo está se esgotando. Discursos não retêm avalanches.

domingo, 17 de abril de 2011

DANDO VOZ À BIODIVERSIDADE

Incrível! Medonho! Horrível! Está ocorrendo monstruosa tragédia, com milhões de mortes e extensas destruições. Nós denunciamos e ninguém toma conhecimento desses crimes. Os meios de divulgação de notícias não trazem ao público qualquer informação a respeito. Ficam inteiramente insensíveis às nossas dores que estão ocorrendo de forma assustadora. Apenas têm olhos e ouvidos para seus próprios interesses e não querem perder tempo com crimes cometidos contra indefesos viventes deste mundo sem justiça.

Por poderes mágicos de uma fada bondosa, foi-nos dada a oportunidade de alçar até ao instrumento da escrita e conseguir fazer esta denúncia ao mundo, a fim de que as forças e consciências da humanidade se sensibilizem e cessem as monstruosidades que estão sendo perpetradas contra seres pacíficos, honestos e trabalhadores.

Sentimo-nos angustiados e impotentes para aglutinar todos os nossos esforços numa peleja tão desigual. Reconhecemos que de nada adiantará lutar contra esses seres superiores que investem contra nossa existência. Fazemos a única ação possível ante a tragédia: apontamos ao mundo os crimes perversos que vêm sendo praticados impunemente. Gravamos aqui os lamentos e gemidos de sofrimento e desespero de nossos irmãos, ao tempo em que pedimos socorro a quem puder se sensibilizar.

Mesmo pessimistas quanto aos resultados, temos consciência de que, na pior das hipóteses, teremos cumprido o nosso dever de registrar para a História os crimes inauditos desta época. Tais horrores vêm sendo cometidos por entes de inteligência superior e munidos de instrumental eficientíssimo. Tal espécie vem se reproduzindo em escala absurda, de forma a dar presença em todas as partes do mundo, apoderando-se de todo o espaço alheio.

Eis os fatos: desde certo tempo, surgiram na terra animais até então desconhecidos, mas em quantidade bastante pequena e que não nos causavam males porque se inseriam harmoniosamente na Natureza. Com o passar dos séculos, tais indivíduos foram-se reproduzindo em progressão gigantesca, enquanto desenvolviam suas capacidades intelectuais privilegiadas. Dessa forma, adquiriram domínio sobre o destino de todos nós, mais fracos por origem, e vêm intentando ações de domínio até da própria Natureza, como se fossem deuses.

Aí começaram nossas desditas, com eles nos fazendo uma perseguição metódica, intensiva, arrasante, movidos pela ânsia incontrolável de a tudo se apoderarem. Nossos irmãos têm sido mortos aos milhões, nossas comunidades destruídas impiedosamente. Até velhos e criancinhas não são poupados à ação insana desses criminosos que agem numa irracionalidade total.

Tudo isso vem ocorrendo em quantidade e intensidade crescentes e nenhuma autoridade com senso de justiça consegue sensibilizar-se ante tais crimes. Tão inteligentes são nossos algozes, contando com eficientes instrumentos, que nossa eliminação da terra vem sendo procedida sem que a humanidade consiga percebê-la. Usam de meios sutis ou brutais, venenos e outros recursos requintados, visando sempre nossa aniquilação como já fizeram com outras espécies e viventes.

Executam seus crimes com máquinas poderosas que eliminam nossos recursos naturais de alimentação e plantam espécies vegetais inadequadas ao nosso sustento, obrigando-nos a alterar nosso regime alimentar para não morrermos de fome. Algumas vezes o produto cultivado é tão nocivo que comunidades inteiras são obrigadas a migrar ou perecer. Mas já não temos para onde fugir.

Pela eficiência com que nos combatem, já sentimos como fato concreto a nossa eliminação total deste planeta. Nossa salvação, e a de toda a humanidade, está apenas na esperança de que algo aconteça na esfera divina, desviando essa criatura infame de sua ação destruidora, retornando-a ao complexo harmonioso da natureza. Seria a redenção de toda a biodiversidade e a preservação da vida planetária.

Somente nessa hipótese poderá o homem voltar a se integrar ao todo – fonte de sua origem – numa vivência compatível com sua inteligência. E poderemos, como conseqüência, prosseguir em nossas ações de vida, segundo as determinações naturais.

Esse o apelo desesperado que nós, as formigas, fazemos à consciência dos humanos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

BRASILEIROS, SEMPRE ALERTAS!

Antídio S.P.Teixeira

Protejamos, já, nossas riquezas naturais!...

ou amanhã, as veremos partir lado a lado com a paz.


A situação sócio-econômica-ambiental dominante no mundo é cada vez mais grave, mais complexa e menos entendida, principalmente por pessoas que exercem maior influência sobre os poderes governamentais. No entanto, ela pode ser facilmente visualizada “no todo” por quem quer que esteja interessado em entender a evolução funcional do mecanismo, desde o erro fundamental cometido por governantes e empresários há mais de duzentos anos, ao utilizarem a matéria orgânica fossilizada como combustível. Esta foi a iniciativa que proporcionou todo o desenvolvimento científico e tecnológico mundial; porém, também foi ela que conduziu a humanidade à beira de um precipício que, se avançar mais sem observar a cautela devida, deverá determinar o seu fim, juntamente com o de todas as formas de vida que habitam o Planeta Terra.

Portanto, para entender o hoje, é necessário que se contemple o ontem para projetar um amanhã menos conturbado e mais seguro.
Vejamos: o colonialismo que dizimou a cultura de tantos povos e que saqueou as suas riquezas naturais em todo o mundo até o meado do século passado, continuou a sua obra devastadora e usurpadora até os dias atuais, na forma de escravagismo capitalista. Isto é: em nome da liberdade democrática, através de endividamentos capciosos e utilizando a mídia como instrumento estimulador do consumo supérfluo sobre indivíduos incautos, os neocolonizadores saquearam os bens naturais que ainda restavam aos ex-colonos, deixando em troca a ignorância e a fome, em especial, na África, em alguns países da Ásia e, porque não, na América Latina como exemplo o Haiti. Com os recursos explorados, implantaram nos seus povos, padrões de vida artificiais cujos custos são insustentáveis com seus próprios recursos naturais, como também, é insustentável o sistema financeiro, ou monetário, que impuseram ao mundo como sendo econômico: o capitalismo. Este é inviável economicamente, porque, ao invés de criar riquezas, como apregoam os arautos, apenas promove a transformação dos recursos naturais existentes em todas as partes do mundo em quinquilharias que criam dependências sociais e fazem alterar o caminho da evolução natural dos seres terrestres, em especial os humanos, tendo como objetivo gerar lucros espúrios para os detentores dos poderes globais, deixando para os povos explorados um saldo de pobreza, destruição e desespero.

A ganância capitalista pelo lucro é motivada pela necessidade que tem o sistema de aumento contínuo de consumo de bens industrializados e de produtos de agricultura mecanizada, produções que ficam, financeiramente, mais baratas porque, ao invés de utilizarem mão-de-obra humana na produção como forma distributiva das riquezas através de empregos, se utilizam de energias provenientes de fontes poluentes. Em consequência, tanto nos países ricos exportadores de produtos industrializados, assim como nos países pobres exportadores de matérias primas, as produções ficam estagnadas, uma vez que a maioria dos consumidores em potencial estão desempregados, tanto dos países ricos como nos pobres, comprometendo, assim, a própria economia de cada um deles. Estes últimos, devido o baixo consumo de produtos e serviços supérfluos, e o hábito de conviver com as necessidades, não representam grande perigo para estabilidade socioeconômica mundial; porém, as potências nucleares, armadas até nas altas camadas atmosféricas, comprometidas com os padrões de vida sofisticados de seus povos, sugarão até a última gota d’água e o último grão de cereal dos países que não disponham de uma boa estrutura militar defensiva.

É indispensável que se entenda o mecanismo dessa imensurável crise: “tudo que se usa, ou se consome, depende de grande quantidade de várias formas de energia para ser produzido, conservado, embalado, transportado e mais ainda, para continuar funcionando”; e como as fontes geradoras de energia limpa economicamente viável, estão mundialmente esgotadas têm-se lançado mão na queima de combustíveis fósseis e na desintegração atômica. As primeiras, reconhecidamente causadoras de grandes catástrofes mundiais imprevisíveis como hoje está sendo no Japão, ontem, na Região Serrana do Rio de Janeiro e, anteontem em Nova Orleans com o tufão katrina que tiveram, todas, custos de vidas humanas e de materiais, incalculáveis. Ainda outros fenômenos como secas, enchentes, acidentes aéreos e rodoviários, estes pela manutenção precária para satisfazer a interesses econômicos governamentais ou empresariais. Mas, tudo isso, por incrível que pareça, é visto como positivo para o sistema “econômico” porque ele se beneficia com o aumento do consumo de materiais e serviços nos reparos, reconstrução, assistência às vítimas, etc.

As potências econômicas que, também são militares, com objetivo de satisfazer aos seus interesses e apoiando-se em entidades internacionais, invadem países soberanos, matam civis, destroem seus bens patrimoniais e depois vão obter lucros nas reconstruções daquilo que destruíram, saqueando mais bens patrimoniais dos vencidos. Ao sistema, o que importa é o consumo crescente.

Como, hoje, se fala abertamente que somos um povo “abestalhado” que glorifica as vitórias futebolísticas, os folguedos carnavalescos e as emocionantes eliminações no Big Brother na Globo sem se incomodar com o amanhã de seus filhos, torna-se necessário despertá-lo para esta realidade.

Já que o Governo Federal vem anunciado prioridades na educação, saúde e segurança públicas, é importante que a população se manifeste para lembrar às autoridade a inclusão do fortalecimento da Defesa Nacional, para elevá-la ao nível de suas responsabilidades na proteção das pujantes riquezas do país.

DEMOCRACIA INTERNA, SIM.
CAPITALISMO? – VOCÊ DECIDE.

POR FAVOR
REPASSE AOS SEUS CORRESPONDENTES.

domingo, 10 de abril de 2011

CRIANÇA, ENTRE LIVROS E TV

“Autor: Frei Betto


"Foi o psicanalista José Ângelo Gaiarsa, um dos mestres de meu irmão Léo, também terapeuta, que me despertou para as obras de Glenn e Janet Doman, do Instituto de Desenvolvimento Humano de Filadélfia. O casal é especialista no aprimoramento do cérebro humano.

Os bichos homem e mulher nascem com cérebros incompletos. Graças ao aleitamento, em três meses as proteínas dão acabamento a este órgão que controla os nossos mínimos movimentos e faz o nosso organismo secretar substâncias químicas que asseguram o nosso bem-estar. Ele é a base de nossa mente e dele emana a nossa consciência. Todo o nosso conhecimento, consciente e inconsciente, fica arquivado no cérebro.

Ao nascer, nossa malha cerebral é tecida por cerca de 100 bilhões de neurônios. Aos seis anos, metade desses neurônios desaparecem como folhas que, no outono, se desprendem dos galhos. Por isso, a fase entre zero e 6 anos é chamada de "idade do gênio”. Não há exagero na expressão, basta constatar que 90% de tudo que sabemos de importante à nossa condição humana foram aprendidos até os 6 anos: andar, falar, discernir relações de parentesco, distância e proporção; intuir situações de conforto ou risco, distinguir sabores etc.

Ninguém precisa insistir para que seu bebê se torne um novo Mozart que, aos 5 anos, já compunha. Mas é bom saber que a inteligência de uma pessoa pode ser ampliada desde a vida intrauterina. Alimentos que a mãe ingere ou rejeita na fase da gestação tendem a influir, mais tarde, na preferência nutricional do filho. O mais importante, contudo, é suscitar as sinapses cerebrais. E um excelente recurso chama-se leitura.

Ler para o bebê acelera seu desenvolvimento cognitivo, ainda que se tenha a sensação de perda de tempo. Mas é importante fazê-lo interagindo com a criança: deixar que manipule o livro, desenhe e colora as figuras, complete a história e responda a indagações. Uma criança familiarizada desde cedo com livros terá, sem dúvida, linguagem mais enriquecida, mais facilidade de alfabetização e melhor desempenho escolar.

A vantagem da leitura sobre a TV é que, frente ao monitor, a criança permanece inteiramente receptiva, sem condições de interagir com o filme ou o desenho animado. De certa forma, a TV "rouba” a capacidade onírica dela, como se sonhasse por ela.

A leitura suscita a participação da criança, obedece ao ritmo dela e, sobretudo, fortalece os vínculos afetivos entre o leitor adulto e a criança ouvinte. Quem de nós não guarda afetuosa recordação de avós, pais e babás que nos contavam fantásticas histórias?

Enquanto a família e a escola querem fazer da criança uma cidadã, a TV tende a domesticá-la como consumista. O Instituto Alana, de São Paulo, do qual sou conselheiro, constatou que num período de 10 horas, das 8h às 18h de 1º de outubro de 2010, foram exibidos 1.077 comerciais voltados ao público infantil; média de 60 por hora ou 1 por minuto!

Foram anunciados 390 produtos, dos quais 295 brinquedos, 30 de vestuário, 25 de alimentos e 40 de mercadorias diversas. Média de preço: R$ 160! Ora, a criança é visada pelo mercado como consumista prioritária, seja por não possuir discernimento de valor e qualidade do produto, como também por ser capaz de envolver afetivamente o adulto na aquisição do objeto cobiçado.

Há no Congresso mais de 200 projetos de lei propondo restrições e até proibições de propaganda ao público infantil. Nada avança, pois o lobby do Lobo Mau insiste em não poupar Chapeuzinho Vermelho. E quando se fala em restrição ao uso da criança em anúncios (observe como se multiplica!) logo os atingidos em seus lucros fazem coro: "Censura!”

Concordo com Gabriel Priolli: só há um caminho razoável e democrático a seguir, o da regulação legal, aprovada pelo Legislativo, fiscalizada pelo Executivo e arbitrada pelo Judiciário. E isso nada tem a ver com censura, trata-se de proteger a saúde psíquica de nossas crianças.

O mais importante, contudo, é que pais e responsáveis iniciem a regulação dentro da própria casa. De que adianta reduzir publicidade se as crianças ficam expostas a programas de adultos nocivos à sua formação?

Erotização precoce, ambição consumista, obesidade excessiva e mais tempo frente à TV e ao computador que na escola, nos estudos e em brincadeiras com amigos, são sintomas de que seu ou sua querido(a) filho(a) pode se tornar, amanhã, um amargo problema.

Fonte: Fábio Oliveira – fabioxoliveira2007@gmail.com
                                      Fabioxoliveira.blog.uol.com.br/

sexta-feira, 8 de abril de 2011

HEMÁCIAS EM HD

  

Transcrevemos a seguir correta e justa manifestação do autor.

“Paulo Roberto Cândido de Oliveira

prcandido@oi.com.br

A mídia mais uma vez aproveita fatos violentos para prender a atenção dos telespectadores. Desta vez, o primeiro massacre ocorrido em uma escola brasileira.

O foco da imprensa de todos os matizes, televisionada, escrita, falada ou conectada, aponta para fora da própria mídia onde, segundo ela, não existem culpados pelo armamento de mentes que andam por aí.

Da mesma forma, comissões de deputados, Ministros, Governadores, Prefeitos, Presidentes e demais representantes da classe política de uma sociedade, resolvem se chocar com a violência, sentir comiseração por famílias e vítimas do arsenal que vomita suas cápsulas em corpos desamparados pela Segurança Pública, vão para a frente das câmeras e dos flashes, sabe-se lá com que tipo de sentimento, o moral ou o eleitoral, todos eles, excelências e autoridades, com imunidade às culpas, assim como a liberdade de imprensa, que é livre para explorar a comoção de um povo, diante de bárbaros assassinatos de adolescentes estudantes.

Os psicopatas precisam ser alimentados pelas mentes insanas que controlam a máquina social e eles encontram com facilidade e abundância, tudo o que necessitam para nutrir o nefasto manancial das sombras produzido por cérebros marginalizados ou extremamente excitados pela fábrica das ilusões. É só tocar no controle remoto para viajar entre cenas e manchetes, que são verdadeiras bulas para adoecer sociedades que não poderão remediar depois. As superproduções que os telejornais montaram para noticiar o massacre da escola carioca, provavelmente, começou a escrever novos roteiros de violência, nos pensamentos alucinados de telespectadores submetidos às overdoses de hemácias que saem em alta definição, dos ferimentos e das telas.

Jovens estudantes mortos enquanto as lições queriam ser aprendidas, mas quem não apreende o significado das palavras PAZ e JUSTIÇA, jamais manterá longe das escolas, dos templos, dos lares ou de qualquer outro ambiente social, palavras como VIOLÊNCIA e IMPUNIDADE. Foi assim, por falta de aprendizado de quem governa, de quem informa, de quem doutrina, de quem ensina, de quem legisla, de quem ainda não despertou a consciência, que o sangue jorrou em salas de aula e em corredores de uma escola.

Crimes em escolas repercutem mais do que crimes em favelas, que mortes nas estradas, que sangue derramado em macas abandonadas nos corredores dos hospitais Públicos. Este do Rio de Janeiro chocou. De todas as maneiras semânticas e sensoriais. Chocou a chocadeira de ovos da violência, chocou a chocadeira de ovos da indiferença, chocou a chocadeira de ovos da audiência, mas acima de tudo, chocou os homens de Bem, que escrevem, que gritam, que rezam, que sonham com o chocar da chocadeira de ovos de amor Ágape.

Desarmar é preciso, desarmar o egoísmo também é preciso. Vamos lá povo pacífico, pedir mídia sem violência, pedir políticos com decência, desligar os botões que conectam desgraças aos lucros das praças, procurar canais que ofereçam uma programação sintonizada com as elevadas essencialidades humanas. Basta de tiros lúdicos nos videogames, de vilões galãs nas telenovelas, de parlamentares criminosos que recebem destaque na mídia, de eleitores violentos consigo mesmos, que votam com violência contra a economia, contra a ecologia, contra a sabedoria, contra a anestesia, é só olhar para os bolsos, para o meio-ambiente, para a educação, para a saúde pública,etc. Eleitores tinham uma boa arma nas mãos, mas o tiro saiu pela culatra( Obs: Frase aqui colocada sem violência e sim com muita filosofia eleitoral). Vamos lá, por uma cultura de Paz !”



Fonte:  Fábio Oliveira – fabioxoliveira2007@gmail.com

                                        Fabioxoliveira.blog.uol.com.br/

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O POTENCIAL BÁSICO PARA A VIDA

Com referência ao expressivo trecho de carta da sino-americana, Anne Fumi Johns Stewart, residente em Sendai no Japão e dirigida aos seus familiares – “eu amo este ‘jogar fora’ de coisas não essenciais, vivendo apenas no nível básico do instinto da sobrevivência” –, procuramos aprofundar seu pensamento, analisando e caldeando o assunto sob a óptica do seu verdadeiro sentido e amplidão.

O mundo está dividido em 203 ditos países “soberanos” e isso dificulta enormemente os entendimentos para aceitação unânime de ações necessárias à preservação do maior bem que o planeta tem e que nos outorgou para usufruto: o potencial básico para a Vida.

A divisão, separação, autonomia e os governos nacionais existentes em todos os países trabalham em benefício de seus próprios interesses, de uma forma compartimentada, mas em prejuízo do todo a que pertencem. Essa diversidade tem raízes, mas superficiais. Está na língua falada, na cor da pele, nas crenças, na cultura, nos recursos, na geografia e mais os instrumentos que reforçam cada singularidade, como a bandeira, o hino e os estímulos ao patriotismo.

Aparentemente, nada os une aos demais; apenas são cavadas maiores divergências, provocadas em geral pelos interesses comerciais e ações bélicas de países mais gananciosos. E ainda são alimentadas e estimuladas tais animosidades com ações ditas esportivas. Nada contra o esporte em si, mas cabe crítica ao exaspero nacionalista com que competem, chegando mesmo à guerra, como ocorreu entre Honduras e El Salvador em 1969.

Mas há um potencial que os une num só mundo. Todos têm suas necessidades humanas básicas iguais. Um chinês, um africano ou um japonês nascem da mesma forma; o bebê emite a primeira palavra, num balbuciar de som sempre igual – mã...mã... –; as mães amam seus filhos; todos respiram o mesmo ar; bebem da mesma água distribuída pela chuva; alimentam-se de recursos dados pela mesma Terra; almejam pela segurança e paz; todos dormem e têm o mesmo sol para lhes clarear o caminho.

Essas são as necessidades essenciais e universais sem as quais nenhum ser humano sobrevive. Por isso, devem ser atendidas em primeiro lugar e diariamente, porque as outras são adventícias, secundárias, supérfluas, renunciáveis e só passam a existir por desrespeito aos limites dos recursos terrestres ou por interesses materialistas não oriundos da Natureza, como está friamente demonstrado no cenário nipônico.

A questão ambiental diz respeito justamente a tais elementos, comuns para toda a biodiversidade. Esses bens essenciais para a vida estão, nos anos vigentes, sendo envenenados num crescendo ilógico pela atividade moderna. Quando uma fábrica de papel funciona na Suécia, envenena o ar que o mundo todo respira. Quando o agricultor brasileiro lança sobre a terra o produto químico, que o beneficia de forma aparente e temporária, envenena a terra e os mares.

Ante o número sumamente elevado da população mundial, os desejos supérfluos devem ser contidos com urgência. Mesmo os reclamos espirituais não essenciais devem ser colocados numa ordem prioritária, visando à sobrevivência da Vida. A inteligência humana deve se rebelar contra os chocalhos atraentes, sonoros e coloridos da modernidade, instrumentos enganosos que nos trazem a ilusão do conforto, mas desviam nossa atenção para objetivos estranhos à vida natural.

Concentra-se nosso sentido na questão já generalizada de que devemos melhorar a qualidade de vida da humanidade. Por quê? Já temos vida boa em demasia (com exceção da dos miseráveis), considerada a anemia que produzimos no planeta, desfalcado em sua capacidade de regeneração em mais de 30%. Entendemos que temos benefícios demais, escravos mecânicos em excesso, ócio individual em demasia, exagero de bens e completa inabilidade mental pelo seu não uso.

Os discursos das autoridades gravitam sempre em função da melhoria humana, mostrando que a exclusividade antropocêntrica habita permanentemente o cérebro deles. Indivíduos hábeis, a serviço dos interesses tecnológicos, têm dirigido suas pesquisas para tornar o mundo humano materialmente melhor e mais lucrativo. Em geral, a melhoria para os humanos traz fatalmente a pioria para os demais viventes, principalmente pela tomada de seus espaços no planeta. Diversas espécies e biomas já foram extintos, exceto os que proporcionam ou possam objetivar o danado do lucro.

Esse processo de exclusivismo humano trará, como conseqüência, o enfraquecimento progressivo da dinâmica da Natureza. Já é situação real a misteriosa e considerável diminuição de abelhas – esse tão importante agente polinizador – tanto nos EE.UU. como no Brasil.

Cada vez mais os indivíduos estão deixando de usar os recursos próprios e adequados do corpo – os músculos – e se deixando levar pelas delícias do conforto e ócio, aprendendo apenas a apertar botões tecnológicos escravizantes. Em contrapartida, estão adquirindo e cultivando o desequilíbrio orgânico que traz a preguiça física e mental. Esse posicionamento provoca a indolência da mente e a obesidade física, com os conseqüentes distúrbios para a saúde em geral.

Alguns dirão que os conceitos aqui expostos levariam a um retorno à vida primitiva, na qual o homem se ocuparia apenas de plantar e colher, o que seria uma utopia. Concluem pela utopia, no seu aspecto negativo, porque o pensamento está imerso e condicionado ao plasma cultural em que vivemos. Na sua essência positiva, entretanto, outra civilização é possível. Se já tivemos em épocas diversas as anteriores, por que não uma fundamentada na razão e expressão da necessidade de sobrevivência? Não esqueçamos que toda revolução começa pela simples idealização de uma utopia.

Sem renúncia às conquistas não poluentes do saber, adquirido na modernidade, poderíamos construir uma sociedade honesta, justa e harmônica com a ecologia. Teríamos tempo para o cultivo das maravilhas espirituais, ocupação adequada à completitude do ser. Teríamos ocasião para acompanhar o sagrado ritual do plantio das sementes, do amor em seus diversos matizes, das virtudes, das belezas naturais e de nosso conjunto vivencial. Isso seria uma utopia positiva, transformável em nova civilização pela força da inteligência, atributo impar do ser humano.

Qual a revolução que não passou pela fase inicial de ideação de uma utopia? Precisamos das utopias para servir de suporte às reflexões que nos levam a transformações. Podemos e devemos idealizar diversos tipos de utopia. Não há necessidade de existir uma única, desde que em harmonia com a Natureza. Sua ideação é função da mente ante um desastre que se aproxima.

Estamos mergulhados numa cultura egoística e antropocêntrica, extremamente prejudicial à ecologia terrestre, o que nos deturpa a consciência. Precisamos perceber a dura realidade – exposta a olhos vistos –, produto dessa esdrúxula situação que sustenta a cultura materialista, individualista e injusta.