CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E NOVOS VALORES SOCIAIS
Transcremos a seguir artigo do brilhante ambientalista Antídio Teixeira.
"Quem acompanha o noticiário com freqüência sabe que a degradação ambiental no mundo está crescendo dia-a-dia e se manifestando com significativas alterações nos fenômenos que deveriam estar dentro da normalidade. Chuvas torrenciais alagando cidades, deslizando encostas, destruindo casas e fábricas e interditando estradas e aeroportos. Ciclones e tornados arrematando a destruição também nos campos, impondo significativos prejuízos na lavoura com reflexos na pecuária. Fenômenos como estes, ocorrendo sobre cidades super povoadas como Rio de Janeiro, São Paulo, México, Tóquio, Nova York ou qualquer outra de grande porte, como ocorreu em Nova Orleans, geram prejuízos incalculáveis na economia local estendendo-se pela mundial já que ela é globalizada. São fenômenos que atingem determinadas regiões se alternando com outras, em diferentes épocas e são imprevisíveis. Porisso, enquanto uma menor parte da humanidade é atingida por uma destas calamidades ocasionais, o restante do mundo, em aparente segurança, contempla e lastima a agonia das vítimas vendo pela televisão, ou lendo jornais, tranqüila e confortavelmente recostado em sofás ou nos cafés matinais na beira de piscinas. Esta pseudo-segurança que estes sentem é efêmera e está se diluindo e escoando pelo ralo empurrada pela violência social que cresce assustadoramente diante das autoridades responsáveis, estas cada vez mais fragilizadas pela redução de recursos que são corroídos pela corrupção epidêmica. Observem que no nosso país, apesar da arrecadação de impostos e taxas ser cada vez maior, o retorno em benefícios sociais são cada vez menos suficientes. Saúde, educação e segurança no caos; o Congresso Nacional só vota leis que favorecem aos seus membros ou aos seus grupos eleitoreiros; e o Judiciário afogado num atoleiro burocrático do qual seus componentes não parecem interessados em o libertar. Não podemos avaliar a extensão do caos em andamento medindo os problemas nestes ou naqueles países. Isso porque, enquanto uns, como o nosso, apresentam indicadores de melhoria econômica por produzirem mais e, com isso, estarem contribuindo para amenizar a fome que cresce no mundo, outros são alvos das inclemências na Natureza ou da submissão militar a países mais poderosos para lhes subtrair riquezas naturais. Com a economia globalizada, a baixa produtividade agrícola, há muito tempo sentida nos países ricos dada a exaustão do solo e das alterações climáticas, acrescida dos prejuízos causados pelas intempéries urbanas e rurais são rateados entre os países interdependentes no mesmo sistema econômico, motivando conflitos entre eles. Medidas preventivas eficientes já deviam ter sido tomadas há décadas pelas autoridades, com desestímulo ao consumo supérfluo e racionalização do uso das fontes energéticas; porém, o que registramos como iniciativa delas em todo o mundo, foi o incentivo ao desenvolvimento agrícola e industrial para suprir necessidades artificiais implantadas pela mídia na consciência dos que podem pagar, mas que criam fortes desejos entre os que não podem e que, por sua vez, cobram a satisfação para elas através da violência. Já passou do tempo para que a população mundial fosse conscientizada da gravidade da situação e estivesse se mobilizando para reduzir, gradativamente, o consumo de produtos e serviços não essenciais à vida. Estes, beneficiam apenas, as minorias dominantes que dispõem de recursos, mas a
Natureza já não tem capacidade para absorver e reciclar os resíduos gerados para satisfazer suas extravagâncias consumistas lançados no meio ambiente e cuja pureza é essencial para manutenção da vida de todos os seres animados. E, com isso, promovem o sofrimento das maiorias deserdadas e a instabilidade social por toda parte. É necessário que todo cidadão se torne lúcido e observe que o sistema financeiro que o mundo abraçou como sendo econômico é, na realidade, um voraz jogo de azar compulsivo e dependente do aumento contínuo do consumo para mantê-lo ativo; e que as fichas apostadas foram obtidas em troca de toneladas de CO2 lançadas no pano verde do meio ambiente. Ocorre que: “qualquer produto consumido ou serviço utilizado causa o consumo de alguma forma de energia que é gerada em qualquer parte do mundo; e a maior parte delas é obtida da queima de combustíveis fósseis ou de desintegrações atômicas, ambas altamente poluentes, embora esta última, no momento, esteja em período acumulativo de rejeitos que, um dia, transabordará e afetará a existência de nossos descendentes”. É claro que ninguém deve fazer o sacrifício de fome como se vê, por necessidade econômica, em alguns países da África ou da Ásia, mas todo consumo ou serviço que puder ser evitado não só beneficiará a economia pessoal de quem a fez, assim como dará mais tempo à Natureza para se recompor dos estragos que lhes foram causados pelo consumismo inconseqüente e irresponsável nos últimos 250 anos.
NOVOS VALORES SOCIAIS
Esta década que marca o início de um novo século e também do 3º milênio, certamente marcará o nascimento de uma nova ordem social na qual todo cidadão deverá ser estimulado e capacitado para entender o mundo em que vive e as limitações individuais, sociais e globais. Novas regras comportamentais deverão ser estabelecidas numa base social autocomandada e orientada pela elevada capacitação intelectual de seus componentes, bem mais esclarecida sobre o assunto do que os atuais dirigentes políticos; uma verdadeira democracia. Isso porque, os recursos tecnológicos de informação deverão ser utilizados para esclarecer os povos quanto às limitações impostas pela Natureza a fim de que todos possam adequar a satisfação de suas necessidades e seus procedimentos aos recursos disponíveis sem comprometer a estrutura ambiental. Será o que hoje batizaram como “sustentabilidade” global. Como primeiro passo para esta marcha, sugiro o debate das causas do desequilíbrio vital no meio ambiente atual. Tenho opinião própria formada em mais de 30 anos de observações, a maior parte delas desatreladas da “ciência”, descrita em sucinto trabalho intitulado “Cartilha Ambiental Popular”. Esta em vias de ser editada numa apresentação simples que facilitará o entendimento da causa fundamental dos problemas sócio-econômico-ambientais e como eles vêm se desenvolvendo através do tempo; o que devemos fazer para retê-lo e, mais adiante, revertê-lo. Quem tiver interesse em conhecer o esboço, que se manifeste, pois poderei descrever neste Blog em capítulos, mostrando quando e como tudo começou, e como vem se desenvolvendo o desequilíbrio ambiental; e de que forma ocorrerá o caos da Grande Tribulação prevista por Lélis, se não agirmos em tempo.
Antídio Teixeira"