domingo, 29 de maio de 2011

EDUCAÇÃO LIBERTA!

por Fábio Oliveira

“Na Alegoria da Caverna de Platão consta que o único homem que conseguiu se livrar das correntes e viu luz, resolveu regressar para ajudar os companheiros que permaneciam na escuridão. Esse retorno é o que deveríamos chamar de política, na verdadeira concepção. Ajudar os nossos irmãos a verem também a luz e não mantê-los na escuridão da ignorância.

O livreco do MEC que preconiza que os erros de português tipo “nóis pesca” devem ser considerados como certos, tenta manter a maioria na mais profunda ignorância.

Entendam que a leitura de bons livros é uma das mais ricas atividades humanas, pois dá acesso a conhecimentos elevados e sublimes. É através da reflexão de boas leituras que elevamos a nossa compreensão, o nosso senso crítico e a nossa percepção de vida.

Ler não é somente uma atividade mecânica, mas envolve a compreensão profunda da vida, é um instrumento para a elevação da consciência. Ler é um exercício de reflexão para acessar outras dimensões, outras verdades e outras liberdades.

Como alguém que não domina o vocabulário, os fundamentos básicos da gramática e concordância de sua língua poderá compreender um bom livro? Alguém responde? Não estamos mais na idade da pedra. Estamos na era da comunicação e do conhecimento, ou não?

A língua de um país tem como função maior a comunicação, mas o que se entende por comunicação, na concepção mais profunda da palavra. A comunicação se processa entre o “EUINTERIOR” e o “Externo”, entre um adulto e uma criança, entre um adolescente e uma criança, entre ideologias contrárias, entre o racional e o irracional, entre o homem e a natureza, entre o homem e um livro, entre o homem e a mídia e etc.

Como desenvolver a habilidade da comunicação no sentido mais amplo, sem o instrumento da leitura? Como compreender um livro e se comunicar no sentido mais elevado no mundo atual, sema compreensão do que se ler?

Manter as pessoas mais humildes sem acesso a literatura, aos imortais textos filosóficos e etc. é uma das maiores violências que se faz a um ser humano.

Querer nivelar um humano por baixo, é mantê-lo na eterna escravidão. Todos já deviam saber que o CONHECIMENTO LIBERTA.

Não estou com essas palavras negando as diferenças regionais que de fato existem, mas não podemos diversificar o idioma. O idioma português tem uma história, uma tradição e que foi adotado pelos brasileiros como a língua oficial do país. Poderia ter sido a tupi-guarani, mas não foi.

A nossa língua tem uma estrutura básica que pode até ser alterada ao longo dos anos e dos costumes, mas não se pode passar por cima de sua estrutura fundamental.

Tudo na administração do PT é preconceito contra os humildes. Os petistas também não querem que as pessoas humildes desenvolvam a inteligência para que possam desenvolver o que os humanos têm de mais sublime que são: ALIBERDADE E O SENSO CRÍTICO.

Vamos dar nossas mãos às crianças, aos jovens que são excluídos de boas escolas para que possam ler, escrever e falar de maneira compreensível, para que tenham acesso aos bons livros e que possam se comunicar nas mais diversas maneiras, mas respeitando as diferenças.
Vamos educar nossas crianças e ensiná-las a pensar, somente assim não se submeterão as enganações de Edir Macedo, do Palocci, do Zé Dirceu e etc.  NÃO ESQUEÇAM: EDUCAÇÃO LIBERTA!

Preconceito é manter as nossas crianças e jovens entregues a droga, a marginalidade, a ignorância. Preconceito é a concentração imoral de renda do nosso país que exclui a maioria. Preconceito é o bolsa família, no lugar de emprego e vida digna. Preconceito é roubar e não ser punido devido o tráfico de influencia, preconceito é mentir para os humildes através de máscaras, faltando como a verdade dos fatos. Querem acabar com os preconceitos? Eu estou disposto a ajudar, mas por favor não me proponham baboseiras que não sou oligofrênico.

O resto tem origem na ignorância daqueles que estão administrando o MEC, e esse livreco é fruto da incompetência e falta de uma visão mais ampla dos verdadeiros problemas do país."
Fonte: Fábio Oliveira – fabioxoliveira2007@gmail.com
                                               Fabioxoliveira.blog.uol.com.br/






sexta-feira, 27 de maio de 2011

A ERA DE ASSALTOS

Já tivemos o Período Jurássico, a Era Glacial, o Século de Péricles, a Época Medieval, a Dinastia Carolíngia, a moda do chapéu; agora estamos nos tempos modernos: a Era dos Assaltos.

Essa   ação  violenta sempre existiu nas relações informais dos humanos, mas atualmente alastrou-se potencialmente, institucionalizando-se no  país, naturalmente com o beneplácito dos governos. A criatividade dos valentes partidários da força bruta chega ao ponto de, aparentemente, inverter o objetivo da ação, oferecendo vantagens e benefícios às vítimas, numa demonstração eloqüente da eficiência da psicologia aplicada, manipulada para fins de enriquecimento.  

        Num dia da semana passada, fui assaltado. Estava  andando tranqüilamente no centro da cidade, quando se aproximou um cidadão muito bem vestido, bem penteado, usando terno com talho de última moda, gravata de seda, sapatos bico fino e bem engraxados, numa aparência geral de figurino de revista ou manequim de loja. Abordou-me, pedindo licença para me falar, empregando palavras polidas e com entonação educada. Manifestou-se mais ou menos assim:

        — Cavalheiro, permita-me merecer sua atenção por um momentinho. Você não está vendo, mas estou lhe apontando uma arma engatilhada, como pode concluir pela posição da minha mão no bolso do paletó. Peço apenas que não se assuste, mantenha a calma e controle, que tudo ficará bem para você. Tenho uma ótima proposta a lhe fazer. É meu desejo que me passe todo o dinheiro, créditos a receber, direitos, documentos, relógio, anéis e demais bens que estejam em seu poder. Além desses bens, você possui outro muito valioso, mas que para mim não vale nada: sua vida. Ela está pendente apenas pela mola que aciona o cão de minha arma. Preste bastante atenção, que lhe vou fazer uma proposta muito atrativa. Com um simples pagamento de R$10,00, de livre e espontânea vontade, você fica inteiramente desobrigado deste e de qualquer outro assalto de minha parte. Quero realçar que a vantagem para o cavalheiro é muito grande, pois fará uma grande economia e terá, inteiramente grátis, um seguro de vida garantido pela minha pistola.

       Paguei, fiquei muito satisfeito, fiz um grande negócio, continuo vivo e livre para registrar fatos da Era dos Assaltos.

       Mas não relatei os pormenores do acontecido. Naqueles momentos de aflição tive uns instantes de reflexão e mantive diálogo com o personagem. Perguntei por que não tinha rosto.

       — Não tenho individualidade; estou aqui agora, mas posso estar em qualquer lugar ao mesmo tempo. Possuo milhares de réplicas no país às quais o povo ingênuo chama de agência.

       Desconfiado, quis saber seu nome.

       — Meu nome é genérico. Todos me conhecem, mas ninguém me conhece. O povo me chama de Banco, mas não sou banco. Sou um assaltante moderno. Até breve!

       Aliás, mudando de assunto, ultimamente os Bancos estão oferecendo uma grande vantagem aos seus usuários. Com uma simples contribuição fixa mensal – digamos de R$10,00 – desobrigam-nos  do pagamento daquele rosário de tarifas que o Banco Central autorizou.

       É aquela velha questão:

       — Você quer perder uma mão para não perder o braço?

       — Quero sim, senhor!







      


quarta-feira, 18 de maio de 2011

A EVOLUÇÃO HUMANA APENAS COMEÇOU

O animal humano não foi criado, foi evoluído como toda a biodiversidade terrestre. Foi evoluído? Não. O homem está sendo evoluído; está atualmente num processo de evolução.

Biologicamente o homem alcançou um patamar de ponta, pois incorporou ao seu instrumental, além do posicionamento erétil, o que lhe proporcionou liberdade dos braços e destreza de movimento das mãos, também a fala, fato que marcou a abertura para sua evolução em um horizonte novo, o campo do intelecto.

O humano é um animal perfeito e acabado em sua estrutura corpórea, mas seu intelecto representa o primeiro degrau no desenvolvimento evolucionário para um nível energético superior. (se houver tempo para isso.)

A evolução, de modo geral, não se dá de forma lenta, constante e em todas as situações ambientais. Ela se manifesta em saltos, mas somente quando há estímulos exteriores, advindos de circunstâncias climáticas, sociais ou culturais. E cada salto se realiza por indivíduo e não coletivamente.

Na evolução mental, cada indivíduo que alcança uma progressão, dependendo de sua posição na sociedade a que pertence, tenta com êxito ou não transmiti-la por ação genética e cultural.

Se for um Alexandre da Macedônia, conquista um império e estimula as artes e ciências. Se for um Sócrates, ensina filosofia e alcança a cicuta. Se for um fenício obscuro, cria o alfabeto e alavanca o desenvolvimento cultural. Se for um Giordano Bruno, emergem-se as vaidades e rancores da fé religiosa, e o fogo vivo redime a alma enquanto sufoca e mata as mensagens da mente.

Assim, uns têm êxito em divulgar e transmitir seu progresso intelectual, o que impulsionará outras cabeças para percorrer mais degraus da evolução mental. Outros, por força de circunstâncias adversas, amargarão a incompreensão e intolerância. Aqueles serão chamados de sábios, estes de lunáticos ou hereges.

No mundo atual, as divergências de toda ordem, os crimes, as guerras e rapinagens econômicas entre indivíduos, povos e países, advêm justamente do fato de que as potencialidades mentais dos humanos não estão coordenadas em patamares assemelhados. As capacidades de visão intelectual estão em desacordo entre si, porque em graus evolutivos diferentes.

Como podem duas pessoas ou dois países, disputando um mesmo objeto, dizerem “é meu”? Só se pode explicar pela existência de dois níveis diferentes de consciência ou dois estágios mentais.

Julgamos necessário reconhecer e realçar tais desníveis, a fim de melhor compreendermos as causas de tantos problemas existenciais que se fermentam no caldo das sociedades humanas.

A humanidade teria um futuro muito feliz se a sua evolução tivesse estacionado há pelo menos 500 mil anos, antes do surgimento da fala, e não tivesse procriado tanto. A tartaruga marinha e os tubarões pararam de evoluir há 400 milhões de anos e vivem muito felizes aparentemente.

A humanidade é heterogênea demais. É composta de espécimes distintos entre si, tanto na composição facial como nos estágios evolucionários culturais e mentais. E ainda usam linguagens diferentes, o que dificulta o entendimento.

E essas diferenças e divergências aumentam cada vez mais por força do crescimento descabido da população global. E o pior é que alguns cérebros privilegiados criam mundos virtuais que vão destruindo, pela tecnologia, o que resta de intelecto na enorme massa de indolentes vegetativos.

terça-feira, 10 de maio de 2011

COMO SE CONSCIENTIZAR DAS REALIDADES

A potencialidade mental de consciência, todos possuem. Já nascemos com ela. É produto da evolução. No frontispício dessa faculdade, está a percepção de ser, existir. Daí que a primeira percepção é a do ego, isto é, a percepção de si. “Penso, logo existo”.

Essa aptidão mental nos possibilita ingressar no amplo campo dos sentimentos advindos da introspecção pelos quais o indivíduo passa a enxergar diversas realidades que se achavam ocultas. Conscientizar-se é conhecer a realidade na sua essência. Para possibilitar essas descobertas, devemos começar dando plena liberdade às potencialidades da razão. O pensamento deverá estar inteiramente liberto de qualquer obstáculo cultural, de crença ou qualquer outro compromisso conceitual de ordem mercantil e mesmo pessoal como o antropocentrismo.

Neste mundo tão complexo, existem incontáveis situações nas quais vivemos de forma individualista e egoística, produto natural oriundo do instinto animal que ainda atua na formação da personalidade. Seria quase como uma vida só de corpo. Por quê? Como explicar essa situação aparentemente contraditória?

Temos normalmente os cinco principais sentidos do corpo. Mas há os cegos, os surdos, os daltônicos, os carentes do sabor, do olfato, tanto no grau absoluto como em suas gradações. Isto é, não somos todos totalmente perfeitos nos atributos das percepções primárias. Esses casos são em número relativamente pequeno, mas devemos reconhecer essa realidade para melhor entender o rumo de nossa apresentação.

No âmbito mental também temos por natureza diversos atributos aptos a captar informações de si e de terceiros, mas dificilmente perceptíveis por variadas circunstâncias. Uma delas, a mais atuante, influente e reforçada pelo egoísmo, é a do estofo social que os desnatura, deforma ou atrofia pelo desuso e desvalorização. Nesse caso, o exercício da capacidade mental é relegado por desnecessário e até prejudicial para a sobrevivência cotidiana dessa insana e perversa cultura, pautada pelo pragmatismo, imediatismo, materialismo e individualismo.

Dentro das condicionantes acima expostas, podemos ver algo diariamente com os olhos do corpo e não enxergarmos nem sentirmos as correlações e essências da situação enfocada. Tais restrições têm como causa principal o sistema econômico que, como já identificado, objetiva apenas os bens materiais de uma forma imediata e lucrativa.

Por isso, deturpam-se as artes; destroem-se os liames familiares; nivelam-se as individualidades; formatam-se os cérebros; invertem-se os valores morais; criam-se ídolos lucrativos; apressam-se os compromissos para açambarcar o tempo que seria da reflexão e do amanho espiritual; ignoram-se as causas, ficando os efeitos como fatores normais de vivência.

Conscientizar-se de algo é exercer a capacidade de incorporar uma percepção mental desse algo, ampliando o ângulo de visão. É projetar-se para além dos conhecimentos do homem comum, possibilitando uma vida mais rica de saberes e, por isso, adquirindo capacidade de compreensões até então irreconhecíveis.

A consciência vem como um lampejo, um coroamento de um processo mental disciplinado, tal como o conhecimento vindo da intuição. Esse fenômeno não depende somente de nossa vontade primordial, mas de uma preparação mental profunda, consistente da revisão de conceitos culturais equivocados e receptividade a novas idéias e situações, exercitando a virtude da empatia, o senso crítico, e o ajuizamento abrangente.

É comum ocorrer que algumas pessoas passam a ser cônscias de certa situação no momento em que elas ocorrem na própria carne ou nas emoções traumáticas que provocam. Eram testemunhas de fatos idênticos que se passavam com seus semelhantes, mas nada percebiam ou sentiam na sua essência. Jazia no subconsciente que tais abalos não poderiam acontecer com elas próprias. Viam com os olhos, mas não enxergavam, não percebiam o alcance dos significados. Faltava-lhes algo que as impossibilitavam de se sincronizar por inteiro com os eflúvios emitidos naquela situação. Não nos devemos fechar para a sublimação da vida individual e cósmica. Ela tem muitos segredos que nos podem ser revelados.

Esse choque a que nos referimos acima irá ocorrer por atacado, num futuro breve, quando as condições artificiais de vivência da humanidade se transformarem ou se esgotarem pelo desgaste conseqüente dos recursos terrestres. Nessa ocasião, os humanos se darão conta de que agiram em favor de efêmeros confortos e ganâncias contraproducentes. Agiram ou viveram equivocadamente, sem a plenitude que a inteligência lhes oferece. Obterão uma consciência tardia que poderiam ter percebido apenas com o exercício da reflexão.

Fora dessa condição extrema aludida, como pode ocorrer ao indivíduo a percepção íntima de uma realidade? Primeiramente, que haja uma condição emotiva honesta: a empatia. Por ela socializamos o sentimento, isto é, criamos condições para a harmonização das necessidades que sustentam a vida. Afinal, na essência somos todos iguais. Almejamos o bem e desprezamos o mal. Numa sociedade consciente, como pode haver o bem somente para alguns? A virtude da empatia é essencial para a abertura ou favorecimento da visão mental de conscientização, ponto comum do entendimento social.

O assunto é extenso e não pretendemos prolongá-lo com considerações sobre seus múltiplos aspectos. O importante no caso presente é identificar como ocorre a conscientização e as vantagens dessa transformação, tornando a vida mais plena de realidades e rica de conhecimentos.

Já ouvimos por diversas vezes pessoas dizerem mais ou menos isso: “depois que meu filho morreu, a quem amava tanto, passei a enxergar as coisas de outra maneira. Já não sou tão apegado às coisas materiais”. Nesse caso, a mudança de percepção ocorreu por uma abertura para a conscientização das potencialidades íntimas, oferecendo-lhe condições para sair da escuridão em que viviam.

Essa libertação do olhar consciente tem potencialidade para alcançar não só as pessoas próximas. Em mentes mais arejadas, essa situação pode evoluir para a percepção integral dos anseios vitais da humanidade, da biodiversidade e da ecologia, de tal forma que conseguirão perceber as realidades do nosso planeta dentro de uma visão cósmica. Então, enxergarão claramente os males que a atual civilização mercantil está causando à própria Vida.

Conscientizar-se é ter a visão completa de um elefante e não apenas de suas partes, como descreviam erroneamente os cegos que o apalpavam em apenas uma parte. Temos que ter uma visão de conjunto. As partes constroem uma harmonia. Da mesma forma, não podemos apenas conhecer a parte material da Natureza viva. Num estado consciente, nossa sensibilidade se amplia e se integra a essas energias e passa a perceber esse Todo.

Conscientizar-se não é somente visualizar o transcendente. É fixar essa visão no que já víamos antes e não era percebido. É um fenômeno que, sem ajuda mental, não surge espontaneamente. Alguém pode nos mostrar algo, explicar como funciona, apontar os aspectos particulares, significações, as implicações relacionadas. Podemos entender perfeitamente as explicações, decorá-las, mas não conseguiremos atingir a essência, a alma, a parte energizada daquele assunto se não estivermos dispostos a compartilhar. Lembramo-nos do escritor Rubem Alves quando pontua que “a principal função de um professor é ensinar o aluno e enxergar, a olhar, a perceber. Aí, então, ele será capaz de sentir quão maravilhoso é este mundo”.

Há homens rudes, incultos, nascidos e viventes no meio rural, mas com índole de devoção à Natureza, respeitando-a e dela zelando. Os silvícolas reverenciam seus ambientes naturais, com eles se integrando e se harmonizando, pois sentem a gratidão filial à Mãe-Terra. Enquanto isso, alguns professores acadêmicos de ecologia sabem toda a teoria do ramo, mas são incapazes de perceber as diversas formas dos percalços que o progresso produz ao meio ambiente. Têm um conhecimento como se estivessem lidando com coisas.

Cabe a nós, ambientalistas, transmitir conhecimentos e experiências de vida; mostrar a interdependência dos sistemas habitacionais; formular argumentações; expor situações ocultas pelo sistema econômico e defender a lógica da natureza. Aos leitores, compete envidar esforços para oferecer à mente condições de empatia com todas as outras formas de vida.

Assim preparados, a conscientização das realidades ocultas, nas suas diversas gradações, aflorará à mente como um clarão súbito.

Quem evolui nesse rumo vivencia a amplidão da Vida cósmica. Quem apenas conta os dias utiliza a estreita e frívola vida motora.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

TRADUÇÃO - OS SIGNIFICADOS DA NOTÍCIA

NOTÍCIA: Foi um dia de festa, ontem, no marco zero da rodovia pavimentada, de quatro pistas, iniciada na ponte sobre o rio Piranha, no Estado de Mato Grosso. Estende-se por 325 quilômetros até a nova cidade, ainda sem nome, recentemente construída pela Cia. Madeireira Santa Margarida, em plena selva inculta do norte do Estado.

Para a inauguração, compareceram, além da Presidente da Nação, o Governador, Ministros, autoridades locais e diversos deputados e senadores.

Discursando na ocasião, o Sr. Ministro dos Transportes apresentou dados alusivos à majestosa obra, indicando que foram gastos 800 milhões de reais, exigindo a mobilização de 8.000 operários e 600 funcionários de suporte. As máquinas modernas, em apenas dois anos, conseguiram limpar o leito da estrada retirando 800 mil toneladas de árvores seculares, de difícil eliminação, demonstrando que a engenharia nacional tem competência para concretizar e levar adiante o programa governamental de promover o progresso e desenvolvimento para o país.

Após a cerimônia, foi oferecido um churrasco à população local, ocasião em que houve discursos, danças, muita alegria, fartura de bebidas e grandes esperanças no surto de progresso que a nova rodovia trará para a região.



TRADUÇÃO: Foi um dia de angustia e desolação, ontem, no término da obra de destruição de grande área no Estado de Mato Grosso, uma estrada com 325 km de extensão, desde a ponte sobre o rio Piranha até o núcleo de invasão construído por uma madeireira pertencente, ao que parece, à piedosa Santa Margarida que, renunciando a seus poderes celestiais, recebe ordens de algum malfeitor terreno.

Para cultivar suas vaidades, compareceram diversas personalidades públicas, fugindo assim de suas obrigações funcionais.

Tentando justificar-se, o Sr. Ministro dos Transportes confessou em discurso que, utilizando o trabalho inconsciente de 8.600 empregados, conseguiu assassinar aproximadamente 80 milhões de seres vivos do reino vegetal e quantidade incalculável de espécies do reino animal. E ainda se vangloriou da matança, salientando que sua ação representa progresso e desenvolvimento, demonstrando assim não ter consciência do alcance destrutivo de tais ações.

Após a cerimônia macabra, refestelaram-se com um churrasco de 4 bois que, na véspera, degustando excelente capim na placidez das pastagens, dialogavam entre si sobre até que ponto poderiam considerar sincera a amizade do pecuarista.



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NOTÍCIA: Segundo informe divulgado pela Associação dos Fabricantes de Automóveis no Brasil, foram produzidos 3.000.000 de veículos no ano de 2010, o que representa um incremento considerável em comparação com o ano de 1990, quando foram fabricadas apenas 160.000 unidades.

Tais dados evidenciam o grande progresso alcançado pelo país em apenas 20 anos, período em que foram criados 100.000 empregos diretos e mais de 280.000 indiretos, sem computar os seguramente 400.000 empregos conseqüentes, distribuídos nas atividades paralelas.

Esses informes evidenciam uma grande melhoria no nível de vida de significativa parcela de nossa população. Isso propiciou aos trabalhadores em geral confortos adicionais, como aquisição de aparelhos eletrodomésticos e demais produtos tecnológicos que, pelo encadeamento com as demais atividades econômicas, colaborou para que o Brasil se colocasse numa boa posição econômica ante os outros países.



TRADUÇÃO: Segundo informe divulgado pela Associação dos Fabricantes de Automóveis no Brasil, foram destruídos mananciais pelas mineradoras de ferro e poluída intensamente a atmosfera com gases impróprios à vida em valores correspondentes a 3.000.000 de veículos no ano de 2010, o que representa um aumento considerável na velocidade de destruição do planeta em comparação com o ano de 1990, quando a natureza teve um sofrimento alusivo a apenas 160.000 unidades.

Tais dados evidenciam a grande desgraça alcançada pelo país em apenas 20 anos, período em que foram criados 100.000 engajamentos inconscientes diretos e mais de 280.000 indiretos, sem computar os seguramente 400.000 alistamentos inconscientes, distribuídos nas demais atividades destrutoras paralelas.

Essas ações evidenciam uma piora no nível de vida de grande parcela de nossa desinformada população. Isso propiciou aos trabalhadores em geral confortos prejudiciais, como aquisição de aparelhos eletrodomésticos e tecnológicos que, pelo encadeamento das atividades econômicas, colaborou para que o Brasil se colocasse numa ilusória boa posição ante os outros países.